29 de maio de 2009

Multishow ao vivo tem a marca da zorra de Rita

Resenha de CD / DVD
Título: Multishow
ao Vivo
Artista: Rita Lee
Gravadora: Biscoito
Fino
Cotação: * * *

Sim, é certo que Rita Lee poderia ter aproveitado a grande chance de figurar no elenco da gravadora Biscoito Fino para fazer um já necessário disco de inéditas - algo que não faz desde 2003, ano em que lançou Balacobaco, um de seus melhores álbuns. Contudo, o Multishow ao Vivo da roqueira tem seu inegável encanto. Trata-se da gravação de Pic Nic, show hi-tech que estreou em janeiro de 2008 com a marca da zorra de Rita. As duas medianas inéditas - Se Manca e Insônia - não têm fôlego para dar um ar de novidade ao projeto, o segundo consecutivo da artista no gênero (o último disco de Rita até então era um MTV ao Vivo editado em 2004). Contudo, o espetáculo resulta sedutor, sobretudo em DVD, veículo necessário para que se possa apreciar o histrionismo de Vingativa, uma das músicas inéditas na voz da cantora (o tema foi gravado pelas Frenéticas em 1977). Aliás, Rita sabe fazer jogo de cena. Mesmo que este seja repetido. Vítima, por exemplo, reedita o número de clima noir lançado em 1995 no show A Marca da Zorra - com a diferença de que o helipcóptero, antes real, agora é visto em projeção. Assim como O Bode e a Cabra - a gaiata (sub)versão de I Want to Hold your Hand - é herança de Yê-Yê-Yê de Bamba, espetáculo de 2002 que merecia ter sido perpetuado em DVD. No mais, são os hits de sempre (Flagra, Saúde, Lança-Perfume, Doce Vampiro, Mutante, Ovelha Negra) e uma ou outra novidade como a boa ideia de inserir o nome do presidente dos Estados Unidos Barack Obama na letra de Bwana. Entre medley que exalta o orgulho feminino (com Cor de Rosa Choque bem-costurada a Todas as Mulheres do Mundo) e número que evoca seu passado tropicalista (Baby, com citação de várias músicas da época), Rita Lee continua sendo uma das mais perfeitas traduções do carnavalesco rock brasileiro. E não é por acaso que seu bom Multishow ao Vivo termina com a marcha Chiquita Bacana. Rita ainda é tropicalista...

6 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Sim, é certo que Rita Lee poderia ter aproveitado a grande chance de figurar no elenco da gravadora Biscoito Fino para fazer um já necessário disco de inéditas - algo que não faz desde 2003, ano em que lançou Balacobaco, um de seus melhores álbuns. Contudo, o Multishow ao Vivo da roqueira tem seu inegável encanto. Trata-se da gravação de Pic Nic, show hi-tech que estreou em janeiro de 2008 com a marca da zorra de Rita. As duas medianas inéditas - Se Manca e Insônia - não têm fôlego para dar um ar de novidade ao projeto, o segundo consecutivo da artista no gênero (o último disco de Rita até então era um MTV ao Vivo editado em 2004). Contudo, o espetáculo resulta sedutor, sobretudo em DVD, veículo necessário para que se possa apreciar o histrionismo de Vingativa, uma das músicas inéditas na voz da cantora (o tema foi gravado pelas Frenéticas em 1977). Aliás, Rita sabe fazer jogo de cena. Mesmo que este seja repetido. Vítima, por exemplo, reedita o número de clima noir lançado em 1994 no show A Marca da Zorra - com a diferença de que o helipcóptero, antes real, agora é visto em projeção. Assim como O Bode e a Cabra - a gaiata (sub)versão de I Want to Hold your Hand - é herança de Yê-Yê de Bamba, espetáculo de 2002 que merecia ter sido perpetuado em DVD. No mais, são os hits de sempre (Flagra, Saúde, Lança-Perfume, Doce Vampiro, Mutante, Ovelha Negra) e uma ou outra novidade como a boa ideia de inserir o nome do presidente dos Estados Unidos Barack Obama na letra de Bwana. Entre medley que exalta o orgulho feminino (com Cor de Rosa Choque bem-costurada a Todas as Mulheres do Mundo) e número que evoca seu passado tropicalista (Baby, com citação de várias músicas da época), Rita Lee continua sendo uma das mais perfeitas traduções do carnavalesco rock brasileiro. E não é por acaso que seu bom Multishow ao Vivo termina com a marcha Chiquita Bacana. Rita ainda é tropicalista...

29 de maio de 2009 às 17:27  
Blogger Daniel said...

Mauro, uma correção, A Marca da Zorra é de 1995.

29 de maio de 2009 às 17:49  
Blogger Bruno Cavalcanti said...

O DVD é muito bom! Mas poderia ser melhor sem dúvida! Aliás, Mauro, o espetáculo "A Marca da Zorra" é na verdade de 1996, pois em 94 Rita estava reclusa sem fazer nenhum show. O único que fez (após a bem sucedida temporada do show "Bossa'n Roll") foi o que abriu o espetáculo dos Rolling Stones em 95. E o show é Yê Yê Yê de Bamba. Vale também ressaltar que "Mutante" não é um "hit de sempre", pois Rita não cantava essa música desde 91/ 92 quando gravou o disco Bossa'n Roll. Outro ponto que eu acredito que merecia ser citado é que as canções que compõem "Baby" são "Domingo no Parque", "Panis et Circenses", "Bat Macumba" e "Alegria, Alegria" (nesta ordem). Não curti muito a resenha, acho que faltou explorar mais o DVD, como o belo making-of apresentado pelo Beto, ou ressaltar regravações como "Roll Over Beethoven" ou da também inédita em registro (desta vez definitivo - diferente do Biografitti que foi um simples ensaio) da também inédita "Tão", que sobreviveu desde a estréia da turnê até a gravação, diferente da outra boa inédita, a balada "Dinheiro". Seria interessante citar também pontos mais baixos, como os closes insistentes nas guitarras de Beto e Roberto, por exemplo. Achei a resenha meio imcompleta e preguiçosa. Seria interessante complementá-la com mais detalhes do projeto.

29 de maio de 2009 às 18:11  
Anonymous Anônimo said...

Emanuel Andrade disse

Mas Rita devia ter deletado a chata Vingativa e colocado, já que queria ir ao fundo do baú: Menino Bonito ou Diga ao povo que fico( que Marília Gabriela gravou)

29 de maio de 2009 às 23:09  
Anonymous Anônimo said...

De fato, o DVD é um banho. Tem algumas coisas para mexer, tem. Mas o melhor é que na edição tiraram a chatura toda de participar da gravação ao vivo. No início dava para aturar, mas em um dos dias da gravação o show terminou mas a platéia não teve como se dar conta. Um furo. Mas, no dvd não tem nada disso . Vale. Mas, que Mauro tem razão, tem.
Fica faltando um de inéditas ou de pelo menos releituras, o que daria um refresco interessante, tanto ao vivo como numa gravação de éstudio.
Carioca da Piedade, que já decidiu que não vai mais a gravações ao vivo.

30 de maio de 2009 às 07:32  
Anonymous Cacá Neves Jr. said...

Só sentí pela não inclusão da ótima faixa "Dinheiro", perfeita e tão linda..... podería ter entrado no lugar da chatinha "Vingativa" que é totalmente dispensável....

Também sinto pelo show "A Marca da Zorra" gravado e exibido editadíssimo pela Rede Globo, e o "Yê Yê Yê de Bamba" não terem saído em DVD, uma lástima mesmo...


C.

31 de maio de 2009 às 00:36  

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