6 de fevereiro de 2009

Sepultura (quase) se perde na mente de 'A-Lex'

Resenha de CD
Título: A-Lex
Artista: Sepultura
Gravadora: Atração
Fonográfica
Cotação: * *

Ao dissertar sobre o 11º álbum de estúdio do grupo Sepultura, A-Lex, a tendência mais sedutora é decretar fim de linha para o quarteto por conta da partida de Iggor Cavalera, o baterista-fundador da banda que exportou seu thrash metal para o mundo com uma visibilidade internacional nunca atingida por nenhum outro grupo da cena roqueira nacional. Contudo, a julgar por faixas como Strike, o Sepultura ainda pode ser considerado um grupo de peso. Neste álbum inspirado no livro Laranja Mecânica e no clássico filme homônimo dirigido por Stanley Kubrick (1928 - 1999) nos anos 70, com base na história escrita por Anthony Burgess (1917 - 1993) em 1962, Jean Dolabella assume as baquetas no lugar de Iggor com competência. O problema maior de A-Lex (expressão que significa sem lei em latim, mas que alude também ao nome do protagonista do livro, Alex DeLarge) é a real irregularidade do repertório. O Sepultura caiu na tentação de criar outro álbum conceitual como o anterior Dante XXI (2006) - inspirado na Divina Comédia, de Dante Alighieri (1265 - 1321) - e, dessa vez, o grupo parece ter se perdido na mente conturbada de Alex. Entre temas instrumentais e músicas que recorrem à percussão tribal, como Filthy Rot, A-Lex às vezes se mostra confuso. E a inserção no contexto metaleiro de trechos da Nona Sinfonia de Beethoven (1770 - 1827) - na faixa Ludwig Van, em alusão à obsessão do anti-herói do livro por música clássica - resulta mais curiosa do que propriamente engenhosa ou envolvente. Ainda assim, parece haver vida para o Sepultura sem os irmãos Iggor e Max Cavallera.

1 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Ao dissertar sobre o 11º álbum de estúdio do grupo Sepultura, A-Lex, a tendência mais sedutora é decretar fim de linha para o quarteto por conta da partida de Iggor Cavalera, o baterista-fundador da banda que exportou seu thrash metal para o mundo com uma visibilidade internacional nunca atingida por nenhum outro grupo da cena roqueira nacional. Contudo, a julgar por faixas como Strike, o Sepultura ainda pode ser considerado um grupo de peso. Neste álbum inspirado no livro Laranja Mecânica e no clássico filme homônimo dirigido por Stanley Kubrick (1928 - 1999) nos anos 70, com base na história escrita por Anthony Burgess (1917 - 1993) em 1962, Jean Dolabella assume as baquetas no lugar de Iggor com competência. O problema maior de A-Lex (expressão que significa sem lei em latim, mas que alude também ao nome do protagonista do livro, Alex DeLarge) é a real irregularidade do repertório. O Sepultura caiu na tentação de criar outro álbum conceitual como o anterior Dante XXI (2006) - inspirado na Divina Comédia, de Dante Alighieri (1265 - 1321) - e, dessa vez, o grupo parece ter se perdido na mente conturbada de Alex. Entre temas instrumentais e músicas que recorrem à percussão tribal, como Filthy Rot, A-Lex às vezes se mostra confuso. E a inserção no contexto metaleiro de trechos da Nona Sinfonia de Beethoven (1770 - 1827) - na faixa Ludwig Van, em alusão à obsessão do anti-herói do livro por música clássica - resulta mais curiosa do que propriamente engenhosa ou envolvente. Ainda assim, parece haver vida para o Sepultura sem os irmãos Iggor e Max Cavallera.

6 de fevereiro de 2009 às 19:38  

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