Ribas foge do 'revival' em DVD com dez inéditas
Resenha de DVD
Título: Toca Brasil
- Itaú Cultural
Artista: Marku Ribas
Gravadora: Mais
Brasil / Instituto
Itaú Cultural
Cotação: * * * *
Enquadrado no universo indie do samba-rock, nos anos 70, o suingue de Marku Ribas extrapola ritmos neste DVD que foge do habitual caráter retrospectivo do gênero. "Ninguém vai ver um revival. Eu tô indo para frente", anuncia o autor de Alerta Geral, música censurada nos anos 60 que veio a dar título ao álbum lançado por Alcione em 1978. Dito e feito. São inéditas dez das 14 músicas do roteiro do show captado em São Paulo (SP) em 19 de maio de 2007, data em que Ribas completava 60 anos. Em algumas, como Altas Horas e Arreia, dá para identificar o suingue soul que fez com que cultuadores do estilo, como Ed Motta, se tornassem devotos de Ribas (Ed editou em 2007 uma coletânea do artista, Zamba Ben). Já em outras, caso de Neguin Robertin, ouvintes mais atentos vão perceber algum parentesco com a ginga de João Bosco. Como Bosco, Ribas também nasceu em Minas Gerais - ele é de Pirapora, cidade interiorana situada às margens do Rio São Francisco - e se tornou hábil nos vocais percussivos (aliás, Ribas dá banho de suingue no número instrumental que introduz o show ao tirar sons percussivos da boca). Contudo, o som de Ribas paira acima de referências ou comparações. Tem algo da música indígena e está profundamente calcado na raiz africana - como evidencia o samba Laguna de Dagmar - e na postura politizada do artista. Aliás, a inédita Ato Tridimensional nº 5 é tributo ao pianista Tenório Jr. (1941 - 1977?), desaparecido na Argentina por obra do regime militar que amordaçava o Brasil nos anos 70. Entre tema inédito cantado em francês (Pas Pour Ça) e música batizada com palavra inventada (Aristóporindé), no estilo do escritor Guimarães Rosa (1908 - 1967), Marku Ribas se impõe no DVD - o mais bem filmado da série Toca Brasil, editada via Instituto Itaú Cultural - como um artista único pelo suingue que extrai da mistura personalíssima de ritmos e sotaques plurais.
Título: Toca Brasil
- Itaú Cultural
Artista: Marku Ribas
Gravadora: Mais
Brasil / Instituto
Itaú Cultural
Cotação: * * * *
Enquadrado no universo indie do samba-rock, nos anos 70, o suingue de Marku Ribas extrapola ritmos neste DVD que foge do habitual caráter retrospectivo do gênero. "Ninguém vai ver um revival. Eu tô indo para frente", anuncia o autor de Alerta Geral, música censurada nos anos 60 que veio a dar título ao álbum lançado por Alcione em 1978. Dito e feito. São inéditas dez das 14 músicas do roteiro do show captado em São Paulo (SP) em 19 de maio de 2007, data em que Ribas completava 60 anos. Em algumas, como Altas Horas e Arreia, dá para identificar o suingue soul que fez com que cultuadores do estilo, como Ed Motta, se tornassem devotos de Ribas (Ed editou em 2007 uma coletânea do artista, Zamba Ben). Já em outras, caso de Neguin Robertin, ouvintes mais atentos vão perceber algum parentesco com a ginga de João Bosco. Como Bosco, Ribas também nasceu em Minas Gerais - ele é de Pirapora, cidade interiorana situada às margens do Rio São Francisco - e se tornou hábil nos vocais percussivos (aliás, Ribas dá banho de suingue no número instrumental que introduz o show ao tirar sons percussivos da boca). Contudo, o som de Ribas paira acima de referências ou comparações. Tem algo da música indígena e está profundamente calcado na raiz africana - como evidencia o samba Laguna de Dagmar - e na postura politizada do artista. Aliás, a inédita Ato Tridimensional nº 5 é tributo ao pianista Tenório Jr. (1941 - 1977?), desaparecido na Argentina por obra do regime militar que amordaçava o Brasil nos anos 70. Entre tema inédito cantado em francês (Pas Pour Ça) e música batizada com palavra inventada (Aristóporindé), no estilo do escritor Guimarães Rosa (1908 - 1967), Marku Ribas se impõe no DVD - o mais bem filmado da série Toca Brasil, editada via Instituto Itaú Cultural - como um artista único pelo suingue que extrai da mistura personalíssima de ritmos e sotaques plurais.
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Enquadrado no universo indie do samba-rock, nos anos 70, o suingue de Marku Ribas extrapola ritmos neste DVD que foge do habitual caráter revisionista do gênero. "Ninguém vai ver um revival. Eu tô indo para frente", anuncia o autor de Alerta Geral, música censurada nos anos 70 que veio a dar título ao álbum lançado por Alcione em 1978. Dito e feito. São inéditas dez das 14 músicas do roteiro do show captado em São Paulo (SP) em 19 de maio de 2007, data em que Ribas completava 60 anos. Em algumas, como Altas Horas e Arreia, dá para identificar o suingue soul que fez com que cultuadores do estilo, como Ed Motta, se tornassem devotos de Ribas (Ed editou em 2007 uma coletânea do artista, Zamba Ben). Já em outras, caso de Neguin Robertin, ouvintes mais atentos vão perceber algum parentesco com a ginga de João Bosco. Como Bosco, Ribas também nasceu em Minas Gerais - ele é de Pirapora, cidade interiorana situada às margens do Rio São Francisco - e se tornou hábil nos vocais percussivos (aliás, Ribas dá banho de suingue no número instrumental que introduz o show ao tirar sons percussivos da boca). Contudo, o som de Ribas paira acima de referências ou comparações. Tem algo da música indígena e está profundamente calcado na raiz africana - como evidencia o samba Laguna de Dagmar - e na postura politizada do artista. Aliás, a inédita Ato Tridimensional nº 5 é tributo ao pianista Tenório Jr. (1941 - 1977?), desaparecido na Argentina por obra do regime militar que amordaçava o Brasil nos anos 70. Entre tema inédito cantado em francês (Pas Pour Ça) e música batizada com palavra inventada (Aristóporindé), no estilo do escritor Guimarães Rosa (1908 - 1967), Marku Ribas se impõe no DVD - o mais bem filmado da série Toca Brasil, editada via Instituto Itaú Cultural - como um artista único pelo suingue que extrai da mistura personalíssima de ritmos e sotaques plurais.
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