20 de julho de 2008

Leci seduz ao tomar partido do samba mais alto

Resenha de CD
Título: Eu e o Samba
Artista: Leci Brandão
Gravadora: LGK Music
/ Som Livre
Cotação: * * *

Leci Brandão sempre tomou partido do lado mais fraco. A raiz politizada do samba da artista a levou a ser encarada como espécie de porta-voz das comunidades carentes. Eu e o Samba, o álbum de inéditas que marca a estréia de Leci na gravadora LGK Music, é um dos títulos menos politizados da discografia da sambista. E, sintomaticamente, o melhor momento do álbum é a única regravação do repertório, Tributo a Martin Luther King, pioneiro manifesto de orgulho negro, gravado por Wilson Simonal (1938 - 2000) em 1967 e reciclado por Leci na companhia do filho do cantor, Simoninha. A música de Simonal e Ronaldo Bôscoli (1927 - 1994) caiu muito bem na voz de Leci, que, neste disco, adota tom (bem) mais suave nas suas interpretações.
Lamentavelmente editado sem as letras das músicas no magro encarte, o que incentiva a compra de cópias piratas, Eu e o Samba apresenta 15 faixas. A primeira metade, de caráter mais sentimental, é menos sedutora. Sambas como Desperta pra Felicidade, Difícil Acreditar e Sei que Não Valeu te Amar (gravado em dueto com Mário Sérgio, cantor do Fundo de Quintal) rebobinam o romantismo e o chororô dos pagodes mais banais. Como compositora e intérprete, Leci se mostra mais inspirada ao alertar sem rodeios, em O Bagulho do Amante, as mulheres que arruinam suas vidas ao se deixar envolver e usar por homens que traficam drogas. É quando (re)aparece a cidadã brasileira Leci Brandão da Silva, que sempre deu a cara a tapa, comprometida na incansável militância com seus ideais de dignidade e justiça social.
Fora da esfera social, Sem Perceber - parceria de Jorge Aragão com Flávio Cardoso - se impõe no repertório por manter a cadência envolvente da obra de Aragão. O bom samba está na segunda metade do disco, na qual Leci toma partido do samba mais contagiante. Dona Maria Segura é exemplo de partido de alto quilate. O Criador também empolga - inclusive por ter sido gravado por Leci em dueto com Mart'nália, filha de seu compadre Martinho da Vila. Antes de fechar com a Saudação a Ogum, mantendo a tradição de Leci de reverenciar um orixá a cada trabalho, o disco também cresce em faixas como O Destino do Pescador e Só Não Pode Sem Amor, tema que é um tributo ao samba, ao qual Leci Bradão - entre altos e baixos - se mantém fiel.

26 Comments:

Anonymous Anônimo said...

admiro Leci, só não a vejo como sendo tudo isso que o crítico diz.

20 de julho de 2008 às 13:32  
Anonymous Anônimo said...

Bagulho do Amante? É por essas que as únicas senhoras do samba ainda a serem prestigiadas são: Dona Ivone Lara, Beth Carvalho e Cristina Buarque, as outras caem no popularesco.

20 de julho de 2008 às 13:43  
Anonymous Anônimo said...

Como cantora, é uma ótima comentarista de carnaval!

20 de julho de 2008 às 17:43  
Anonymous Anônimo said...

Leci não é nenhuma Brastemp(putzz, essa é velha), mas tb não é uma Alcione da vida.
Não gosto muito do som dela, mas ela tem moral.

Jose Henrique

20 de julho de 2008 às 18:21  
Anonymous Anônimo said...

Se Leci Brandão não "alcançou" mais, foi por ter a preocupação de ser cidadã mais do que artista.
Coisa que admiro.
É uma mulher inteligentíssima, uma ótima compositora, uma sambista das grandes!!!!
E entre altos e baixos, Mauro, estão todos que se dedicam ao samba, pois pela própria história do samba que, hoje está em alta (e não se sabe até quando)mas já esteve em baixa (muitas vezes).

Acho de um preconceito o anônimo 1:43 se manifestar com essas palavras. Preconceito e presunção. Por que as UNICAS SENHORAS PRESTIGIADAS? Prestigiadas por quem? Por ele? Porque eu prestigio muito mais senhoras do samba(não sei se o anônimo se refere a senhora no sentido de pronome de tratamento ou no sentido da palavra de majoritarismo - nesse último, não existe senhor ou senhora do samba.Nem da música em um modo geral.)
Parabéns, Leci...
Glauber 97

Glauber 97

20 de julho de 2008 às 18:40  
Anonymous Anônimo said...

O bagulho do amante não é popularesco, é a melhor música do CD. Acho que existe um preconceito sério que se revela neste blog, pois tudo que não diz respeito ao céu ao mar ao barquinho as cecílias, bárbaras e floras é tido como popularesco. O bagulho do amante é um lindo samba, mas é preciso querer um pouco mais para achar isso. Maria da Penha também é um bom samba, dona maria segura também e porque não coisinha do pai. Acho que o CD da Leci perde muito mais é com os pagodes românticos, desnecessários e mal arranjados, mal gravados, mal interpretados, um horror.

20 de julho de 2008 às 20:45  
Anonymous Anônimo said...

Bom, concordo com as opiniões do Glauber e do Vagner. Leci segue com dignidade aquilo que se propõe. O meu cd deve estar a caminho (comprei numa dessas pontocons da vida) e por causa da greve dos Correios até agora nada.
Só para ratificar que continuo achando Maria da Penha um dos grandes lixos que a Alcione gravou. Espero que o Bagulho da Amante não seja do mesmo nível do bagulho da Dona Alcione. Abração a todos e ao meu amigão Zé (concordo com muitas opiniões dele).

Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

20 de julho de 2008 às 22:30  
Anonymous Anônimo said...

Esqueci de comentar a bola fora do encarte. Puxa vida! Tá explicada a "promoção" que comprei. É inadmissível um disco de carreira com encarte de compilação. Trabalhinho porco esse da Som Livre. Abraços,

Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

20 de julho de 2008 às 22:40  
Anonymous Anônimo said...

Leci é tudo de bom! À bênção!

"Maravilha, beleza, esse mar, que linda é a natureza"!

Salve Leci!

21 de julho de 2008 às 07:33  
Anonymous Anônimo said...

Ruim ou não, Alcione está influenciando outras cantoras, como Maria Rita e Leci Brandão, que por falta de uma lançou duas músicas no estilo Maria da Penha: Dona Maria Segura e O bagulho do amante.

21 de julho de 2008 às 07:40  
Anonymous Anônimo said...

A Maria da Penha fala de um problema social do Brasil todo, não se limita em falar no trafico de drogas, problema ou caracteristica do Rio - é injusto comparar as duas músicas.

21 de julho de 2008 às 07:51  
Anonymous Anônimo said...

Leci se equivoca ao insistir na onda desse pagode brega romântico. Por isso que dos seus discos os melhores são o Leci de 85 e o A Filha da Dona Leci, esse último meu preferido. Abs,

Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

21 de julho de 2008 às 08:40  
Anonymous Anônimo said...

O tráfico de drogas é um problema do Rio, de São Paulo e toda grande cidade do Brasil. Pessoal vamos nos informar... Em todo local que houver algum consumidor de drogas haverá alguma forma de tráfico para abastecê-lo.

Quanto a "bagulho do amante", acho superior a Maria da Penha, são temáticas diferentes, e sambas diferentes, o da Alcione me lembra samba de gafieira, abusado, e muito bem interpretado pela Marrom, só pelo tema, e pela interpretação cheia de suingue, acho que já vale. O da Leci Brandão, me lembra Zé do Caroço, O dono do morro, coisas que Leci conhece e sabe fazer muito bem. Aliás este CD da Leci é fantástico quando ela é mais Leci, mais mangueira, mais carioca e menos influenciada pela pagode romântico de São Paulo, que a abrigou anos atrás, lhe dando sobrevida artística.

21 de julho de 2008 às 11:15  
Anonymous Anônimo said...

Também achei injusta a comparação do Bagulho com a Maria da Penha, que divulga uma lei que beneficia as mulheres, de uma forma bem humorada.
PS
1:43, a senhora do samba mais prestigiada ainda é Alcione, não ache que a vida e o mundo giram em torno de sua opinião.

21 de julho de 2008 às 12:55  
Anonymous Anônimo said...

Pelo repertório, acho que a Leci está andando muito com a Alcione.

Pena...

21 de julho de 2008 às 14:16  
Anonymous Anônimo said...

"Bagulho do Amante" é um belo e triste samba, daqueles que Leci constroe com a mestria de poucas. Quem criticou já ouviu?

21 de julho de 2008 às 21:40  
Anonymous Anônimo said...

2:16,
se você não sabe, Leci e Alcione são grandes amigas, e se Leci ainda está no meio artistico, também é graças à várias ajudas que Alcione deu à ela em momentos difíceis, inclusive o dvd de Leci, foi graças a influência da Alcione.
Nós os fãs de Leci, temos muito respeito e admiração à melhor cantora desse país, Alcione, e também a grande representante da raça negra que ela é, exemplo de dignidade e humildade.

22 de julho de 2008 às 13:08  
Anonymous Anônimo said...

É com imenso prazer que gostaria de escrever algumas palavras sobre este novo álbum da Leci. Eu e o Samba sem dúvida já nasce como um dos seus melhores discos.Maravilhoso! Confesso que também não curto a Leci cantando baladas mas, felizmente, nem elas comprometem esse cd. O disco é tão bom que escutei duas vezes. Desperta pra felicidade samba inspirado de Sereno, André Renato e Luiz Cláudio Picolé, muito bom. Logo em seguida uma baladinha chamada Difícil de Acreditar composta pela cantora em parceria com Zé Luiz. Segue com Mulher de fibra (samba bem apropriado e não poderia ter tido melhor intérprete).
Outro capítulo à parte são as participações mais que especiais. Leci com Mário Sérgio num sambinha gostoso do Arlindo, Maurição (compositor imperiano) e Junior Dom. Tem ainda com Mart'nália a excelente O Criador (alô Rainha Beth!!!! Se liga, Xande de Pilares só tem feito samba bom, mire-se no exemplo de Leci) e pra finalizar o emocionante dueto (tem razão Mauro, uma das melhores faixas) de Tributo a Martin Luther King com Simoninha, aliás, a música era bonita com Simonal e conseguiu ficar mais ainda com o dueto.
Graças a Deus pude constatar que O Bagulho da Amante não trata-se de nenhum bagulho (pela introdução pensei que fosse péssima mas, felizmente É MUITO BOA! EXCELENTE!!!)Mesma impressão com Dona Maria Segura (outro sambão!) Longe de ser um bagulho a la Dona Alcione.
Esse cd da Leci surpreende positivamente, faltam adjetivos, maravilhoso é pouco e sinto que você foi bastante rigoroso como também com o cd do Dudu (esse da Leci era pra ser no mínimo quatro estrelas). E pra finalizar ela ainda escolhe um orixá poderoso, saravando Ogum (pela minha religião saúda o glorioso São Jorge) que com certeza abrirá muitos caminhos pra cantar esse repertório digno da boa e velha Leci Brandão.
Ia me esquecendo de citar o samba que mais gostei, lindão por sinal, chama-se: Pintou Saudade, de Adilson Gavião e Darcy Maravilha (com a Beth ficaria maravilhoso também). Enfim, maravilha de cd, o único senão é a falta das letras no encarte. Abração,

Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

Na minha opinião o Prêmio Marmelada (vocês imaginam de que prêmio estou falando) de 2009 já teria uma dona, chama-se Leci Brandão (melhor cantora e melhor cd). Apesar de que merece com todos os méritos e louvores pelo belo disco que me presenteou. Justíssimo ainda mais sabendo que a minha cantora não estará no páreo pois, não entrará em estúdio tão cedo.
PS: Samba está em alta Dona Beth, largue essas regravações e siga o exemplo da sua colega. Que beleza de cd!

22 de julho de 2008 às 20:50  
Anonymous Anônimo said...

O premio marmelada é o mesmo que a rainha Beth ganhou em 1987, citado em outro post abaixo, apenas mudou o nome.

23 de julho de 2008 às 08:50  
Anonymous Anônimo said...

Bagulho da Amante é o Ó de ruim!

23 de julho de 2008 às 09:07  
Anonymous Anônimo said...

Como alguém pode registrar uma composição com o título de bagulho do amante ? além do duplo sentido, ainda mostra essas mulheres de malandro como coitadinhas, façam-me o favor.

24 de julho de 2008 às 07:43  
Anonymous Anônimo said...

Ouvi o cd, na internet, pois não vou comprá-lo - quem elogia O bagulho do amante, é no mínimo mulher de malandro, simplesmente horrível, já a Maria segura, é uma imitação barata de Maria da penha, quantos aos pagodes romãnticos, Leci não tem competência para cntar esse tipo de música.

24 de julho de 2008 às 07:53  
Anonymous Anônimo said...

Leci se mostra uma cantora e compositora q fala o q uma muher sente e o q pode acontecer guando o amor � demais por um homem.
F�fa e Alcione sempre s�o porta voz das mulheres portanto h� muita dignidade no Bagulho do amante,afinal ,todo amor valer a pena.

cigarra

24 de julho de 2008 às 18:15  
Anonymous Anônimo said...

Até zizi pediu p alcione cantar maria da penha no seu swol,essa música tem uma história ,um tema sério.Tendo um pouco de sensibilidade e inteligencia pode perceber isso.
douglas bytencort de oliveira

25 de julho de 2008 às 18:23  
Anonymous Anônimo said...

Aff!

"Não matou nem roubou
Mas foi presa em flagrante
Escondeu no chatô
O bagulho do amante"

Não dá para levar a sério! Muito fubá pro meu bom gosto! Continuo com a minha primeira opinião: "Bagulho do Amante? É por essas que as únicas senhoras do samba ainda a serem prestigiadas são: Dona Ivone Lara, Beth Carvalho e Cristina Buarque, as outras caem no popularesco"

26 de julho de 2008 às 11:43  
Anonymous Anônimo said...

SEM COMENTARIOS!!!!!!!!

AXO Q OS BROW Q ESTAO FALANDO MAL DESSE CD E DA MUSICA REALMENTE NAO SABEM O Q EH SAMBA...

POR FAVOR RAPAZIADA, VAI CONENTAR OS CDS DOS

Dias Atrás - Cpm 22
Quando o Sol se For - Detonautas
Musa do Verão - Felipe Dylon
Heloísa, Mexe a Cadeira - Vinny
Daqui pra Frente - NX Zero

PQ ISSO SIM DEVE SER MUSICA DE QUALIDADE NEH?

ATE POSSO AFIRMAR Q ISSO SIM EH MUSICA POPULAR BRASILEIRA - MPB NEW GENERATION

POVINHO SEM CULTURA EH O POVO BRASILEIRO MESMO...

VO DA UM TOKE PRA VCS...

APRENDAM PRIMEIRO O Q EH CULTURA NUSICAL E NAO CAIAM NA BURRICE DE DIZER Q UM CD COMO ESSE DA LECI BRANDAO NAO TEM QUALIDADE

E VIVA OH SAMBA, VIVA A JOVEM GUARDA, VIVA O XOTE , VIVA O BAIAO, VIVA A VERDADEIRA MPB MUSICA POPULAR BRASILEIRA

ASS: HEDERSON (GORDINHO)

14 de agosto de 2008 às 21:09  

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