25 de fevereiro de 2008

Tetê solta (todos) os pássaros de sua garganta

Resenha de CD
Título: E Va por Ar
Artista: Tetê Espíndola
Gravadora: Tratore
Cotação: * * * 1/2

Desde o álbum Pássaros na Garganta, editado em 1982, Tetê Espíndola insere sons da natureza - em especial, os dos pássaros - em sua música. Tal vertente que rendeu discos originais como Ouvir / Birds (1991) e Voz Voix Voice (2002). E Va por Ar não segue trilha tão experimental. Contudo, é pautado por esta rara interação da artista com a natureza. Trata-se do 15º álbum da boa cantora, projetada nacionalmente em 1985 no Festival dos Festivais, da Rede Globo, ao defender Escrito nas Estrelas. Em E Va por Ar, álbum gravado ao vivo em 2004 em show em Campo Grande (MS) e finalizado em 2007, Tetê explora seus agudos como na música do festival. E o que se escuta é uma reunião de canções de inspiração ruralista, compostas por Tetê com parceiros como Arnaldo Black (Ópera da Natureza e Voz), Jerry Espíndola (Toada da Saudade), Arrigo Barnabé (SERtão) e Alzira E (Morena Amiga e Prata no Mar). Há beleza (e estranhamento) nestas canções que brotam da raiz mais caipira da música brasileira. O destaque do CD é Semente de Som, bela parceria de Tetê com Chico César. E, como curiosidade, há Pássaros - o número improvisado em que Tetê faz a platéia soltar os pássaros da garganta. No todo, são 40 minutos de uma música agradável que já não se ouve na selva das cidades.

20 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Tetê Espíndola é uma das nossas artistas mais importantes por sua ousadia, inquietação e inconformismo. Precursora do bucolismo nos grandes centros, abriu espaço para a estranheza nó cenário musical brasileiro e se firmou com personalidade única. Admiro sua coragem e atemporalidade. Mais que uma influência, ela é uma inspiração. E Va Por Ar é mais um passo nesta trajetória consolidada e pessoal que o mercado ainda teima em resistir,mas o que seria do artista sem o inconformismo? Já não basta a grande maioria dos programas de TV e rádio mostrarem a mesma coisa sempre? Parabéns a ela.

25 de fevereiro de 2008 às 23:15  
Anonymous Anônimo said...

Essa sim é ARTISTA na concepção da palavra.

Meus respeitos !

Aliás, bom dizer que no show de lançamento do CD DOLORES, no Teatro do Sesc Vila Mariana, em São Paulo, ela deu um verdadeiro show cantando algumas canções.

26 de fevereiro de 2008 às 00:41  
Anonymous Anônimo said...

Tetê é uma super cantora. Ela podia esquecer esse lance de mostrar os agudos de sua voz e essas experiencias com sons de pássaros e cantar uma boa MPB...com direito a blues e jazz. Suingue na voz ela tem de sobra...

26 de fevereiro de 2008 às 07:54  
Anonymous Anônimo said...

Risos apenas...

26 de fevereiro de 2008 às 10:58  
Anonymous Anônimo said...

Acho que o que faz o diferencial em Tetê é justamente seu estilo, sua ousadia e experimentação. Para que ser medíocre se se tem talento para ser ARTISTA?

26 de fevereiro de 2008 às 11:31  
Anonymous Anônimo said...

O disco "Vox" é um dos melhores já feitos em todo o mundo.

Não há instrumentos musicais. A Tetê faz mais de 100 vozes no lugar deles.

Realmente o Brasil desperdiça e joga fora seus talentos únicos e inigualados no mundo inteiro.

Só mesmo o Mauro para divulgar um trabalho primoroso de uma artista como ela.

abração,
Denilson

26 de fevereiro de 2008 às 13:20  
Anonymous Anônimo said...

E gravar jazz, mpb e blues é ser medíocre?? Essa eu não entendi...
Tetê pode transformar qq CARINHOSO em música inédita, como já o fez!

26 de fevereiro de 2008 às 16:02  
Anonymous Anônimo said...

"Risos apenas" é típíco de gente preconceituosa e sem entendimento artístico.

26 de fevereiro de 2008 às 16:55  
Anonymous Anônimo said...

Leia-se medíocre no sentido de ordinário, vulgar e mediano. Temos centenas de cantores e cantoras assim. Tetê é artista ímpar não apenas pelo timbre de sua voz, mas porque arrisca em arranjos ousados. O CD mais fraco da carreira de Tetê é o "Só Tetê", cujo repertório é convencional (Tom Jobim, Djavan, etc.), com arranjos também convencionais. Caso continuasse nesta direção perderia sua especificidade que é o que ela tem de mais original e próprio. Nada contra jazz, blues ou MPB, mesmo porque sou um consumidor destes gêneros. Defendo Tetê e sua originalidade. Entendeu ou será preciso desenhar?

26 de fevereiro de 2008 às 17:06  
Blogger Flávia C. said...

Esse disco não foi lançado por volta de outubro do ano passado? Por que resenha só agora?

26 de fevereiro de 2008 às 18:09  
Anonymous Anônimo said...

Engraçado..."Só Tetê", pra mim , é o melhor disco da Tetê. Ali ela mostra o que realmente pode fazer, sem se agarrar no canto da cotovia!!!!

26 de fevereiro de 2008 às 23:41  
Anonymous Anônimo said...

Eu tenho esse Cd desde o ano passado, e é muito bom. Melhor que o anterior.

Edu - abc

27 de fevereiro de 2008 às 09:22  
Anonymous Anônimo said...

TETÊ TEM UMA GRAVAÇÃO PRIMOROSA DE 'SERTANEJA' EM UM DE SEUS PRIMEIROS DISCOS. E CANTAVA COM GRAÇA E BREJERICE 'FLOR AMOROSA' EM SEUS PRIMEIROS SHOWS.

DESDE QUE RESOLVEU SE CONFUNDIR COM A PASSARADA...NEM PENA NEM BICO.

27 de fevereiro de 2008 às 22:29  
Anonymous Anônimo said...

Tetê nunca resolveu se confundir com a passarada. Ela tem pássaros na garganta. É pouco ou quer mais?

28 de fevereiro de 2008 às 08:15  
Anonymous Anônimo said...

Todo mundo já sabe q ela e a cotovia são primas... Tá na hora dela voar pra outros campos!!!!

28 de fevereiro de 2008 às 08:27  
Anonymous Anônimo said...

Caro anônimo (8:27), Tetê não é uma artista que pertence à grande mídia. Entretanto não somos obrigados a ouví-la como acontece em situações que temos que engolir certos "artistas". Com certeza ela não está tocando nos TEUS campos. Então deixe-a em paz.

28 de fevereiro de 2008 às 15:41  
Anonymous Anônimo said...

Anônimo das 3.41.... eu adoro a Tetê...fico apenas triste de ver como ela fica se limitando a esse tipo de repertório... Vc já ouviu a gravação dela pra Estrada do Sol, num recente tributo a Dolores Duran? E a versão dela para Imagina , do Tom, e Esquinas do Djavan?? Foram sublimes!!!

28 de fevereiro de 2008 às 17:13  
Anonymous Anônimo said...

Reverenciando o depoimento acima deste grande cantor que é Carlos Navas, fica a dica pra ouvirem ele e Tetê no clássico "Joujoux e Balagandans", de Lamartine Babo, no primoroso CD que Navas lançou dedicado a Mario Reis. Eu os assisti juntos aqui em Porto Alegre em janeiro e foi inesquecível. São duas das nossas maiores e mais belas vozes e esbanjam afinidade.
www.carlosnavas.com.br

Ricardo de Porto Alegre

28 de fevereiro de 2008 às 23:13  
Anonymous Anônimo said...

Desculpe anônimo de cima... Tetê , tudo bem...agora, Carlos Navas????? Voz pequena e comum... Tão jogando muito confete em feijão com arroz - e olha, q sem muito tempero....

29 de fevereiro de 2008 às 11:09  
Blogger KL said...

Os anos 1980 e 90 foram cruéis com praticamente 100% dos artistas. Até 1984, ainda havia a busca pela originalidade e se ouviam ecos da Vanguarda Paulista, movimento que foi simplesmente engolido pelo tecnopop (vide a gravação de "Pô, amar é importante" - símbolo dessa transformação). Tetê Espíndola, embora sempre mal dirigida e mal acessorada, ainda é a última grande cantora surgida por aqui. Com ou sem pássaros na garganta.

KL.
www.fotolog.terra.com.br/bossabrasileira

7 de junho de 2009 às 16:12  

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