Beatles voltam teatralizados em vozes afinadas
Resenha de musical
Título: Beatles num Céu de Diamantes
Direção: Charles Möeller
Direção Musical: Claudio Botelho
Roteiro: Cristiano Gualda & Charles Möeller
Elenco: Gottsha, Kacau Gomes, Marya Bravo, Tatih
Köhler, Cristiano Gualda, Cristiano Penna, Fabrício
Negri, Jonas Hammar, Jules Vandystadt, Raul Veiga
e Rodrigo Cirne
Local: Sesc-Copacabana (RJ)
Data: 10 de janeiro de 2008
Cotação: * * * *
Da mesma maneira que o filme Across the Universe se utilizou do grandioso repertório dos Beatles para contar uma história de amor e política, ambientada na contracultura dos anos 60, o novo espetáculo da dupla Charles Möeller e Cláudio Botelho teatraliza o cancioneiro atemporal dos Fab Four em roteiro que abre mão de textos. São apenas canções, 47, ouvidas nas vozes de afinado time de onze atores-cantores. Por mais que seja frustrada a tentativa de sugerir, por meio das músicas, um enredo baseado no livro Alice no País das Maravilhas, Beatles num Céu de Diamantes é espetáculo sedutor, ainda que utilize várias fórmulas e recursos cênicos já batidos - como malas e guarda-chuvas. Vale a pena ver.
Os arranjos da pianista Délia Fischer respeitam o cancioneiro do grupo sem tratá-lo com formalidade ou excessiva reverência. E os diretores criaram números de graciosa teatralidade - às vezes até com humor, como Yellow Submarine (1966) e Ob-la Di Ob-la Da (1968). Porém, o musical se sustenta nas vozes dos onze atores-cantores. E eles, em alguns momentos, põem o espectador no céu. Marya Bravo tem seu grande instante em While my Guitar Gently Weeps (1968). Um pouco antes, Kacau Gomes brilha bastante em Something (1969). Mais para o final, Gottsha aproveita bem a sua melhor oportunidade em Here There and Everywhere (1966), em um acento que tende para o blues. Na ala masculina, o destaque é Cristiano Gualda, que entoa sozinho temas como Golden Slumbers (1969) e The Long and Winding Road (1970). Mas elas dão o tom.
O cancioneiro dos Beatles é tão genial que resiste muito bem a esta abordagem que passa longe do rock. Há apenas piano, violoncelo e percussão - eventualmente tocada por Jonas Hammar, um dos onze atores-cantores. Apesar de uma ou outra supremacia vocal, o elenco soa homogêneo. E boa parte da graça do musical vem da interação de suas vozes em números como Help! (1965) e Across the Universe (1970). São onze atores-cantores oriundos de outros musicais da dupla Möeller e Botelho - como o recente Sete. Time de craques que justifica a ida ao teatro para ouvir hits dos Beatles.
Título: Beatles num Céu de Diamantes
Direção: Charles Möeller
Direção Musical: Claudio Botelho
Roteiro: Cristiano Gualda & Charles Möeller
Elenco: Gottsha, Kacau Gomes, Marya Bravo, Tatih
Köhler, Cristiano Gualda, Cristiano Penna, Fabrício
Negri, Jonas Hammar, Jules Vandystadt, Raul Veiga
e Rodrigo Cirne
Local: Sesc-Copacabana (RJ)
Data: 10 de janeiro de 2008
Cotação: * * * *
Da mesma maneira que o filme Across the Universe se utilizou do grandioso repertório dos Beatles para contar uma história de amor e política, ambientada na contracultura dos anos 60, o novo espetáculo da dupla Charles Möeller e Cláudio Botelho teatraliza o cancioneiro atemporal dos Fab Four em roteiro que abre mão de textos. São apenas canções, 47, ouvidas nas vozes de afinado time de onze atores-cantores. Por mais que seja frustrada a tentativa de sugerir, por meio das músicas, um enredo baseado no livro Alice no País das Maravilhas, Beatles num Céu de Diamantes é espetáculo sedutor, ainda que utilize várias fórmulas e recursos cênicos já batidos - como malas e guarda-chuvas. Vale a pena ver.
Os arranjos da pianista Délia Fischer respeitam o cancioneiro do grupo sem tratá-lo com formalidade ou excessiva reverência. E os diretores criaram números de graciosa teatralidade - às vezes até com humor, como Yellow Submarine (1966) e Ob-la Di Ob-la Da (1968). Porém, o musical se sustenta nas vozes dos onze atores-cantores. E eles, em alguns momentos, põem o espectador no céu. Marya Bravo tem seu grande instante em While my Guitar Gently Weeps (1968). Um pouco antes, Kacau Gomes brilha bastante em Something (1969). Mais para o final, Gottsha aproveita bem a sua melhor oportunidade em Here There and Everywhere (1966), em um acento que tende para o blues. Na ala masculina, o destaque é Cristiano Gualda, que entoa sozinho temas como Golden Slumbers (1969) e The Long and Winding Road (1970). Mas elas dão o tom.
O cancioneiro dos Beatles é tão genial que resiste muito bem a esta abordagem que passa longe do rock. Há apenas piano, violoncelo e percussão - eventualmente tocada por Jonas Hammar, um dos onze atores-cantores. Apesar de uma ou outra supremacia vocal, o elenco soa homogêneo. E boa parte da graça do musical vem da interação de suas vozes em números como Help! (1965) e Across the Universe (1970). São onze atores-cantores oriundos de outros musicais da dupla Möeller e Botelho - como o recente Sete. Time de craques que justifica a ida ao teatro para ouvir hits dos Beatles.
6 Comments:
numa boa, músicas dos beatles eu ouço com os beatles. ninguém os supera - ray charles talvez, mas é exceção.
Mauro, você comeu (ou quer comer) esse espetáculo? :p
The Long and Winding Road é uma das canções mais bonitas do quarteto...
Viva os Beatles!
A maior e a melhor banda de todos os tempos...
Bruno.
Musical??? Tô fora...
Musical? Oba, tô dentro!
E pra falar de alguma coisa, bem ou mal, precisamos assistir, certo?
Eu ainda não assisti, mas vários amigos meus elogiaram muito o espetáculo. Estou louca pra ver!
Eu já assisti 3 vezes e vou assistir mais uma... é imperdível, maravilhoso, nota dez MESMO!
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