CD e DVD para festejar os 30 anos de 'Embalos'
Faz exatamente 30 anos nesta sexta-feira, 14 de dezembro, que o mundo ocidental começou a se deixar contagiar pelos embalos de sábado à noite. Na pré-estréia que apresentou o filme Saturday Night Fever ao mercado cinematográfico norte-americano, em 14 de dezembro de 1977, ninguém poderia supor que o filme de John Badham, estrelado por um quase iniciante John Travolta, se transformaria logo num fenômeno de massa em âmbito mundial, influenciando o comportamento da juventude da época, mudando a cultura pop(ular), liderando as paradas de sucessos e marcando a década de 70. Para lembrar e festejar as três décadas de sucesso, a gravadora Warner Music e a Paramount estão reeditando - numa ação de marketing conjunta - o álbum que traz a (fantástica) trilha sonora do filme e o DVD com o longa-metragem, repleto de extras.
Reeditado sem faixas-bônus, remixes e sem sequer um texto que contextualize a sua importância na história da música de cinema, o disco com a trilha sonora de Saturday Nigth Fever acumula números também fenomenais. Calcula-se que ao longo destes 30 anos foram vendidos mais de 40 milhões de discos no mundo todo (15 milhões somente nos Estados Unidos). Por mais que tais dados tenham sido inflados, trata-se - de fato - da trilha sonora de filme mais vendida da história da indústria fonográfica. Um mérito dos Bee Gees. Depois de amargar período de baixa popularidade entre 1973 e 1974, o trio começou a reinventar sua música com beats dançantes. Jive Talkin' tinha garantido algum êxito para os irmãos Gibb em 1975. E foi justamente por causa desse som funkeado que o produtor do filme, Robert Stigwood, convidou os Bee Gees para assinar a trilha sonora da produção. Foi uma cartada certeira de Stigwood, mas certamente ele não imaginava - nem em seus mais delirantes sonhos - que o trio criaria uma música tão contagiante que teria papel decisivo no sucesso de Saturday Night Fever. E o curioso é que, das 17 faixas do disco, editado originalmente no formato de LP duplo, havia somente cinco novas músicas dos Bee Gees. Só que as cinco (Stayn' Alive, How Deep Is your Love, Night Fever, More than a Woman e If I Can't Have You) foram petardos explosivos que detonaram toda a febre de disco music no mundo.
É fato que foi a música dos Bee Gees que tornou o filme grandioso. Mas a história - inspirada em artigo de Nick Cohn, Tribal Rites of the New Saturday Night (Os Ritos Tribais de um Sábado à Noite), publicado em 1976 na revista New York Magazine - teve o mérito de mostrar na tela os anseios de uma juventude então sem grande perspectiva social que se anestesiava nas pistas para tornar a vida mais leve. Na pele de Tony Manero, John Travolta personificaria este jovem sem horizontes à vista que fazia da dança a sua válvula de escape. O sonho tinha acabado em 1970, mas toda uma geração crescia nos EUA em meio a um contexto de injustiça social e tinha que recriar seu próprio sonho. Nem que este fosse apenas ganhar um concurso de dança na discoteca mais badalada de seu bairro.
O relançamento nacional de Os Embalos de Sábado à Noite em DVD, numa Edição Especial de Aniversário, é oportuna. No Brasil, onde estreou em 1978, o filme também provocou frisson, alterou comportamentos e amplificou a disco music, sobretudo depois da estréia da novela das oito Dancin' Days, inspirada nos embalos que davam o tom da música pop da época. Como diz um depoimento ouvido nos (bons) minidocumentários apresentados nos extras do DVD, Saturday Night Fever está para os anos 70 assim como Juventude Transviada está para os 50. E o fato é que, 30 anos depois, aqueles embalos ainda reverberam na noite.
Reeditado sem faixas-bônus, remixes e sem sequer um texto que contextualize a sua importância na história da música de cinema, o disco com a trilha sonora de Saturday Nigth Fever acumula números também fenomenais. Calcula-se que ao longo destes 30 anos foram vendidos mais de 40 milhões de discos no mundo todo (15 milhões somente nos Estados Unidos). Por mais que tais dados tenham sido inflados, trata-se - de fato - da trilha sonora de filme mais vendida da história da indústria fonográfica. Um mérito dos Bee Gees. Depois de amargar período de baixa popularidade entre 1973 e 1974, o trio começou a reinventar sua música com beats dançantes. Jive Talkin' tinha garantido algum êxito para os irmãos Gibb em 1975. E foi justamente por causa desse som funkeado que o produtor do filme, Robert Stigwood, convidou os Bee Gees para assinar a trilha sonora da produção. Foi uma cartada certeira de Stigwood, mas certamente ele não imaginava - nem em seus mais delirantes sonhos - que o trio criaria uma música tão contagiante que teria papel decisivo no sucesso de Saturday Night Fever. E o curioso é que, das 17 faixas do disco, editado originalmente no formato de LP duplo, havia somente cinco novas músicas dos Bee Gees. Só que as cinco (Stayn' Alive, How Deep Is your Love, Night Fever, More than a Woman e If I Can't Have You) foram petardos explosivos que detonaram toda a febre de disco music no mundo.
É fato que foi a música dos Bee Gees que tornou o filme grandioso. Mas a história - inspirada em artigo de Nick Cohn, Tribal Rites of the New Saturday Night (Os Ritos Tribais de um Sábado à Noite), publicado em 1976 na revista New York Magazine - teve o mérito de mostrar na tela os anseios de uma juventude então sem grande perspectiva social que se anestesiava nas pistas para tornar a vida mais leve. Na pele de Tony Manero, John Travolta personificaria este jovem sem horizontes à vista que fazia da dança a sua válvula de escape. O sonho tinha acabado em 1970, mas toda uma geração crescia nos EUA em meio a um contexto de injustiça social e tinha que recriar seu próprio sonho. Nem que este fosse apenas ganhar um concurso de dança na discoteca mais badalada de seu bairro.
O relançamento nacional de Os Embalos de Sábado à Noite em DVD, numa Edição Especial de Aniversário, é oportuna. No Brasil, onde estreou em 1978, o filme também provocou frisson, alterou comportamentos e amplificou a disco music, sobretudo depois da estréia da novela das oito Dancin' Days, inspirada nos embalos que davam o tom da música pop da época. Como diz um depoimento ouvido nos (bons) minidocumentários apresentados nos extras do DVD, Saturday Night Fever está para os anos 70 assim como Juventude Transviada está para os 50. E o fato é que, 30 anos depois, aqueles embalos ainda reverberam na noite.
4 Comments:
boa lembrança, tenho 45 anos e esse filme marcou minha juventude e a dos meus amigos. já tinha ele em dvd,não vou comprar de novo. só digo que quem não viu deve ver
Isso marcou uma geração. Sem querer ser saudosista ou piegas, mas havia mais inocência nas pessoas. Claro que eram tempos diferentes, não tão urgentes e com muito menos informação diária para ser absorvida. Consequentemente as pessoas tinham mais tempo para "sei lá o que".
Quem nunca assitiu deve fazê-lo como disse o colega acima. Vale a pena!
O filme estreou aqui no Rio em 3 de julho de 1978. Revi o filme há alguns anos e, embora a trilha realmente seja sempre sensacional de se ouvir, acho que a história já me pareceu datada e até meio boba.
Vale mesmo como registro histórico. Não se pode dizer que é um filme atemporal como "Rocco e seus irmãos" ou "Sindicato de ladrões".
Mauro, será mesmo que "ninguém poderia supor que o filme se transformaria num fenômeno de massa"? O mesmo digo da música, do disco, da febre da discoteca, etc. Essa música engomada surgiu como resposta ao movimento punk. Mas enfim, droga por droga, porcaria por porcaria, é bom saber que essas distrações de ma$$a servem muito bem pra desviar a atenção de coisas de fato fundamentais... :p
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