2 de agosto de 2007

Pato Fu divaga sobre tempo em baladas ternas

Resenha de CD
Título: Daqui pro Futuro
Artista: Pato Fu
Gravadora: Rotomusic / Tratore
Cotação: * * *

De volta à cena indie, desta vez sem sequer arriscar parceria com uma gravadora multinacional para distribuir o seu nono álbum, o Pato Fu lança Daqui pro Futuro. Em sintonia com o título, o CD já foi todo disponibilizado para download pago no portal do UOL Megastore - pelo preço de R$ 9,90 o álbum inteiro e R$ 0,99 cada faixa - antes de chegar às lojas convencionais, o que, aliás, deverá acontecer por volta de 15 de agosto, com distribuição da Tratore.
Em Daqui pro Futuro, a grande criatividade exibida pelo grupo mineiro em álbum anterior - Toda Cura Para Todo Mal, um dos melhores lançamentos de 2005 - está mais rarefeita. Contudo, há o padrão Pato Fu de qualidade. Fernanda Takai, John Ulhoa e Cia. divagam sobre o tempo em baladas ternas, urdidas com delicado instrumental que consegue confundir o que é orgânico e o que é eletrônico. E, nessa mistura, repousa muito do charme do disco.
"Acima das nuvens, o tempo é sempre bom", diz Fernanda Takai em 30.000 Pés, uma das melhores canções do álbum. "Ele agora vê que o tempo é uma ilusão. E o passado são as linhas em suas mãos", reflete John Ulhoa, autor dos versos de A Verdade sobre o Tempo. O tempo passou, os músicos do grupo já têm filhos e há os sinais de aconchegante maturidade nas entrelinhas do repertório.
Gravado e mixado por John Ulhoa no seu próprio estúdio em Belo Horizonte (MG), o álbum tem produção econômica e eficaz, numa prova da viabilidade do ajuste aos tempos de crise sem o prejuízo artístico. O futuro já é agora - e o mundo virtual permitiu a adesão, via MP3, da cantora do grupo colombiano Aterciopelados, Andrea Echeverri, na faixa Tudo Vai Ficar Bem. Aliás, a fronteira também se expande em Cities in Dust, tema do repertório da banda gótica Siouxsie and the Banshees, um dos ícones do pós-punk da década de 80. Os mineiros trazem a música para seu universo light. O Pato Fu se conectou ao futuro, fiel ao passado e em forma no presente.

7 Comments:

Blogger Thiago Augusto Corrêa said...

Eu daria Quatro Estrelas, qualquer coisa acima de média já merece isso.

Sobre a criatividade rarefeita, como fã da banda, tive o estranhamento comum a qualquer cd da banda, já que ela nunca apresentou um cd igual em toda carreira. Ainda acho incrivel essa mudança em cada album.

Pra mim, junto com o novo da dupla White, já é um dos melhores do ano.

2 de agosto de 2007 às 21:09  
Anonymous Anônimo said...

A capa também é bacana.

3 de agosto de 2007 às 01:58  
Anonymous Anônimo said...

Considero Pato Fu uma das bandas mais competentes no cenario rock brasuca...
Sempre fizeram o som de sua preferecia... nunca foram rotulados a nada... e sempre presentearam os fãs com álbuns de qualidade...
Televisão de Cachorro ainda é o meu favorito da banda...

Bruno.

3 de agosto de 2007 às 09:21  
Anonymous Anônimo said...

Apesar de ser inferior ao Toda Cura(que junto com o Isopor é o meu preferido do PF),esse cd novo é muito bom.É muito bom ver uma banda pop tão cuidosa sempre.De tamanha qualidade e talento.E tenho que dizer que quanto mais ouço o cd,mais gosto dele e vejo ficar menor a distância dele pro Toca Cura...
Um album delicado e sincero.Música pop de qualidade.OUÇA!!!!!!!!!!!

3 de agosto de 2007 às 17:36  
Anonymous Anônimo said...

Mauro,

Acabo de ouvir o cd, e simplesmente adorei. Não pulo nenhuma faixa - todas são ótimas (a que mais gostei foi a que tem a participação da cantora do Aterciopelados). Grandes melodias, grande som, e Fernanda cantando cada vez melhor. Pra mim também já é um dos melhores do ano.

5 de agosto de 2007 às 21:24  
Anonymous Anônimo said...

Sou fã do grupo e dom som deles
Inteligentes e acho que é um dos melhores cds do ano

Dos anos 90 pra cá , é a mais interessante banda a surgir ao lado da Nação Zumbi

6 de agosto de 2007 às 10:00  
Anonymous Anônimo said...

A música Vagalume é uma das melhores baladas do Pato Fu. Vale a pena escutar com atenção e perceber a sutileza da letra!

7 de agosto de 2007 às 03:11  

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