8 de março de 2007

Voz e interpretação de Aydar crescem no palco

Resenha de show
Título:
Kavita 1
Artista:
Mariana Aydar
Local:
Centro
Cultural Carioca
Data:
7 de março
de 2007
Cotação:
* * * *

responsa cantar samba aqui no Rio", disse, quase se desculpando, Mariana Aydar antes de apresentar sua nobre releitura de Zé do Caroço, reeditando o registro do disco Kavita 1 que deu nova dimensão ao bom samba de Leci Brandão. Ao subir ao palco do Centro Cultural Carioca, na noite de quarta-feira, 7 de março, para mostrar ao Rio o show de lançamento de seu primeiro CD, a cantora de São Paulo justificou a expectativa criada pelo álbum - um dos destaques da rica safra fonográfica de 2006. A voz e a interpretação de Aydar crescem em cena. Sua presença no palco é imponente e o canto ganha mais potência e gestual (Aydar é do tipo que também canta com o corpo). Falta à artista, ainda, algum senso de direção (seus comentários entre os números poderiam ser mais enxutos e bem mais precisos), mas nada que apague o brilho do show e que tire a certeza de que Mariana Aydar veio para ficar. Tem personalidade!

A aura hype já criada em torno da cantora se traduziu na platéia na presença de convidados como a cantora Marina Lima e a atriz Mariana Ximenes. Mas Aydar não se deixou intimidar pelo caráter deste show feito mais para apresentar a artista nos meios artístico e jornalístico. No quarto número, Vai Vadiar, um samba jocoso do repertório de Zeca Pagodinho que teve o seu ritmo ralentado em favor do realce dos versos, os primeiros aplausos mais fortes já sinalizavam que Aydar era a dona da cena. Platéias vips à parte!!

Extrapolando o ótimo repertório de Kavita 1, CD gravado com a produção antenada de BiD, Aydar surpreendeu ao apresentar, no dialeto crioulo, Tunuka, tema de Mayra Andrade, jovem cantora, revelação da música de Cabo Verde. Munida de um triângulo, do qual lançaria mão novamente no bis forrozeiro que incluiu Feira de Mangaio, a cantora exibiu segurança em música de andamento acelerado e idioma difícil. Da mesma forma que pôs seu suingue à prova em Menino das Laranjas, música associada ao repertório de Elis Regina (1945 - 1982). E Aydar se garante bem nas divisões.

Dois números em especial foram amostra da grandeza e segurança da artista. Por coincidência, dois sambas de João Nogueira (1941 - 2001) e Paulo César Pinheiro. Minha Missão já abria o CD Kavita 1. A novidade, na voz de Aydar, foi O Poder da Criação, a segunda parte da trilogia aberta com Súplica (infelizmente, ausente do bom roteiro). Sob base percussiva inicialmente seca, à qual foi inserido o pandeiro de Bira Show, Mariana Aydar defendeu os sambas com um sentimento contagiante. A artista, aliás, consegue se apropriar com rara inteligência de músicas já exaustivamente cantadas. Foi assim também com Consolação, o clássico da dupla Baden Powell (1936 - 2000) e Vinicius de Moraes (1913 - 1980). Não é pouco...

Enfim, um show azeitado que revela uma cantora de intensidade incomum, não de todo exibida no seu refrescante disco Kavita 1.

7 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Com todo respeito, mas não vejo NADA de mais nela. Tremendo engodo de gravadora.

8 de março de 2007 às 09:17  
Anonymous Anônimo said...

Não vê? Consulta um oftalmo...

9 de março de 2007 às 03:28  
Anonymous Anônimo said...

3:28

O pior cego é aquele que não quer enxergar. Vc sim precisa de um oftalmo ou então quem sabe um neuro, procto, psiquiatra talvez?

9 de março de 2007 às 10:59  
Anonymous Anônimo said...

titia penha não acha bacana crianças assim, sem educação...

9 de março de 2007 às 16:26  
Anonymous Anônimo said...

Às vezes eu leio uns comentários (???) por aqui que me fazem supor que informatizaram a FEBEM. Só pode vir de lá.

Ainda bem que a grande maioria dos leitores/participantes deste blog têm um nível mais de acordo com o proprietário e com o próprio conteúdo do mesmo.
Com relação a cantora, não a conheço, mas a descrição de sua performance cênica me deixou curioso. Aprecio artistas expressivos no palco. Aguardarei uma oportunidade para assisti-la.

9 de março de 2007 às 16:52  
Blogger Renato said...

Assisti Maryana no Sesc Pompéia em São Paulo e achei a performance básica sem nada acrescentar ao disco.


http://tinyurl.com/39qjla

12 de março de 2007 às 21:55  
Anonymous Anônimo said...

entre as Marianas, fico com a Baltar. Mais consistente e menos afetada; mais coerente e menos antenada; mais voz e menos hype.

13 de março de 2007 às 15:12  

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