Carmina retorna contemporânea em 'Caruana'
Resenha de CD / DVD
Título: Caruana
Artista: Carmina Juarez
Gravadora: MCD
Cotação: * * *
"Estou no caminho de descobrir quem eu sou, e a música é belo instrumento para esse auto-conhecimento", diz Carmina Juarez no making of de seu primeiro DVD, editado dentro da série Toca Brasil, do projeto Itaú Cultural. Para quem nunca ouviu falar da cantora, Carmina surgiu no mercado fonográfico em 1996 com CD, Arrasta a Sandália, que seduziu a crítica com repertório voltado para o passado. A artista repetiu o diálogo com a tradição musical brasileira em 2000 com seu segundo disco (quase tão bom), Tenho Saudade, dedicado ao repertório da cantora Elisa Coelho. Caruana é seu terceiro trabalho. Carmina retorna à cena mais contemporânea - com músicas de Nando Reis (As Coisas Tão Mais Lindas, com preservação da assinatura melódica do autor) , Carlinhos Brown (Argila) e Chico César (Dança e Quando Eu Fecho os Olhos) - mas sem abrir mão de sua forte personalidade artística.
Com voz aguda de rara beleza e emissão precisa, Carmina procura conciliar estilos e latitudes musicais aparentemente distantes em roteiro aberto por um tema de índios do Pará, Araruna, ao qual se segue, apenas com vocalises, um jazz moderno de Bob McFerrin e Russell(Remembrance). Já Emoriô - parceria de Gilberto Gil e João Donato, gravada por Fafá de Belém em 1976 - tem seu ritmo ralentado em pulsação quase jazzística com uma atmosfera etérea.
Escorada nos arranjos do violonista Jardel Caetano, a artista junta Flores, dos Titãs, com Last Train Home (de Pat Metheny). São essas ousadias estilísticas que fazem a diferença. Com seu irmão, Thiago Pinheiro, Carmina faz dueto em músicas como Vô Alfredo, frevo de Guinga e Aldir Blanc. Mas é sozinha que a ótima cantora funciona melhor. Em cena, seu porte esguio lembra Marisa Monte. A voz também é de primeiro time. Tomara ela continue unindo tradições e modernidades sem patinar na banalidade do mercado.
P.S.: A filmagem do show é bem convencional - característica infeliz dos DVDs da série Toca Brasil. E, no caso de Caruana, as faixas 12 e 13 (A Moça do Sonho e Samba de Roda na Beira do Mar) estão invertidas nos créditos. Faltou mais atenção na edição.
Título: Caruana
Artista: Carmina Juarez
Gravadora: MCD
Cotação: * * *
"Estou no caminho de descobrir quem eu sou, e a música é belo instrumento para esse auto-conhecimento", diz Carmina Juarez no making of de seu primeiro DVD, editado dentro da série Toca Brasil, do projeto Itaú Cultural. Para quem nunca ouviu falar da cantora, Carmina surgiu no mercado fonográfico em 1996 com CD, Arrasta a Sandália, que seduziu a crítica com repertório voltado para o passado. A artista repetiu o diálogo com a tradição musical brasileira em 2000 com seu segundo disco (quase tão bom), Tenho Saudade, dedicado ao repertório da cantora Elisa Coelho. Caruana é seu terceiro trabalho. Carmina retorna à cena mais contemporânea - com músicas de Nando Reis (As Coisas Tão Mais Lindas, com preservação da assinatura melódica do autor) , Carlinhos Brown (Argila) e Chico César (Dança e Quando Eu Fecho os Olhos) - mas sem abrir mão de sua forte personalidade artística.
Com voz aguda de rara beleza e emissão precisa, Carmina procura conciliar estilos e latitudes musicais aparentemente distantes em roteiro aberto por um tema de índios do Pará, Araruna, ao qual se segue, apenas com vocalises, um jazz moderno de Bob McFerrin e Russell(Remembrance). Já Emoriô - parceria de Gilberto Gil e João Donato, gravada por Fafá de Belém em 1976 - tem seu ritmo ralentado em pulsação quase jazzística com uma atmosfera etérea.
Escorada nos arranjos do violonista Jardel Caetano, a artista junta Flores, dos Titãs, com Last Train Home (de Pat Metheny). São essas ousadias estilísticas que fazem a diferença. Com seu irmão, Thiago Pinheiro, Carmina faz dueto em músicas como Vô Alfredo, frevo de Guinga e Aldir Blanc. Mas é sozinha que a ótima cantora funciona melhor. Em cena, seu porte esguio lembra Marisa Monte. A voz também é de primeiro time. Tomara ela continue unindo tradições e modernidades sem patinar na banalidade do mercado.
P.S.: A filmagem do show é bem convencional - característica infeliz dos DVDs da série Toca Brasil. E, no caso de Caruana, as faixas 12 e 13 (A Moça do Sonho e Samba de Roda na Beira do Mar) estão invertidas nos créditos. Faltou mais atenção na edição.
8 Comments:
tem cantora demais no Brasil e não tem espaço para todo mundo.
Concordo com a Célia . Tem muitas que como Marisa Monte tentam ser 'o elo perdido entre o samba e a mpb ' . Segue a lista : Céu , Roberta Sá , Mariana Aydar , Mariana Baltar , Juliana Diniz , Vanessa da Matta , Ana Martins ...
É melhor ser o elo perdido entre o samba e a mpb do que muitas como esta que procuram e não encontram NADA na sua "rica" discografia. Viva Marisa Monte!
Marisa é o " elo perdido entre o samba e a mpb " . As outras ... são as outras e só !
É melhor ser o elo perdido entre o samba e a mpb do que muitas (a tdo tópico acima AC) como esta que procuram e não encontram NADA na sua "rica" discografia. Viva Marisa Monte!
Ai, meu Deus... vai começar!
Marisa Monte é Marisa Monte. É ótima e deu sorte de conhecer Nelson Motta que deu o impulso nescessário para ela fazr sucesso.
Carmina Juarez é Carmina Juarez, que é ótima, mas infelizmente não teve a mesma sorte de Marisa, apesar de ser tão talentosa quanto. Infelizmente os fãs da Marisa, muitas vezes, não tem muita curiosidade ou sensibilidade de conhecer pérolas escondidas.... pena. Ampliaria seus horizontes.
Célia, eu já perdi a conta das cantoras. Tinha parado na Marisa Monte e esse blog está me ajudando demais na atualização.
Vi o show de gravação do Caruana e agora tô aqui numa dúvida...
Esse trabalho da Carmina Juarez foi lançado também em CD.
Pra vender só encontro o DVD.
Abraço!
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