7 de novembro de 2006

Sting expõe desilusão medieval em disco erudito

Resenha de CD
Título:
Songs from

the Labyrinth
Artista: Sting
Gravadora:
Deutshe

Grammophon /
Universal Music
Cotação:
* * *

Aviso: é preciso ter o espírito musicalmente desarmado de preconceitos para entender e apreciar a beleza deste disco erudito de Sting. Esqueça o roqueiro que liderou nos anos 80 o The Police, uma das bandas mais influentes da cena pop mundial. No álbum, Sting (re)apresenta a música medieval de John Dowland (1563 - 1626), cantor e compositor inglês da era elizabetana. O artista concebeu o disco apenas com sua voz e o alaúde, instrumento de cordas do século 16, tocado por ele e por Edin Karamazov, músico da Bósnia que divide com Sting a parte instrumental do (bom) CD.

Ainda que o álbum tenda a ficar um pouco repetitivo ao longo de suas 23 faixas, a beleza e a poesia melancólicas de Dowland acabam seduzindo o ouvinte que não for esperar de Sting rigores eruditos no canto e na execução de temas como Come, Heavy Sleep e Can She Excuse my Wrongs (de harmonioso arranjo vocal). Alguns (The Battle Galliard, Fantasy) são instrumentais. Outros, como Flow my Tears (Lachrimae), têm seus versos entoados com um instrumental bem econômico, quase a capella.

Songs from the Labyrinth é álbum reverente ao universo do compositor medieval. A rigor, as 23 faixas reúnem apenas 16 músicas, pois Sting entremeia entre elas sete trechos de carta escrita por Dowland à corte inglesa em novembro de 1595. É charme de álbum conceitual que deve ser compreendido como um projeto à parte na discografia do ex-Police por expor a música e a poesia de um compositor tão distante da era atual, embora impregnado de desilusão e de beleza atemporais. Merece atenção.

1 Comments:

Anonymous Sérgio said...

respeito, mas prefiro o sting de antes

19 de dezembro de 2009 às 12:18  

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