Mutantes pouco mudam com discrição de Zélia
Resenha de CD / DVD
Título: Mutantes ao Vivo
Barbican Theatre, Londres, 2006
Artista: Mutantes
Gravadora: Sony BMG
Cotação: * * *
Os Mutantes pouco mudaram nesta volta à cena perpetuada no CD duplo e no DVD ora editados com o registro integral do show feito na Inglaterra, em 22 de maio, dentro de evento que celebrava a Tropicália. Somente com o prometido disco de inéditas - previsto já para 2007 - será possível avaliar se a banda ainda tem realmente algo a acrescentar ou se vai passar à história apenas pelo repertório gravado entre 1968 e 1972, revivido (não por acaso) nos 22 números do roteiro.
A gravação atual não deixa de ter caráter histórico pela reunião dos irmãos Arnaldo e Sérgio Dias Baptista. O primeiro parece feliz no palco. Mas, em essência, a banda oferece o mesmo som criado sob a efervescência tropicalista - e que ainda permanece moderno e inventivo, 40 anos depois da formação do grupo, em São Paulo. Para quem já tem os álbuns originais, o registro do show funciona mais como um completo best of da fase áurea dos Mutantes com a novidade da voz de Zélia Duncan. Os arranjos são geralmente fiéis às gravações feitas com Rita Lee. E a substituta da Ovelha Negra, discreta, parece integrada à banda sem o destaque normalmente conferido aos que assumem o microfone. Zélia não correu riscos...
A postura de Zélia comprova o acerto da opção de Sérgio Dias por seu nome, em detrimento de vozes como as de Fernanda Takai e Rebeca Matta. Sem soar como um clone de Rita Lee e sem cair na tentação de imitar a colega, Zélia experimenta agudos em temas como Top Top e cresce e aparece em Baby (entoada na versão em inglês feita para o álbum Jardim Elétrico, de 1971). Convence...
Como o projeto tem bom potencial comercial no exterior, o grupo optou por reviver em inglês músicas como Ando Meio Desligado, intitulada I Feel a Little Spaced Out na versão que termina com um exibicionista solo da guitarra de Sérgio. Pela mesma razão, o documentário do DVD oferece legendas em inglês, espanhol e em francês. Para gringos, os Mutantes ainda são saborosa novidade. Tanto que o cantor e compositor Devendra Banhart se ofereceu para participar do show e acabou encorpando, feliz da vida, os vocais de Bat Macumba (ao lado do guitarrista Noah Georgeson).
Para brasileiros, a mutação da geléia geral é quase imperceptível. Há um ou outro toque de atualidade como as citações dos nomes de George W. Bush e Tony Blair no afiado discurso introdutório de El Justiciero. No todo, os Mutantes ainda parecem os mesmos. E isso - diga-se - é grande mérito para grupo dissolvido há décadas!!
Título: Mutantes ao Vivo
Barbican Theatre, Londres, 2006
Artista: Mutantes
Gravadora: Sony BMG
Cotação: * * *
Os Mutantes pouco mudaram nesta volta à cena perpetuada no CD duplo e no DVD ora editados com o registro integral do show feito na Inglaterra, em 22 de maio, dentro de evento que celebrava a Tropicália. Somente com o prometido disco de inéditas - previsto já para 2007 - será possível avaliar se a banda ainda tem realmente algo a acrescentar ou se vai passar à história apenas pelo repertório gravado entre 1968 e 1972, revivido (não por acaso) nos 22 números do roteiro.
A gravação atual não deixa de ter caráter histórico pela reunião dos irmãos Arnaldo e Sérgio Dias Baptista. O primeiro parece feliz no palco. Mas, em essência, a banda oferece o mesmo som criado sob a efervescência tropicalista - e que ainda permanece moderno e inventivo, 40 anos depois da formação do grupo, em São Paulo. Para quem já tem os álbuns originais, o registro do show funciona mais como um completo best of da fase áurea dos Mutantes com a novidade da voz de Zélia Duncan. Os arranjos são geralmente fiéis às gravações feitas com Rita Lee. E a substituta da Ovelha Negra, discreta, parece integrada à banda sem o destaque normalmente conferido aos que assumem o microfone. Zélia não correu riscos...
A postura de Zélia comprova o acerto da opção de Sérgio Dias por seu nome, em detrimento de vozes como as de Fernanda Takai e Rebeca Matta. Sem soar como um clone de Rita Lee e sem cair na tentação de imitar a colega, Zélia experimenta agudos em temas como Top Top e cresce e aparece em Baby (entoada na versão em inglês feita para o álbum Jardim Elétrico, de 1971). Convence...
Como o projeto tem bom potencial comercial no exterior, o grupo optou por reviver em inglês músicas como Ando Meio Desligado, intitulada I Feel a Little Spaced Out na versão que termina com um exibicionista solo da guitarra de Sérgio. Pela mesma razão, o documentário do DVD oferece legendas em inglês, espanhol e em francês. Para gringos, os Mutantes ainda são saborosa novidade. Tanto que o cantor e compositor Devendra Banhart se ofereceu para participar do show e acabou encorpando, feliz da vida, os vocais de Bat Macumba (ao lado do guitarrista Noah Georgeson).
Para brasileiros, a mutação da geléia geral é quase imperceptível. Há um ou outro toque de atualidade como as citações dos nomes de George W. Bush e Tony Blair no afiado discurso introdutório de El Justiciero. No todo, os Mutantes ainda parecem os mesmos. E isso - diga-se - é grande mérito para grupo dissolvido há décadas!!
11 Comments:
Oi Mauro,
por que em alguns posts não aparece espaço para comentário? Às vezes quero comentar e não posso/consigo.
Mauro, desculpe , mas esses projetos revivalistas são natimortos. Todo mundo está tentando voltar, desde as Frenéticas até agora os Mutantes com a polivalente Zelia e, sem resultados. A figura ridícula dos irmãos Baptista com os cabelos pintados e cheios de rugas , não dá. As suas tres estrela foram benevolentes mas respeito.
Guto, como o fluxo de comentários é grande e intenso, e não se restringe aos posts da semana, mas também a notícias antigas, eu me sinto obrigado a restringir alguns posts porque, caso contrário, fica pesado para mim, já que tenho que ler todos os comentários antes de publicá-los e isso me toma muito tempo. Dos cinco posts do dia, dois geralmente são fechados.
Rita LEE ate hoje reclama da forma como foi afastada dos mutantes, pois diziam que não precisariam de voz feminina. O que será que mudou?
me desculpem mas para mim mutantes sem rita não é mutantes.
Parece que a Zelia é dispensavel nesse projeto !
Mas em TODOS os posts sobre sua protegida vc libera comentarios né Mauro ???? acho que sabe de quem eu falo ...
Justiça seja feita , Top Top com eles ficou bem melhor com eles que com Cassia !!!!
Emanuel Andrade disse
Não dá mesmo. Depois de tanta aparição não cosigo entender qual é a de Zélia. Vi o chatíssimo Fantástico o grupo e passei mal. Parece algo extra-terrestre. os caras já velhow, sem nenhuma emoção. Algo com cara de picaretagem comercial. E o pior: a figura de Zélia. E Rita Lee fez bem ter ficado de fora do barco. Mutantes Foi. E foi DEMAIS. Agora não é mais. Zelinha não combinou em nada ali. O estilo dele está á mil ano luz distante dos Mutantes. Zélia, cante só Capitu, acho ótima.
Ah. aí a gente vê os artistas e a turma das baladas do Rio na platéia achando que está participando de algo absoluto. Ai é demais.
Gente o mundo tá girando. Top Top ou Stop
Já escutei algumas faixas e gostei . Pena que Kurt ( Nirvana ) não está vivo pra curtir a (quase) volta de um de suas bandas preferidas . Top Top ficou igual a versão de Cassia Eller mas com o grupo , engraçado , eu curti mais ...
Agora ,Devendra Banhart é uma figuraça né ??
E Zélia , male male , poderai ter mais destaque !
Com todo respeito à Zélia...
..., mas RITA LEE é muito mais mutante do que ela! A Rita era uma das fundadoras do grupo, além de sua marca registrada! Isso ninguém tira dela!!! E acho esse revival de Mutantes uma das coisas mais fajutas que possam existir na face do universo! Criticam Rita por ela nao estar fazendo parte desta tolice, mas não criticam o mofo das irmãs Baptista!!!!! Não acho justo que Zélia receba tantas críticas por estar no posto que um dia pertenceu à Mãe do Rock nacional!!!!!! Acho uma ilusão de Sérgio e Arnaldo em tentar substituir alguém tão autêntico como Rita! Sinceramente, acho que eles tinham que prosseguir sem ela, apenas uma participação especial e só!
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