15 de agosto de 2010

'Cool' e sutil, Nina desbota canções no CD 'Azul'

Resenha de CD
Título: Azul
Artista: Nina Becker
Gravadora: YB Music
Cotação: * * *

Gêmeo do CD Vermelho que marca a dupla estreia de Nina Becker na carreira solo, Azul é disco cool que se mostra em sintonia com a frieza da cor que delimita sua tonalidade. Distante das cores vibrantes da folia da Orquestra Imperial, cujo posto de vocalista é dividido por Nina com Thalma de Freitas, Azul é disco pautado por sonoridades etéreas, delicadas e minimalistas que irmanam temas autorais como Medo (Nina Becker), Ela Adora (Nina Becker, Marcelo Callado e Ricardo Dias Gomes) e Pedido (Nina Becker). Há incômoda linearidade entre as dez faixas. Azul tem ritmo lento que evidencia as sutilezas do canto de Nina. Que enquadra dentro dessa frieza melancólica o samba Não me Diga Adeus (Paquito, Luiz Soberano e João Correia da Silva) e o Samba Jambo (Jorge Mautner e Nelson Jacobina). Parece ter havido a intenção de desbotar as músicas para realçar detalhes do canto refinado da artista e dos instrumentos. O disco resulta vazio - e cabe aos músicos, como Moreno Veloso (violoncelo em Dans Ton Île, parceria de Zoy Anastassakis com Domenico Lancellotti) e Gustavo Benjão (percussão em Não Tema, de Renato Martins), se insinuarem sutis nesse silêncio proposital. Nas lojas neste mês de agosto de 2010, Azul traz no irregular repertório duas músicas, Janela (Nina Becker e Domenico Lancellotti) e a inspirada Lá e Cá (Moreno Veloso, Quito Ribeiro e Bartolo), também incluídas em Vermelho em registros quentes. No calor ou no frio, Nina Becker rejeita as cores da folia, já certa de que todo Carnaval tem seu fim.

2 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Gêmeo do CD Vermelho que marca a dupla estreia de Nina Becker na carreira solo, Azul é disco cool que se mostra em sintonia com a frieza da cor que delimita sua tonalidade. Distante das cores vibrantes da folia da Orquestra Imperial, cujo posto de vocalista é dividido por Nina com Thalma de Freitas, Azul é disco pautado por sonoridades etéreas, delicadas e minimalistas que irmanam temas autorais como Medo (Nina Becker), Ela Adora (Nina Becker, Marcelo Callado e Ricardo Dias Gomes) e Pedido (Nina Becker). Há incômoda linearidade entre as dez faixas. Azul tem ritmo lento que evidencia as sutilezas do canto de Nina. Que enquadra dentro dessa frieza melancólica o samba Não me Diga Adeus (Paquito, Luiz Soberano e João Correia da Silva) e o Samba Jambo (Jorge Mautner e Nelson Jacobina). Parece ter havido a intenção de desbotar as músicas para realçar detalhes do canto refinado da artista e dos instrumentos. O disco resulta vazio - e cabe aos músicos, como Moreno Veloso (violoncelo em Dans Ton Île, parceria de Zoy Anastassakis com Domenico Lancellotti) e Gustavo Benjão (percussão em Não Tema, de Renato Martins), se insinuarem sutis nesse silêncio proposital. Nas lojas neste mês de agosto de 2010, Azul traz no irregular repertório duas músicas, Janela (Nina Becker e Domenico Lancellotti) e a inspirada Lá e Cá (Moreno Veloso, Quito Ribeiro e Bartolo), também incluídas em Vermelho em registros quentes. No calor ou no frio, Nina Becker rejeita as cores da folia, já certa de que todo Carnaval tem seu fim.

15 de agosto de 2010 às 12:57  
Anonymous Salogers said...

senti influência de Marisa Monte nesse trabalho da Nina

15 de agosto de 2010 às 22:14  

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