6 de agosto de 2009

Produção de 'Nove' é dez e valoriza safra de Ana

Resenha de CD
Título: Nove
Artista: Ana Carolina
Gravadora: Armazém / Sony Music
Cotação: * * *

Sétimo álbum de Ana Carolina, idealizado para festejar os dez anos de carreira fonográfica da artista mineira, Nove apaga a má impressão deixada pelo excessivo disco duplo anterior da (boa) cantora, Dois Quartos (2006). Dividida entre Alê Siqueira e o duo Mário Caldato & Kassin, a produção é dez e valoriza a safra de nove inéditas autorais com arranjos elegantes (a cargo de Arthur Verocai, Lincoln Olivetti, Felipe Pinaud e Sean O' Hagan) e uma ambiência de tonalidade eventualmente cool que contrasta com a temperatura normalmente quente da confessional obra autoral da compositora. Contudo, a excelência dessa produção não disfarça o fato de que a safra de inéditas não está à altura da discografia inicial da artista. Falta em Nove uma música arrebatadora como Garganta (o hit do primeiro álbum, Ana Carolina, de 1999) ou Uma Louca Tempestade, a parceria de Bebeto Alves e Totonho Villeroy que incrementou o repertório do bom CD Estampado (2003). O requinte harmônico que adorna baladas como Dentro (parceria de Ana com Dudu Falcão) e Era (somente de Ana) não é suficiente para torná-las tão sedutoras quanto outras baladas anteriores da artista. No gênero, a melodiosa Resta - parceria de Ana com a italiana Chiara Civello e Dulce Quental - parece ser a de melhor cepa. A faixa conta com os vocais em italiano de Chiara, também parceira de Ana num grande momento do CD, 10 Minutos (Dimmi Perchê), faixa que ganhou toques de tango eletrônico. Assim como a menos inspirada 8 Estórias, outra parceria de Ana com Chiara Civello (artista italiana que Carolina conheceu no Rio).
Com a aura moderna de Nove, Ana Carolina ambiciona o prestígio e o status perdidos após forte investida no populismo radiofônico com gravações como as de Elevador, É Isso Aí (em dueto com Seu Jorge) e Rosas. Até seu canto potente soa mais comedido, numa economia vocal que, a rigor, começou a ser ensaiada no anterior Dois Quartos. Mas o flerte explícito com o pop em Entreolhares (The Way You're Looking at me) - a parceria com John Legend que não expõe toda a força da voz do cantor norte-americano, destaque na atual cena de soul e r & b - sinaliza que, apesar da embalagem refinada, nada mudou tanto assim no som de Ana Carolina. Quanto aos sambas, em cujos créditos figura o novo parceiro Mombaça, Torpedo ostenta boa letra de Gilberto Gil. Já Tá Rindo, É? esboça crítica social nos versos. Ambos superam os sambas ruins de Dois Quartos sem, no entanto, roçar o suingue de Cabide (2005) ou a beleza melódica de Vestido Estampado (2003). Fecha o disco Traição, classuda balada adornada pelo piano de Daniel Jobim que ganha leve ambiência jazzy por conta do baixo e dos vocais de Esperanza Spalding. Enfim, mesmo deixando a sensação permanente de que a produção é muito melhor do que a música em si, Nove sinaliza a saudável intenção de Ana Carolina de se renovar. Se tivesse dado continuidade às conexões com inspirados compositores como Chico César e Vitor Ramil, experimentadas em Estampado, o CD poderia resultar mais coeso. Fica a incômoda impressão de que a embalagem é tão bonita que faz o conteúdo parecer melhor do que ele realmente é.

34 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Sétimo álbum de Ana Carolina, idealizado para festejar os dez anos de carreira fonográfica da artista mineira, Nove apaga a má impressão deixada pelo excessivo disco duplo anterior da cantora, Dois Quartos (2006). Dividida entre Alê Siqueira e a dupla Mário Caldato, a produção é dez e valoriza a safra de nove inéditas autorais com arranjos elegantes (a cargo de Arthur Verocai, Lincoln Olivetti, Felipe Pinaud e Sean O' Hagan) e uma ambiência de tonalidade eventualmente cool que contrasta com a temperatura normalmente quente da confessional obra autoral da compositora. Contudo, a excelência dessa produção não disfarça o fato de que a safra de inéditas não está à altura da discografia inicial da artista. Falta em Nove uma música arrebatadora como Garganta (o hit do primeiro álbum, Ana Carolina, de 1999) ou Uma Louca Tempestade, a parceria de Bebeto Alves e Totonho Villeroy que incrementou o repertório do bom CD Estampado (2003). O requinte harmônico que adorna baladas como Dentro (parceria de Ana com Dudu Falcão) e Era (somente de Ana) não é suficiente para torná-las tão sedutoras quanto outras baladas anteriores da artista. No gênero, a melodiosa Resta - parceria de Ana com a italiana Chiara Civello e Dulce Quental - parece ser a de melhor cepa. A faixa conta com vocais em italiano de Chiara, também parceira de Ana num grande momento do CD, 10 Minutos (Dimmi Perchê), faixa que ganhou toques de tango eletrônico. Assim como a menos inspirada 8 Estórias, outra parceria de Ana com Chiara Civello (artista italiana que Carolina conheceu no Rio).
Com a aura moderna de Nove, Ana Carolina ambiciona o prestígio e o status perdidos após forte investida no populismo radiofônico com gravações como as de Elevador, É Isso Aí (em dueto com Seu Jorge) e Rosas. Até seu canto potente soa mais comedido, numa economia vocal que, a rigor, começou a ser ensaiada no anterior Dois Quartos. Mas o flerte explícito com o pop em Entreolhares (The Way You're Looking at me) - a parceria com John Legend que não expõe toda a força da voz do cantor norte-americano, destaque na atual cena de soul e r & b - sinaliza que, apesar da embalagem refinada, nada mudou tanto assim no som de Ana Carolina. Quanto aos sambas, em cujos créditos figura o novo parceiro Mombaça, Torpedo ostenta boa letra de Gilberto Gil. Já Tá Rindo, É? esboça crítica social nos versos. Ambos superam os sambas ruins de Dois Quartos sem, no entanto, roçar o suingue de Cabide (2005) ou a beleza melódica de Vestido Estampado (2003). Fecha o disco Traição, classuda balada adornada pelo piano de Daniel Jobim que ganha leve ambiência jazzy por conta do baixo e dos vocais de Esperanza Spalding. Enfim, mesmo deixando a sensação permanente de que a produção é muito melhor do que a música em si, Nove sinaliza a saudável intenção de Ana Carolina de se renovar. Se tivesse dado continuidade às conexões com inspirados compositores como Chico César e Vitor Ramil, experimentadas em Estampado, o CD poderia resultar mais coeso. Fica a incômoda impressão de que a embalagem é tão bonita que faz o conteúdo parecer melhor do que ele realmente é.

6 de agosto de 2009 às 13:28  
Blogger Unknown said...

Sei que não é esse o assunto do post, mas bem que você poderia resenhar o novo DVD das Chicas ("Emn tempos de crise nasceu a canção"), né? Elas merecem, o DVD é lindo!

6 de agosto de 2009 às 13:32  
Blogger Fernanda said...

É a primeira vez que leio a resenha sobre um cantor. Bem, ouvi uma música nova da Ana que faz parceiria com John Legend e particularmente não gosto de tantas parcerias (até fiz um comentário sobre isso no meu blog).

Se me arrisco a comentar, penso que ela deve a cada trabalho mudar mesmo o foco. E especialmente nesta nova música ela mudou bastante aquele ritmo já indentificável da "Ana carolina" que já estava cansativo. Se o cantor nao puder renovar essa arte então não tem porque produzir um cd, e além do mais, ela é consagrada ao ponto de não precisar fazer música popular pra tocar no rádio!

Muito interessante seu blog.
Parabéns!

6 de agosto de 2009 às 14:07  
Anonymous Anônimo said...

Agradeço a resenha, Mauro. O disco deve chegar hoje e até domingo eu ouço. Vamos ver quem acertou, o Antônio Carlos Miguel que recomendou o disco (5 estrelas) ou se é só correto ("ouça com moderação") como você resenhou (3 estrelas).
Como fã da Ana vou tentar dar um desconto e procurar ser profissional...

6 de agosto de 2009 às 14:29  
Anonymous Anônimo said...

É, Maurito, quem vê cara não vê coração. Vou ouvir, já que sou colecionador e desde o primeiro compro tudo dela mesmo, e depois te conto. Abração.

6 de agosto de 2009 às 14:44  
Anonymous Anônimo said...

Ih, então é verdade? Foi quase isso que o cara da Folha disse ontem... Achei que era implicância dele...

6 de agosto de 2009 às 14:53  
Anonymous Euterpe said...

Milagre! Ressuscitaram o Lincoln Olivetti.

6 de agosto de 2009 às 15:42  
Blogger Flávia Azevedo said...

Mauro sei que deve ter ouvido isso de muitas pessoas, mas Parabéns pelo profissional que você é adoro teu trabalho, sou fã da Ana Carolina, porém acho que a arte evolui por conta de pessoas como você....

6 de agosto de 2009 às 16:04  
Blogger Flávia Azevedo said...

E gostaria de fazer um pedido Mauro.

Que você comente um pouco sobre o trabalho "Playing for Change. Beijos

6 de agosto de 2009 às 16:11  
Anonymous Anônimo said...

Em relação as composições da Ana Carolina, só cresce. N9ve mostra isso. Não achei o melhor álbum de carreira, mas já é suficiente para provar porque é vista como a maior revelação destes 10 anos.
O grande destaque do CD foi os sambas. 'Tá Rindo, É?' é a melhor composição.
Porém esperei mais coisas. Não que a produção criou uma 'maquiagem' para ser visto como o grande disco da Carolina, mas não vejo todo o talento da cantora em N9ve, como o primeiro álbum da cantora - realmente o melhor e mais perfeito (sem titar os méritos de Estampado ).

6 de agosto de 2009 às 16:37  
Anonymous Anônimo said...

Quando menos é mais!

6 de agosto de 2009 às 16:47  
Anonymous Denilson said...

Eu não comprei o cd, mas escutei algumas de suas músicas e fiquei com a mesma impressão do Mauro.

A cantora Ana Carolina está muito melhor, pois está mais contida. Mas a compositora ainda deixa muito a desejar, na minha opinião, ok?

Agora, é um luxo ter um arranjador como Arthur Verocai. Parabéns para ela por esse bom gosto.

abração a todos,
Denilson

6 de agosto de 2009 às 17:00  
Anonymous Anônimo said...

Não escutei o disco,mas deve ser bonito pelo que vc comentou.Vou escutar! Tenho respeito pela Ana Carolina, ela revolucionou a MPB.Para o bem ou para o mal, revolucionou.E quem revoluciona merece respeito! E ponto!

6 de agosto de 2009 às 17:20  
Anonymous Anônimo said...

"Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás".
VIVA ANA CAROLINA, virou o jogo essa menina.

Anônimo, o poeta.

6 de agosto de 2009 às 17:30  
Anonymous Fernando said...

Eu gostei muito,10 minutos é ótima.

6 de agosto de 2009 às 18:24  
Anonymous Anônimo said...

Eu ia escrever justamente o que o grande Denilson escreveu, faço minhas as palavras dele: "Agora, é um LUXO ter um arranjador como Arthur Verocai. Parabéns para ela por esse bom gosto!" Alias, todos que indiretamente passam pelas mãos da minha ídola eu admiro.
E quanto a Ana, aguardo ansioso pois também compro quase tudo dela (só não tenho o quarto, o quartinho e o multishow, pois achei deveras apelativo e ruim). Que ela venha com um discaço e volte a compor com o mesmo TESÃO do início de carreira. E eu gosto MUITO como cantora. Abraços,

Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

6 de agosto de 2009 às 20:13  
Anonymous Anônimo said...

VOU REPRODUZIR PORQUE "VALE A PENA LER DE NOVO":

"Está no DVD "Estampado". Palavras de João Bosco (que não é arroz de festa nem gosta de falar por falar como alguns aí que nem preciso citar):
"QUANDO OUVI VOCÊ ARRANHANDO AQUELES AZULEJOS COM A GARGANTA, EU TAVA NO AUTOMÓVEL, NÉ ? AÍ EU DIGO 'PÔ, O QUE QUE É ISSO NÉ ?' PORQUE EU COSTUMO PARAR, EU COSTUMO ESTACIONAR E COSTUMO ANOTAR AS FRASES DA MÚSICA PRA PODER SABER QUEM É DEPOIS. BACANA VOCÊ OUVIR ALGUÉM ASSIM NO RÁDIO E E ENCOSTAR O CARRO MUNIDO DE PAPELZINHO E CANETA PARA DEPOIS PROCURAR QUEM É..."

Preciso dizer mais ?"

6 de agosto de 2009 às 20:36  
Blogger Daniel said...

engraçado que no blog , o Mauro ele foi bem mais eufemico, ponderado nas palavras, q na critica anterior
tipo antes ele falava q entreolhares tinha um pop descarado, aqui ja fala em flerte com o pop, falava que os sambas eram ruins, aqui ja fala que sao melhores que em dois quartos, enfim, atenuou a critica, nem falou da exaustao dela como compositora... me deu a impressão de ter se acorvadado ou apenas ouviu mais vezes e pensou melhor?

6 de agosto de 2009 às 22:09  
Blogger Unknown said...

Na verdade, acho que o Mauro não é imparcial para falar de Ana, acho que como ele é muito fã dela como intérprete, como já demonstrou em algumas resenhas, sempre acha as composiçoes aquém do talento da Ana, mas nao porque realmente o sejam, mas porque como ele sempre espera muito, ele sempre se frustra, como disseram ai para o bem ou para o mal ana revolucionou a mpb e so por isso ja merece respeito...Mauro condena as letras de Ana e elogiou as do cd novo do nando reis, leiam as letras de musicas como "Baby eu so queria" do Nando e "Era" da Ana e comparem para verem como o Mauro é incoerente... A letra do samba Tá Rindo é? é uma das melhores da Ana , já a de torpedo é bem chatinha e sem graça mas o mauro faz questao de ressaltar a do gil, falo nada

6 de agosto de 2009 às 22:20  
Anonymous Anônimo said...

Não gostei desse cd, Ana Carolina deveria abrir o leque e gravar outros compositores. como compositora está deixando muito a desejar.
Como cantora é uma das melhores da sua geração.

7 de agosto de 2009 às 01:17  
Anonymous Anônimo said...

Avante Ana!!!!

Essa sim, a melhor voz de sua geração!



Leandro - Brasilia/DF

7 de agosto de 2009 às 09:16  
Anonymous Anônimo said...

Melhor voz é indiscutível.

Compositora ? Não se esqueçam de que o Brasil não tem tradição de compositorAs. Não só nessa mas desde que a música é música conta-se nos dedos em qualquer geração as compositoras da nossa música.

Ana é um Chico Buarque ? Não, claro que não. Mas Ana também não é um Michael Sullivan. FAZ O SUFICIENTE PARA ME DEIXAR CONTENTE.

Anônimo, o poeta.

7 de agosto de 2009 às 11:42  
Anonymous Anônimo said...

Gostaria de consertar, Mauro, fui na empolgação. Eu diria melhor intérprete. Melhor voz é a de Mônica Salmaso - límpida, cristalina, afinada, uma flor em botão dessa nova geração.

Anônimo, o poeta.

7 de agosto de 2009 às 11:55  
Anonymous Anônimo said...

Ana querida!

Vc é a melhor cantora da sua geração! Grava umas coisas bacanas da MPB consagrada.Acho que vai ficar demais... Sei disco também é interessante.

7 de agosto de 2009 às 12:39  
Anonymous Anônimo said...

Comparado ao anterior Dois Quartos, evoluiu e muito como compositora. Voltou ao bom gosto e acertos de Estampado. Que continue na ascendente. É SÓ NÃO INVENTAR!

7 de agosto de 2009 às 12:55  
Blogger Unknown said...

Sem querer desmerecer o trabalho da Ana mas eu esperava mto mais. Achei o album chato. Talvez ouvindo mais vezes eu mude de ideia!

7 de agosto de 2009 às 21:20  
Anonymous Anônimo said...

Sem querer inflar o ego de Ana, concordo com a maioria aí. É um disco muito bom. Digno da maior revelação da música brasileira deste século. Pode melhorar, claro, mas quem não pode ?

8 de agosto de 2009 às 11:44  
Anonymous Diego said...

Eu curti muito o disco!
Está suave,gostei d+!

8 de agosto de 2009 às 12:08  
Anonymous Gabriel Sampaio said...

Ana
Você foi muito bem nesse cd,produção maravilhosa.Achei o cd ótimo!
Traição foi foda!Tá rindo é?Também é 10.

8 de agosto de 2009 às 12:13  
Anonymous Anônimo said...

... reconhece a queda mas não desanima, levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima...

DÁ-LHE GARGANTA!

8 de agosto de 2009 às 16:47  
Blogger Claudio Almeida said...

Mauro, ouvi o CD várias vezes e o que mais me chamou a atenção foram os arranjos, que estão ótimos. Achei as letras razoáveis. Gostei de "10 minutos" e "Tá rindo, é?". Gostei também da suavidade do canto da Ana.

8 de agosto de 2009 às 20:39  
Anonymous Anônimo said...

O disco é muito bom realmente (daria 4 estrelas, Mauro, o "Globo" exagerou e você economizou).
A gente fica até na dúvida de qual é a melhor, o que já quer dizer muito, sem contar a vontadezinha de repetir e repetir ("Vale a pena ouvir de novo").
Ela agora pode até olhar para a arquibancada e repetir a famosa frase do Zagalo, com alguma mudança: "Vão ter de me ouvir"!

8 de agosto de 2009 às 21:49  
Anonymous Anônimo said...

Claúdio e demais que me lêem, quem tem uma VOZ como essa moça aí FAZ O QUE QUER COM ELA: vai de Rosa Passos à Cássia Eller quando bem entender.
Eu, como fã de carteirinha, também adorei a "delicadeza" da intérprete neste NOVE, mas virá o "DEZ" e ela pode voltar granindo que eu também aprovo.

Eu detesto ópera, mas conforme opinião mundial são seus cantores ou cantoras os maiores gogós do Planeta. Sendo assim, pode voltar a Ana Pavarotti que eu também baaaaaaaabo.

9 de agosto de 2009 às 01:53  
Blogger Nayara Brito said...

Acho muito válido essa experimentação que a Ana fez em N9ve. Definitivamente não é meu disco favorito dela (o que não quer dizer, de modo algum, que não seja bom). Acompanho-a há um bom tempo e na minha opinião o Dois Quartos foi sua melhor produção até agora. Não "excessivo", como vc destacou acima. Acho que as 24 faixas couberam bem no disco-duplo. Há nele uma coerência, um bom gosto e uma sofisticação que não serão fáceis de alcançar novamente. Canções belíssimas como Tolerância, outras de conteúdo político(surpresa!), como Cristo de Madeira e Nada te faltará e arranjos ma-ra-vi-lhosos como os de Manhã e Homens e mulhres...
Quanto ao apelo popular, alguém comentou aqui e eu repito: ela já tem seu lugar ao Sol e prescinde um hit na rádio.
Confesso que tive um receio quando vi o "visu" deste último álbum, um leve susto, que já vinha sendo anunciado pelo Dois Quartos, mas, como já disse, é válido.

Abraço e parabéns pelo trabalho. ;)

28 de janeiro de 2011 às 22:08  

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