Tristeza de Teresa Cristina balança com leveza
Resenha de CD e DVD
Título: Melhor Assim - Ao Vivo
Artista: Teresa Cristina
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * * * 1/2
Em cena, a tristeza do samba de Teresa Cristina já balança com mais leveza. O segundo registro ao vivo da cantora - Melhor Assim, editado pela EMI Music neste mês de abril de 2010 nos formatos de CD e DVD - é sintomaticamente o primeiro assinado por Teresa sem o Grupo Semente. Com desenvoltura inédita em sua trajetória nos palcos, a cantora extrapola as fronteiras da Lapa (RJ) sem sair do seu quintal majestoso, expandindo parcerias e latitudes na gravação feita em show no Espaço Tom Jobim em 27 de outubro de 2009 (clique aqui para ler a resenha da gravação). Sim, já distante da intérprete excessivamente introspectiva dos primeiros tempos, a cantora está mais solta e mais alegre em cena - uma postura que faz belo contraste com a melancolia embutida na boa safra de inéditas autorais. Guardo em mim (parceria de Teresa e Edu Krieger), Lembrança e Convite à Tristeza reiteram o tom melancólico de obra que vem crescendo em quantidade e qualidade. Até mesmo a chegada do amor é celebrada com essa tal melancolia - como em Poesia, destaque da parcela de novidades do roteiro. Que inclui um alto partido, Couve É Nome de Maria, e pisa com autoridade no terreno afro em Morada Divina (parceria com Arlindo Cruz) e em Capitão do Mato. Fora da seara autoral, Beijo Sem - o sedutor samba inédito de Adriana Calcanhotto, cantado em duo com Marisa Monte - já é um clássico imediato do gênero por inserir a mulher sem culpas no mundo masculino da orgia, citando nominalmente a Lapa, bairro carioca que projetou Teresa Cristina neste universo ainda eventualmente machista. 10!
Melhor Assim é raro caso em que o registro fonográfico supera o show em si que o gerou. E não somente pelas luxuosas e afetivas participações especiais captadas fora do palco. A anfitriã recebeu no estúdio nomes de peso como Caetano Veloso (Festa Imodesta, samba de 1974), Lenine (Trégua Suspensa, samba de Teresa com Lula Queiroga que, embora seja bom, está aquém do currículo dos autores), Arlindo Cruz (Coisas Banais, esquecido grande samba de Candeia com Paulinho da Viola) e sua mãe, Dona Hilda, com quem recorda Orgulho, a peça do folhetim da Ângela Maria dos anos 50.
No palco, Teresa entra na roda do samba da Bahia, pesca no baú pérola do pagode dos anos 80 - Pura Semente, samba de Arlindo Cruz e Acyr Marques que fez sucesso na voz do também esquecido Marquinhos Satã e que a cantora revive em dueto com Seu Jorge, amigo dos velhos tempos de universitária - e esboça ares de diva para recontar, bluesy, A História de Lily Braun (Chico Buarque e Edu Lobo). Entre palco e estúdio, entre músicas do presente e do passado, os 26 números do DVD (superior ao de 2005, inclusive pelo apuro técnico da filmagem) ratificam a salutar expansão de parceiros e repertório que rege, nesta gravação ao vivo, a voz de Teresa Cristina - uma pessoa vitoriosa, fiel à tristeza que balança.
Título: Melhor Assim - Ao Vivo
Artista: Teresa Cristina
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * * * 1/2
Em cena, a tristeza do samba de Teresa Cristina já balança com mais leveza. O segundo registro ao vivo da cantora - Melhor Assim, editado pela EMI Music neste mês de abril de 2010 nos formatos de CD e DVD - é sintomaticamente o primeiro assinado por Teresa sem o Grupo Semente. Com desenvoltura inédita em sua trajetória nos palcos, a cantora extrapola as fronteiras da Lapa (RJ) sem sair do seu quintal majestoso, expandindo parcerias e latitudes na gravação feita em show no Espaço Tom Jobim em 27 de outubro de 2009 (clique aqui para ler a resenha da gravação). Sim, já distante da intérprete excessivamente introspectiva dos primeiros tempos, a cantora está mais solta e mais alegre em cena - uma postura que faz belo contraste com a melancolia embutida na boa safra de inéditas autorais. Guardo em mim (parceria de Teresa e Edu Krieger), Lembrança e Convite à Tristeza reiteram o tom melancólico de obra que vem crescendo em quantidade e qualidade. Até mesmo a chegada do amor é celebrada com essa tal melancolia - como em Poesia, destaque da parcela de novidades do roteiro. Que inclui um alto partido, Couve É Nome de Maria, e pisa com autoridade no terreno afro em Morada Divina (parceria com Arlindo Cruz) e em Capitão do Mato. Fora da seara autoral, Beijo Sem - o sedutor samba inédito de Adriana Calcanhotto, cantado em duo com Marisa Monte - já é um clássico imediato do gênero por inserir a mulher sem culpas no mundo masculino da orgia, citando nominalmente a Lapa, bairro carioca que projetou Teresa Cristina neste universo ainda eventualmente machista. 10!
Melhor Assim é raro caso em que o registro fonográfico supera o show em si que o gerou. E não somente pelas luxuosas e afetivas participações especiais captadas fora do palco. A anfitriã recebeu no estúdio nomes de peso como Caetano Veloso (Festa Imodesta, samba de 1974), Lenine (Trégua Suspensa, samba de Teresa com Lula Queiroga que, embora seja bom, está aquém do currículo dos autores), Arlindo Cruz (Coisas Banais, esquecido grande samba de Candeia com Paulinho da Viola) e sua mãe, Dona Hilda, com quem recorda Orgulho, a peça do folhetim da Ângela Maria dos anos 50.
No palco, Teresa entra na roda do samba da Bahia, pesca no baú pérola do pagode dos anos 80 - Pura Semente, samba de Arlindo Cruz e Acyr Marques que fez sucesso na voz do também esquecido Marquinhos Satã e que a cantora revive em dueto com Seu Jorge, amigo dos velhos tempos de universitária - e esboça ares de diva para recontar, bluesy, A História de Lily Braun (Chico Buarque e Edu Lobo). Entre palco e estúdio, entre músicas do presente e do passado, os 26 números do DVD (superior ao de 2005, inclusive pelo apuro técnico da filmagem) ratificam a salutar expansão de parceiros e repertório que rege, nesta gravação ao vivo, a voz de Teresa Cristina - uma pessoa vitoriosa, fiel à tristeza que balança.
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Em cena, a tristeza do samba de Teresa Cristina já balança com mais leveza. O segundo registro ao vivo da cantora - Melhor Assim, editado pela EMI Music neste mês de abril de 2010 nos formatos de CD e DVD - é sintomaticamente o primeiro assinado por Teresa sem o Grupo Semente. Com desenvoltura inédita em sua trajetória nos palcos, a cantora extrapola as fronteiras da Lapa (RJ) sem sair do seu quintal majestoso, expandindo parcerias e latitudes na gravação feita em show no Espaço Tom Jobim em 27 de outubro de 2009 (clique aqui para ler a resenha da gravação). Sim, já distante da intérprete excessivamente introspectiva dos primeiros tempos, a cantora está mais solta e mais alegre em cena - uma postura que faz belo contraste com a melancolia embutida na boa safra de inéditas autorais. Guardo em mim (parceria de Teresa e Edu Krieger), Lembrança e Convite à Tristeza reiteram o tom melancólico de obra que vem crescendo em quantidade e qualidade. Até mesmo a chegada do amor é celebrada com essa tal melancolia - como em Poesia, destaque da parcela de novidades do roteiro. Que inclui um alto partido, Couve É Nome de Maria, e pisa com autoridade no terreno afro em Morada Divina (parceria com Arlindo Cruz) e em Capitão do Mato. Fora da seara autoral, Beijo Sem - o sedutor samba inédito de Adriana Calcanhotto, cantado em duo com Marisa Monte - já é um clássico imediato do gênero por inserir a mulher sem culpas no mundo masculino da orgia, citando nominalmente a Lapa, bairro carioca que projetou Teresa Cristina neste universo ainda eventualmente machista. 10!
Melhor Assim é raro caso em que o registro fonográfico supera o show em si que o gerou. E não somente pelas luxuosas e afetivas participações especiais captadas fora do palco. A anfitriã recebeu no estúdio nomes de peso como Caetano Veloso (Festa Imodesta, samba de 1974), Lenine (Trégua Suspensa, samba de Teresa com Lula Queiroga que, embora seja bom, está aquém do currículo dos autores), Arlindo Cruz (Coisas Banais, grande esquecido samba de Candeia com Paulinho da Viola) e sua mãe, Dona Hilda, com quem recorda Orgulho, a peça do folhetim da Ângela Maria dos anos 50.
No palco, Teresa entra na roda do samba da Bahia, pesca no baú pérola do pagode dos anos 80 - Pura Semente, samba de Arlindo Cruz e Acyr Marques que fez sucesso na voz do também esquecido Marquinhos Satã e que a cantora revive em dueto com Seu Jorge, amigo dos velhos tempos de universitária - e esboça ares de diva para recontar, bluesy, A História de Lily Braun (Chico Buarque e Edu Lobo). Entre palco e estúdio, entre músicas do presente e do passado, os 26 números do DVD - superior ao de 2005 inclusive pelo apuro técnico da filmagem - ratificam a salutar expansão de parceiros e repertório que rege, neste registro ao vivo, a voz de Teresa Cristina, pessoa vitoriosa na selva do mercado fonográfico.
Finalmente, meu caro Mauro, você postou a resenha. Eis o meu ponto de vista:
Estava revendo uma entrevista da minha cantora preferida, Beth Carvalho, onde ela afirmava que para se ter uma carreira bem sucedida tem que ter idealismo e paixão. Confesso que nas primeiras notas do Mauro sobre este projeto da Teresa, eu fiquei um pouco receoso, torci o nariz quando li sobre a presença de alguns convidados que de certa forma não são sambistas, mas que vez ou outra se saem bem quando regravam o ritmo. Marisa Monte (essa era a exceção, pois o samba está sempre bem em suas mãos), Caetano, Lenine, Seu Jorge, Adriana Calcanhoto, Edu, Chico e outros.
Eu fiz no íntimo um pré-julgamento até mesmo pela lista de compositores. Estava achando muito elitista, mas o meu maior medo era o de acontecer com a Teresa o que já aconteceu com outras cantoras. Medo dela se certificar de que a partir de AGORA os rumos da sua carreira pudessem estar voltados para uma linha mais MPB, deixar o samba de lado. Poderia ser mais uma a se certificar de que a partir de agora um repertório mais diversificado pudesse ser a garantia da sua mais nova carteira de identidade e que todo trabalho posto anteriormente, IMPECÁVEL até aqui, de repente fosse relegado em segundo plano e ilegitimado toda uma assinatura.
Mas FELIZMENTE, ela não enveredou por esses caminhos. O Melhor Assim é tudo de bom! A começar pelo título do belo samba do Nei e do Claudio Jorge indicado pelo Arlindo em depoimento nos extras do dvd.
Continuando 2:
O projeto em si é um passeio e uma mescla de todo bom gosto e coerência na escolha do repertório. O samba se faz presente sempre e há a necessária diversidade do ritmo. É samba de amor, sentimental, é raiz, é negro, é religioso, é exaltação, é com classe, revisita os grandes, é Samba Maiúsculo, é simplesmente lindo!
Teresa firma-se como uma das grandes intérpretes de Paulinho da Viola. Regrava as músicas Cantando e Coisas Banais, num dueto afetivo com Arlindo, que na minha opinião é o elo para dois pontos fortes do projeto. Morada divina, pra mim, é o grande samba do disco. Samba voltado às manifestações afro-religiosas que finalmente ganha registro. Outro ponto alto acontece com Seu Jorge na regravação do sucesso Pura Semente.
Teresa mostra-se bem mais solta e mais segura como intérprete quando encarna a difícil missão de cantar clássicos sem se preocupar com as comparações. Tudo é ilusão (sucesso de Clara Nunes, do grande disco de 75, Claridade) é outro bom momento do DVD, A História de Lily Braun (mais desinibida no palco e saindo-se bem), A Felicidade e Festa Imodesta, todos muito bem feitos e muito bem concebidos.
Os arranjos e os músicos, como sempre, de primeira! Aliás, Teresa não mexe em time que está ganhando. A única ressalva fica por conta da ausência sentida de Pedro Miranda.
Aqui no blog surgiu uma piadinha sobre a omissão no nome do Grupo Semente, mas sinto informar que para tristeza de alguns, felizmente, certificou-se que não existe abandono algum. Servirá somente como intriga da oposição e para especulações de fãs que não têm argumentos. Apelidaram-na como “nome fantasia”, que, aliás, pode ser devidamente empregado nas cópias mal feitas das grandes cantoras de samba e as que se acham e simplesmente não acontecem. Vão continuar por aí na pista, posando de divas, sem se dar conta de que para o público serão ilustres desconhecidas.
Continuando (3):
Não querendo mais me prolongar, torço para que todos possam adquirir este projeto. Pra finalizar, Teresa Cristina é a grande sucessora de Dona Ivone Lara em termos de composição e da Rainha Beth na questão da escolha do repertório. Depois de ter composto o belo samba Cantar, do CD Delicada, ela se SUPERA AINDA MAIS com o lindo poema que é o samba POESIA!
Permita-me transcrevê-lo, Mauro:
“Sorri quando te conheci. Quis ser de mais ninguém. Existia um porém que eu fiquei sem saber. Se o que tinha de ser me fazia sorrir. Menti, resisti com ardor. Não pensava em querer. Foi olhar pra você e o cenário mudou. E ficou tudo azul como tinha de ser. Deixei a mão da poesia rabiscar um poema. Pra falar de amor. Ter você como tema. E agradecer em verso a prosa que eu ouvi. Em letra e melodia. Agradeço o dia em que te conheci.”
Que canção é essa? Belíssima para embalar o dia dos namorados.
Ouçam, aprendam e rendam-se definitivamente ao talento, ao comprometimento, A VERDADE, ao idealismo e a paixão pelo samba dessa fantástica cantora Teresa Cristina. O samba precisa de Teresa, as outras podem ser dispensadas. MUITO SUCESSO e obrigado por este projeto.
Abraços altamente satisfatórios com o dinheiro bem gasto (no CD e no DVD!),
Marcelo Barbosa – Brasília (DF)
PS: E talento é hereditário. Que beleza o Orgulho cantado em dueto com D. Hilda! Bela voz!
PS2: Só faltou a minha Rainha. Mas espero um dia que ela retribua o convite. E quanto a Marisa, de quem sou fã de carteirinha, confesso que até nem percebi tanto, os olhos voltaram-se mais para a Rainha do Samba da Lapa. Salve Teresa!
PS3: Quanta diferença quando se sabe escolher música! A prova está em Couve é nome de Maria, que conta sobre uma Maria sem ser fubá, sem apelar e principalmente, sem ser chula (como no repertório equivocado de certas cantoras).
Mauro,
Obrigado por ter publicado todo conteúdo que escrevi. Abs,
Marcelo Barbosa - Brasília (DF)
Vou correndo comprar. Teresa merece.
Abração, Marcelo.
Luiz Leite - Belém/PA.
Parabéns, Mauro, pela bela resenha.
A Teresa merece. Apesar de eu não ser totalmente fascinado pelo canto dela, reconheço o seu talento e a sua paixão pela música. Apenas discordo com a opinião da maioria quanto ao samba "Beijo Sem", que acho apenas mediano. Mas é apenas a minha opinião.
Parabéns também ao Marcelo, pelo belo texto e por sua paixão irrestrita pelo samba.
abração,
Denilson
Está maravilhoso mesmo! Comprei CD e DVD no primeiro dia que saiu e não consigo parar de ver e ouvir.
Concordo com o Marcelo que "Morada Divina" é o grande momento do trabalho. Que coisa linda esse samba!
Mostrei o DVD para as minhas duas avós e quando terminou "Morada" uma delas disse: "Nossa Juliana, essa música me deixou arrepiada".
Dentre as regravações destaco também "O que vier eu traço", que ficou demais.
Teresa prova que é possível evoluir sem mudar, ou melhor, mudar é preciso, mas sem perder sua essência.
Único porém: quem compra só o CD perde muita coisa boa. Este é um trabalho lindo, que está incompleto no CD.
Para os interessados em saber mais da boca da própria Teresa, neste hotsite (http://fanbase.com.br/emi/teresa_cristina/hotsite/) ela fala extensamente sobre cada escolha, inclusive o porquê deste trabalho não levar o nome do Grupo Semente, apesar de três de seus quatro integrantes tocarem com ela.
Abração!
Um momento a frente de sua semente. Ponto para ela e para seu time.
Agora poderemos ver TC fora do espaço do Carioca da Gema, que para as apresentações dela já estava pequeno demais, insuportávelmente pequeno, desrespeitoso mesmo. Sem espaço para coçar o nariz ou mesmo aplaudir.
Novos palcos para um novo produto, que mantem a semente, mas virou fruta boa.
Carioca da Piedade
Caro Marcelo Barbosa, achei seu texto bastante lúcido. No entanto, permita-me, com todo respeito: essa discussão de samba X MPB é velha, ultrapassada e só colabora para fortalecer os axés, pagodes mauriçolas, sertanejos universitários, forrós eletrônicos e outras bobagens popularescas. Deixa a Teresa flertar com a MPB à vontade, assim como a Mariana Aydar e outras intérpretes ligadas à MPB podem e devem cantar samba quando e como bem entenderem. Se for música de qualidade poética e melódica, está valendo.
Abraços cordiais,
Coutinho
Concordo com Coutinho.E o que é MPB?Dá para você conceituar Marcelo Barbosa?Na minha opinião a quantidade de ataques preconceituosos dirigidos a essa tal MPB e a seus artistas,seja político ou ideológico,supera as agressões qualquer outro estilo.Hoje a MPB é tão marginalizada que por ex.,só aparece pelas madrugadas longínquas da Globo.O samba sempre foi um chorão e por incrível que pareça se defende muito bem.Já o pessoal da MPB é taxado como arrogantes que se apropriaram de uma sigla que não é compatível com a musica que fazem,e que deveriam se denominar MEB,musica elitista brasileira.Espertas são Beth Carvalho que abandonou-a e a ecletíssima Marisa Monte que pode se gabar de nunca ter se aderido a ela?Corajosa essa Teresa Cristina!Passo a admirá-la mais.
Vamos por partes:
Meu caro Denilson, meu amigo, você é suspeito, mas realmente a paixão é muito forte pelo ritmo. Radicalismo total! rs Obrigado.
Ju, você citou o samba do Alvaiade da Velha Guarda da Portela (não o grupo), também gosto muito! É o mais puro samba com DNA, com fundamentos da querida escola de Oswaldo Cruz e Madureira. E por falar em Portela, o samba exaltação: Um samba de amor é muito bonito, até mais do que o lançado composto por ela e lançado no segundo disco, se não me engano chamado Portela.
E concordo plenamente também quando você escreve que muita coisa boa ficou de fora. Infelizmente, tem muito samba bom que faltou no cd, por isso tenho recomendado aos amigos que não podem adquiri-los, que optem pelo dvd.
Coutinho, obrigado pela cordialidade, mas me permita uma ressalva. O meu discurso "purista" diz respeito apenas no que tange ao início das escolhas. Acho que cada um tem SIM o direito de fazer as suas, encontrar seus caminhos, porém, o sentido da minha crítica diz mais respeito ao rótulo imposto no lançamento de um determinado artista (geralmente pela gravadora ou pela própria mídia especializada e acatado pelo artista) do que propriamente na abrangência do seu repertório. A Teresa por exemplo canta clássicos da MPB nesse dvd e no outro(Com a perna no mundo), mas mesmo assim coloca o samba na jogada. O A Felicidade (outro ponto alto do projeto) dela é completamente diferente e tão maravilhoso quanto o da Nara.
E esse lande de MPB, a própria Beth é contra esse separatismo, no que eu também concordo!
O que significa a sigla MPB? Não seria Música Popular Brasileira? Existe ritmo mais popular e brasileiro do que o Samba (discurso de Beth)? Acho que não, mas infelizmente há esse separatismo até mesmo quando você se dirige a uma loja e encontra o distanciamento das prateleiras. É uma forma de preconceito com o ritmo, de depreciação. Confesso que já joguei a toalha sob esse aspecto.
E voltando ao foco, não sendo o dono da verdade e não apontando o direcionamento da carreira alheia, confesso que na posição de público fiel a um ritmo,e desde o seu surgimento discográfico, gostaria que ela permanecesse FIEL ao ritmo. Só isso!
NO MEU GOSTO PARTICULAR já têm muitas cantoras novatas "diversificadas" fazendo o mais do mesmo e enveredando para o caminho da MPB, digo, do repertório mais diversificado. Aliás, diversificado em termos, pois são praticamente todas iguais.
Com todo respeito,o artista que não escolhe um público alvo, acaba resvalando num mercado MUITO MAIS competitivo, com cantores ainda mais consagrados e que cantam praticamente a mesma coisa, seguem a mesma linhagem. Não os recrimino, ele é livre para fazer as suas escolhas e cabe ao público acompanhá-los ou não.
Se amanhã a Teresa optar por esse caminho ela certamente conduzirá seus fiéis seguidores do samba, mas encontrará uma concorrência ainda maior. Estrategicamente poderá dar muito certo como também poderá dar muito errado, é o tal do tiro no pé.
Como escrevi anteriormente, o samba precisa de Teresas, torço para que ela mantenha-se fiel e coerente nas suas escolhas iniciais e siga fazendo um legado no ritmo (lembrando que Beth não se lançou sambista, mas solidificou uma carreira mantendo-se fiel às suas escolhas, como Clara também, que nunca relegou o samba, seguia o caminho da diversificação, mas com maior abrangência no ritmo que a consagrou. Ambas maravilhosas).
E quanto as outras, que elas sigam as suas escolhas e sejam felizes. Tem espaço para todos. Ouço tudo, mas o meu alvo maior é o Samba.
Anônimo (ou seria uma anônima?) das 18:25 eu também concordo com algumas coisas escritas e acho que já te respondi com o discurso acima.
Abraços,
Marcelo Barbosa - Brasília (DF)
PS: Sem paciência de revisar. A cada nova revisada, mudo ainda mais o contexto.
É isso aí, Marcelo, cada um tem seu gosto pessoal e deve realmente batalhar pela valorização e pelo fortalecimento do estilo de música que mais lhe apetece. Da minha parte, sou um amante do samba como você, mas no meu coração também pulsa forte a tão combalida MPB, aquela mesma dos festivais, onde, aliás, o samba de qualidade (não os pagodes cafonas e oportunistas) se encaixa perfeitamente. Por isso fico feliz em ver que há uma geração onde a Teresa, sambista nata, se associa sem medo ao Edu Krieger, por exemplo, que vem fazendo um belo trabalho de renovação da boa MPB.
Um abraço respeitoso,
Coutinho
Gostei muito do novo CD/DVD de Teresa Cristina, principalmente das suas composições. "Poesia" e "Um Samba De Amor" são uns primores! Gostei muito também de "Bonifácio" (Márcio Valverde, Luciano Caroso e Carlos Colavolpi). Estas 3 músicas me "pegaram" desde quando assisti ao show de gravação do DVD, em outubro.
Parabéns ao Mauro, pela bela resenha, e ao Marcelo pelos comentários sobre o DVD.
Abraços,
Geraldo
Vitória (ES)
P.S.: "Um Samba De Amor", composta por Teresa no início de carreira, teve como fonte de inspiração um show que ela assistiu, na quadra da Portela, do João Nogueira. Confiram a história no link que a Ju Oliveira postou no seu comentário.
Pois é, Coutinho! Que ela regrave muitos sambas do Chico, Djavan, João Bosco, mas que também não se esqueça de um Luiz Carlos da Vila, de uma Dona Ivone Lara, Cartola,....
Geraldo, vou confessar a você que é o fã nº 1 da Teresa no Notas, que eu escrevi sob forte emoção.
Depois darei uma olhada no link sugerido pela Ju e por você. Abs,
Marcelo Barbosa - Brasília (DF)
Marcelo, meu caríssimo amigo.
Sou suspeito por quê? rsrs
Adoro o samba, como um todo. Mas não consigo ouvir o mesmo estilo de música. Tenho necessidade vital de conhecer e escutar vários estilos musicais e artísticos.
Você conhece o trabalho do Thiago Amud? Mistura baião e frevo com atonalismo e experimentalismo. Acho fantástico. www.myspace.com/thiagoamud
abração,
Denilson
Fala cantor! Suspeito em relação ao elogio à minha pessoa. rs
Ainda não conheço o trabalho do Thiago.Vou escutá-lo! Abs,
Marcelo Barbosa - Brasília (DF)
" grande esquecido samba " ? Não há aí uma inversão ...
Gente, gente, gente!!!! Acabei de ouvir Teresa Cristina cantar do programa da Katia Fonseca, na rede Gazeta. Fiquei maravilhada, confesso que chorei...Linda voz, melodiosa, de fazer a gente querer invadir a TV e abraça-la de tão bonito e tão bela voz.
Adoro timbre de voz como desta cantora, meu ouvido é preparado somente para vozes como a dela. Ele agradece quando escuta alguém como Teresa Cristina, cantar.
Meus parabéns, muitas alegrias e muitas portas abertas para ela levar nossa querida musica, em particular o samba para todo lugar do MUNDO!!!..rsrs...Com esta voz maravilhaso, muita gente merece sim ver e ouvir ela cantar !
Pena eu estar nas Minas Gerais, Juiz de Fora, pq se eu estivesse ai em Sampa com certeza iria ve-la cantar.
Grande abraço e parabéns a todos que de certa forma foram responsáveis pela produção deste novo CD/DVD.
Parabéns e muitas alegrias , sucesso e mais sucesso para ela!!
Beijokas Mauro Ferreira,
Rosa Maria
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