17 de dezembro de 2009

CD cantado de Caldi expõe vigor do compositor

Resenha de CD
Título: Cantado
Artista: Marcelo Caldi
Gravadora: MP,B
/ Universal Music
Cotação: * * * 1/2

Ótimo pianista e acordeonista, Marcelo Caldi é instrumentista de raro talento que tem atuado com regularidade em alguns dos melhores discos produzidos no Rio de Janeiro. Cantado é seu segundo álbum solo. Como insinua o título, trata-se de CD em que Caldi solta a voz - com competência, porém sem se impor como intérprete. É o compositor que, de fato, brilha em Cantado. Com ênfase nos ritmos nordestinos, mas sem se prender a eles, Caldi toca em modernas questões urbanas nas letras de temas como Xote (no qual defende a viabilidade de relação a três), Console (composto com Vinicius Castro) e Ser Cidade (parceria com João Cavalcanti, autor da letra). Entre baião (O Sanfoneiro, parceria com Sérgio Ricardo, gravada com Rodrigo Maranhão), valsa (Turbulências no Chão) e choro instrumental (Espirro, em que o artista expõe sua habilidade ao piano), Caldi transita até por tango, Espinheiras, uma de suas duas primeiras parcerias com Hermínio Bello de Carvalho. Espinheiras é destaque de repertório autoral que conta com adesão de Elza Soares (no embate suingado de Guerra É Guerra) e culmina num Drama'n Bass. Mais sedutor em sua primeira metade, na qual figuram músicas como o xote Por Trás do Umbigo (parceria com Edu Krieger), Cantado reitera o talento de um dos artistas mais interessantes da nova geração. Mesmo sem ser cantor arrebatador (fato comum, aliás, no time masculino que vem produzindo boa música brasileira), Marcelo Caldi merece especial atenção pelo conjunto de sua obra autoral.

1 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Ótimo pianista e acordeonista, Marcelo Caldi é instrumentista de raro talento que tem atuado com regularidade em alguns dos melhores discos produzidos no Rio de Janeiro. Cantado é seu segundo álbum solo. Como insinua o título, trata-se de CD em que Caldi solta a voz - com competência, porém sem se impor como intérprete. É o compositor que, de fato, brilha em Cantado. Com ênfase nos ritmos nordestinos, mas sem se prender a eles, Caldi toca em modernas questões urbanas nas letras de temas como Xote (no qual defende a viabilidade de relação a três), Console (composto com Vinicius Castro) e Ser Cidade (parceria com João Cavalcanti, autor da letra). Entre baião (O Sanfoneiro, parceria com Sérgio Ricardo, gravada com Rodrigo Maranhão), valsa (Turbulências no Chão) e choro instrumental (Espirro, em que o artista expõe sua habilidade ao piano), Caldi transita até por tango, Espinheiras, uma de suas duas primeiras parcerias com Hermínio Bello de Carvalho. Espinheiras é destaque de repertório autoral que conta com adesão de Elza Soares (no embate suingado de Guerra É Guerra) e culmina num Drama'n Bass. Mais sedutor em sua primeira metade, na qual figuram músicas como o xote Por Trás do Umbigo (parceria com Edu Krieger), Cantado reitera o talento de um dos artistas mais interessantes da nova geração. Mesmo sem ser cantor arrebatador (fato comum, aliás, no time masculino que vem produzindo boa música brasileira), Marcelo Caldi merece especial atenção pelo conjunto de sua obra autoral.

17 de dezembro de 2009 às 08:46  

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