7 de outubro de 2009

'When You're Strange' reacende fogo dos Doors

Resenha de filme
Título: When You're
Strange - A Film
about The Doors
Direção: Tom DiCillo
Narração: Johnny Deep
Cotação: * * * *
Em cartaz no Festival
do Rio 2009
(Sessões entre 4 e 9
de outubro de 2009)

"Nada é tão eterno quanto poesia e canção", decretou Jim Morrison (1943 - 1971) num de seus escritos. Poeta e cantor, Morrison acabou eternizado pela presença visceral como vocalista do grupo The Doors. A ponto de mais um filme sobre a mítica banda estar sendo lançado neste ano de 2009. Em cartaz no Brasil no Festival do Rio 2009, When You're Strange é um excelente documentário dirigido por Tom DiCillo nos moldes tradicionais. Feita pelo ator Johnny Deep, a narração sóbria transcorre em forma cronológica, embora o ponto de partida do filme seja a notícia da morte de Morrison, encontrado sem vida na banheira de seu apartamento em Paris, em 3 de julho de 1971. A precoce saída de cena do cantor - figura tão carismática quanto atormentada - reitera o fim do sonho da geração 60. When You're Strange prima por contextualizar o aparecimento dos Doors dentro da vasta cena de contracultura que agitou aquela década movida a sons e utopias. Favorecido pela riqueza das imagens de arquivo, que corroboram tudo o que é narrado na tela, o filme foca Morrison sem lentes de aumento. Ressalta a sensibilidade do astro que, já aos 16 anos, mergulhava sua mente nos versos do poeta francês Arthur Rimbaud (1854 - 1891) e nos escritos filosóficos de Nietzche (1844 - 1900). Mas mostra como a bebida e as drogas corroeram progressiva e destrutivamente o corpo de Morrison, embaçando a manifestação de seu talento. Para quem pouco ouviu falar dos Doors, o documentário cumpre exemplarmente a função de reconstituir os principais passos da banda. Desde os primeiros shows - passaportes quase imediatos para a gravação de discos - até as confusões em estádios por conta do estado alucinado de Morrison, mestre em performances circenses e em aparições de efeito. Mas, como disse Morrison, nada é tão eterno quanto a poesia e a canção. Desde que Light my Fire incendiou as paradas norte-americanas, ao ser lançada como single em 1967, a música do The Doors tem atravessado gerações, escudada (tal como a narrativa de When You're Strange) na lenda construída em torno de Morrison, um misto de anjo e demônio que ajudou a construir a identidade de uma geração. Fogo que o filme reacende.

1 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

"Nada é tão eterno quanto poesia e canção", decretou Jim Morrison (1943 - 1971) num de seus escritos. Poeta, Morrison foi eternizado pela presença visceral como vocalista do grupo The Doors. A ponto de mais um filme sobre a mítica banda estar sendo lançado neste ano de 2009. Em cartaz no Brasil no Festival do Rio 2009, When You're Strange é excelente documentário dirigido por Tom DiCillo nos moldes tradicionais. Feita pelo ator Johnny Deep, a narração sóbria transcorre em forma cronológica, embora o ponto de partida do filme seja a notícia da morte de Morrison, encontrado sem vida na banheira de seu apartamento em Paris, em 3 de julho de 1971. A precoce saída de cena do cantor - figura tão carismática quanto atormentada - reitera o fim do sonho da geração 60. When You're Strange prima por contextualizar o aparecimento dos Doors dentro da cena de contracultura que agitou aquela década movida a utopias. Favorecido pela riqueza das imagens de arquivo, que corroboram tudo o que é narrado, o filme foca Morrison sem lentes de aumento. Ressalta o talento do astro que, já aos 16 anos, mergulhava sua mente nos versos do poeta francês Arthur Rimbaud (1854 - 1891) e nos escritos filosóficos de Nietzche (1844 - 1900). Mas mostra como a bebida e as drogas corroeram progressivamente a mente de Morrison e embaçaram a manifestação desse talento. Para quem pouco ouviu falar dos Doors, o documentário cumpre exemplarmente a função de reconstituir os principais passos da banda. Desde os primeiros shows - passaportes quase imediatos para a gravação de discos - até as confusões em estádios por conta do estado alucinado de Morrison, mestre em performances circenses e em aparições de efeito. Mas, como disse Morrison, nada é tão eterno quanto a poesia e a canção. Desde que Light my Fire incendiou as paradas norte-americanas, ao ser lançada como single em 1967, a música do The Doors tem atravessado gerações, escudada (tal como a narrativa de When You're Strange) na lenda construída em torno de Morrison, um misto de anjo e demônio que ajudou a construir a identidade de uma geração. Fogo que o filme reacende.

7 de outubro de 2009 às 09:35  

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