20 de março de 2009

Daniel cruza (bem) a porteira da música caipira

Resenha de CD
Título: O Menino
da Porteira
- As Músicas do Filme
Artista: Daniel
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * *

O remake do filme O Menino da Porteira não conseguiu o esperado estouro da boiada nas bilheterias dos cinemas. Contudo, o CD com a trilha sonora do filme representa upgrade na discografia de Daniel. O cantor cruza bem a porteira da real música sertaneja. Por mais que já tenha esboçado aproximação das raízes caipiras na série de CDs Meu Reino Encantado, é em O Menino da Porteira que Daniel se mostra realmente inspirado. Por mais que nada acrescente nada à música que inspirou o roteiro e deu título ao filme, o intérprete toma contato com repertório e músicos atípicos em sua obra fonográfica de tom habitualmente sentimental. O pianista Nelson Ayres, por exemplo, atua como arranjador na trilha e é o autor de Vida Estradeira, bela toada melancólica que cai bem na voz do cantor. Daniel também acerta o tom agalopado de Disparada, parceria de Théo de Barros e Geraldo Vandré que Jair Rodrigues propagou num festival de 1966. Já sua interpretação de Tocando em Frente (Almir Sater e Renato Teixeira) presumivelmente não alcança as sutilezas do registro definitivo de Maria Bethânia, feito em 1990. Entre duas inéditas da lavra de Rick com o próprio Daniel (Arribada e o bom aboio Boiada) e regravações corretas de clássicos ruralistas (Cabecinha no Ombro e Índia), a trilha sonora surpreende ao apresentar inusitado dueto de Daniel com Carlos Careqa em Meu Querido Santo Antônio. Somente por viabilizar o harmonioso encontro do cantor com um artista da cena indie como Careqa, a trilha sonora do filme O Menino da Porteira já merece atenção por fugir (eventualmente!) dos clichês sertanejos.

4 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

O remake do filme O Menino da Porteira não conseguiu o esperado estouro da boiada nas bilheterias dos cinemas. Contudo, o CD com a trilha sonora do filme representa upgrade na discografia de Daniel. O cantor cruza bem a porteira da real música sertaneja. Por mais que já tenha esboçado aproximação das raízes caipiras na série de CDs Meu Reino Encantado, é em O Menino da Porteira que Daniel se mostra realmente inspirado. Por mais que nada acrescente nada à música que inspirou o roteiro e deu título ao filme, o intérprete toma contato com repertório e músicos atípicos em sua obra fonográfica de tom habitualmente sentimental. O pianista Nelson Ayres, por exemplo, atua como arranjador na trilha e é o autor de Vida Estradeira, bela toada melancólica que cai bem na voz do cantor. Daniel também acerta o tom agalopado de Disparada, parceria de Théo de Barros e Geraldo Vandré que Jair Rodrigues propagou num festival de 1966. Já sua interpretação de Tocando em Frente (Almir Sater e Renato Teixeira) presumivelmente não alcança as sutilezas do registro definitivo de Maria Bethânia, feito em 1990. Entre duas inéditas da lavra de Rick com o próprio Daniel (Arribada e o bom aboio Boiada) e regravações corretas de clássicos ruralistas (Cabecinha no Ombro e Índia), a trilha sonora surpreende ao apresentar inusitado de Daniel com Carlos Careqa em Meu Querido Santo Antônio. Somente por proporcionar o harmonioso encontro do cantor com um artista da cena indie como Careqa, a trilha sonora de O Menino da Porteira já merece atenção por (eventualmente!) fugir dos clichês sertanejos.

20 de março de 2009 às 10:00  
Anonymous Anônimo said...

"a trilha sonora surpreende ao apresentar inusitado de Daniel com Carlos Careqa..."

Mauro, acho que faltou a palavra "dueto" na frase acima.

abração,
Denilson

20 de março de 2009 às 22:46  
Blogger Alexandre Figueiredo said...

Menos, menos, menos. Daniel é mais ator que cantor, como cantor tem uma voz enjoada. E além disso ele veio de um contexto brega, daquelas duplas breganejas que iam ao SBT nos anos 80 e depois foram animar a vitória eleitoral de Fernando Collor. É o chamado breganejo.

Se a coisa funcionou, foi mais uma questão de técnica e profissionalismo do que arte. Arte, coisa nenhuma! Até porque o resultado não é muito diferente das antigas canções piegas que hoje caíram no esquecimento.

Com boa tecnologia, com um arranjador talentoso fazendo seu trabalho, com uma estratégia de marketing e um bom jabaculê nas rádios, qualquer cantorzinho brega "cruza a porteira" com êxito.

Mas eu acho que você, Mauro, exagerou quanto aos elogios do breganejo Daniel. Tomou falso bronze por ouro genuíno, mas não é bronze nem ouro, é apenas lata arrumada.

5 de setembro de 2009 às 14:42  
Anonymous Anônimo said...

parabens pelo blog...
Na musica country VIRGINIA DE MAURO a LULLY de BETO CARRERO vem fazendo o maior sucesso com seu CD MUNDO ENCANTADO em homenagem ao Parque Temático em PENHA/SC. Asssistam no YOUTUBE sessão TRAPINHASTUBE, musicas como: CAVALEIRO DA VITÓRIA, MEU PADRINHO BETO CARRERO, ENTRE OUTRAS...
é o sonho eterno de BETO CARRERO e a mão de DEUS.

5 de março de 2010 às 09:02  

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