3 de fevereiro de 2009

Roda de Mendes e Sambatrônica gira oscilante

Resenha de Show
Título: Samba na Fonte
Artista: Roberto Mendes (em foto de Mauro Ferreira)
e Sambatrônica
Local: Calçada da loja de discos Mídia Louca
(Rio Vermelho, Salvador, BA)
Data: 2 de fevereiro de 2009
Cotação: * * 1/2

Compositor de obra enraizada nas tradições afro-brasileiras e imersa no suingue do samba do Recôncavo Baiano, Roberto Mendes foi uma das atrações da agenda de shows armados no bairro do Rio Vermelho, em Salvador, ao longo do dia 2 de fevereiro de 2009. No início da noite de segunda-feira, Mendes se juntou ao Sambatrônica - jovem grupo baiano que acaba de gravar um CD com a participação de Elza Soares - para se apresentar no evento Samba na Fonte, cujo título alude ao fato de o show ser na rua Fonte do Boi, mais especificamente na calçada da loja de discos Mídia Louca, uma das mais antenadas de Salvador. O show terminou animado com pot-pourri de sambas de roda que fez o público dançar na rua. Contudo, no geral, a roda de Mendes girou oscilante. Em vez de centrar sua apresentação no seu repertório, apropriado para ocasião, o compositor arriscou incursões pelas searas alheias entre temas autorais como Yorubahia, destaque da parte inicial do show. Sem voz para dar uma de intérprete, Mendes arriscou cantar músicas como Meu Erro - a balada dos Paralamas do Sucesso! - e Qui nem Jiló, xote do repertório imortal de Luiz Gonzaga (1913 - 1989). Tais momentos chegaram quase a ser constrangedores. Felizmente, mais para o fim do show, ele entrou novamente na roda certa e reviveu o samba Purificar o Subaé, com direito à citação do tema folclórico Peixe Vivo. Já o Sambatrônica se impôs com sua vibe jovial ao reviver sucessos dos grupos Novos Baianos (Swing de Campo Grande) e A Cor do Som (Zanzibar). O grupo convidou o compositor Tito Bahiense - que assistia à apresentação anonimamente na rua - para subir ao palco para engrossar o coro em seus números, intercalados com o de Mendes. No todo, o show foi bom, mas poderia ter sido melhor se Roberto Mendes não tivesse insistido no erro de cantar músicas do Paralamas do Sucesso. Nem Yemanjá o ajudou a entrar no tom.

10 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Compositor de obra enraizada nas tradições afro-brasileiras e imersa no suingue do samba do Recôncavo Baiano, Roberto Mendes foi uma das atrações da agenda de shows armados no bairro do Rio Vermelho, em Salvador, ao longo do dia 2 de fevereiro de 2009. No início da noite de segunda-feira, Mendes se juntou ao Sambatrônica - jovem grupo baiano que acaba de gravar um CD com a participação de Elza Soares - para se apresentar no evento Samba na Fonte, cujo título alude ao fato de o show ser na rua Fonte do Boi, mais especificamente na calçada da loja de discos Mídia Louca, uma das mais antenadas de Salvador. O show terminou animado com pot-pourri de sambas de roda que fez o público dançar na rua. Contudo, no geral, a roda de Mendes girou oscilante. Em vez de centrar sua apresentação no seu repertório, apropriado para ocasião, o compositor arriscou incursões pelas searas alheias entre temas autorais como Yorubahia, destaque da parte inicial do show. Sem voz para dar uma de intérprete, Mendes arriscou cantar músicas como Meu Erro - a balada dos Paralamas do Sucesso! - e Qui nem Jiló, xote do repertório imortal de Luiz Gonzaga (1913 - 1989). Tais momentos chegaram quase a ser constrangedores. Felizmente, mais para o fim do show, ele entrou novamente na roda certa e reviveu o samba Purificar o Subaé, com direito à citação do tema folclórico Peixe Vivo. Já o Sambatrônica se impôs com sua vibe jovial ao reviver sucessos dos grupos Novos Baianos (Swing de Campo Grande) e A Cor do Som (Zanzibar). O grupo convidou o compositor Tito Bahiense - que assistia à apresentação anonimamente na rua - para subir ao palco para engrossar o coro em seus números, intercalados com o de Mendes. No todo, o show foi bom, mas poderia ter sido melhor se Roberto Mendes não tivesse insistido no erro de cantar músicas dos Paralamas do Sucesso. Nem Yemanjá daria brilho à sua voz...

3 de fevereiro de 2009 às 09:07  
Anonymous Anônimo said...

Esta me surpreedeu Mauro. Sou fã de Roberto Mendes e de SUA música baiana e já estava desconfiando da "resenha"... mas ao terminar de ler deves estar certo. O que é que este rapaz tem com Paralamas, por exemplo. Será que está por vir mais um grande compositor a ser entregue ao "cantor de barzinho" - não que estes não mereçam meu respeito, mas Roberto Mendes já tem sua história. Reescrevê-la para pior, para "entrar na mídia" ?
Segue um caminho na contra-mão de muitos artistas. Boiei.

3 de fevereiro de 2009 às 09:16  
Anonymous Anônimo said...

Que beleza! Olha só como são as coisas! Não quero nem dar moral ao Marcelo, fã número 1 da cantora, mas em parte, eu e muitos temos de de reconhecer que uma artista como Beth Carvalho foi de suma importância para essa retomada/volta do samba de roda à mídia. Valoroso resgate e mais um grande serviço prestado da Madrinha!

3 de fevereiro de 2009 às 15:36  
Anonymous Anônimo said...

Alô Marcelo, no "post" sobre a coletânea do Roberto Ribeiro dou mais detalhes - caso queiras.
Mas te informo aqui que o 1º e raríssimo - nem importado - da Rainha Beth - "Andança" - bem como o 1º de João Nogueira - de 1972 e nunca digitalizado - foram relançados pela EMI. Podes achar no "site" da Saraiva em pré-venda. VAIS PERDER ?
VIVA A EMI. Finalmente inteligência na "indústria" do disco, afinal, quem compra essas pérolas aí não vai de "pirata" nem de MP3 - é para colecionador!
Corre, rapaz.

Abraços.

3 de fevereiro de 2009 às 18:06  
Anonymous Anônimo said...

Caríssimo OLIVEIRA!

Que GRANDE NOTÍCIA! Estarei na fila para comprá-los! Parabéns gravadora EMI!
E anônimo das 3:36 é por isso que eu AMO essa mulher! Vai ter bom gosto assim, vai ser coerente assim, vai ser Rainha assim lá no Joá! (Ou seria São Conrado ou Leblon o local que ela reside atualmente?). Grande abraço e ganhei o dia com a notícia do Oliveira! Que venham os OUTROS DISCOS da GRANDE BETH!

Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

3 de fevereiro de 2009 às 20:37  
Anonymous Anônimo said...

Mendes tem umas coisas bacaninhas mas é bem inexpressivo e não segura um show ao vivo seja lá qual for o repertório. Querendo bancar o intérprete, então,....socorro!

4 de fevereiro de 2009 às 17:23  
Anonymous Anônimo said...

Não exagera Ella. Não é um "show-man". O negócio dele é compor seu baita samba-de-roda baiano e tocar seu competente violão. Não é um cantor de carteirinha mas a julgar pelo resto tá de bom tamanho. SÓ NÃO PODE É ENTRAR NESSA ONDA DE "CANTOR DE BARZINHO" QUE NÃO É A DELE. Mas, tomara, é só durante esse triste periodo pré-carnavalesco.

Abraços.

5 de fevereiro de 2009 às 20:16  
Anonymous Anônimo said...

Emanuel Andrade disse,

Antes de falar mal do Roberto Mendes, o pessoal devia conhecer toda sua discografia e as canções dele em que Bethânia e Gal se lambuzaram. O cara toca uma violão diferente de todos, inovador. Tem umas sacadas legais no samba de roda. E há muiito tempo está na estrda. Garanto que é melhor do que um monte de porcaria por ai - inclusive compositoras novas de quinta categoria que estão zonado nas rádios. Além disso, é um cara simples e humilde. Depois do show topa ir a qualquer bar. É um operário da música, não um picareta. Viva Robertão!!

6 de fevereiro de 2009 às 00:30  
Anonymous Anônimo said...

Roberto Mendes e fantástico. Pesquisador de chulas, de sambas, é um musico completo. Agora fazer show com sambatronica... Qual é roberto? Que mistura foi essas?

7 de fevereiro de 2009 às 04:09  
Anonymous Anônimo said...

É o carnaval...

7 de fevereiro de 2009 às 12:38  

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