17 de setembro de 2007

'Matizes' não altera os tons da obra de Djavan

Resenha de CD
Título: Matizes
Artista: Djavan
Gravadora: Luanda
Records
Cotação: * * *

A chegada da música Pedra às rádios, em 16 de agosto, tinha dado o sinal de que Matizes, 18º título da coesa discografia de Djavan, era mais do mesmo na obra do compositor. Um mesmo bem refinado, diga-se, que ostenta a assinatura original do autor. A audição do álbum não desfaz a impressão. Djavan repete tons e cores de sua música em disco trivial que alterna altos e baixos no repertório exclusivamente autoral (não há sequer um parceiro...).

Joaninha - a canção que abre o disco, urdida com leves distorções da guitarra de Max Viana - é o maior destaque da safra irregular de 12 inéditas. É linda música que reitera cânones da obra do artista. Menos pop do que Bicho Solto - o XXIII (1998) e menos forte e nordestino do que Milagreiro (2001), Matizes apresenta alguns sambas. Uns mais tradicionais, como Delírio dos Mortais, criado para exaltar o Rio de Janeiro - a cidade em que reside o migrante alagoano desde os anos 70. Outros de estrutura mais inventiva - caso do samba que dá nome ao disco e no qual a guitarra de Max desempenha bem o papel harmônico normalmente assumido pelo cavaquinho. Nesta faixa, e em músicas como Mea Culpa e Azedo e Amargo, (re)aparecem os metais na obra de Djavan. É tonalidade peculiar de Matizes, disco feito e editado de forma independente.

Para quem gosta de Djavan, músicas como Fera e Por uma Vida em Paz (a sua típica balada de eventual contorno jazzístico) vão descer bem. O que não caiu nada bem - mesmo para fãs - é a letra panfletária do samba Imposto, em que o compositor chega quase a constranger com versos que protestam de forma pueril contra a alta carga tributária imposta aos brasileiros. Djavan soa bem mais inspirado quando faz letras urdidas com palavras escolhidas mais pela musicalidade do que por seu sentido literal. É o que pede sua obra urdida com afiado e raro senso rítmico e, nesse sentido, com exceção de Imposto, Matizes não desbota as cores da música do autor de Azul e Lilás. Mas também não altera sua usual tonalidade.

19 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Entaum o cd é bom...

Bruno.

17 de setembro de 2007 às 18:05  
Anonymous Anônimo said...

Pela ( aguardada ) resenha percebo que o cd é bom!

Djavan e seu som único ! Os anteriores VAIDADE e MILAGREIRO são ótimos !

Sou fã e acho que ele tem uma regular discografia, visto em poucos. A faixa PEDRA já ouvi e ótima ( Letra e Música )

Vamos Djavanear ?
Eu vou !

17 de setembro de 2007 às 19:11  
Anonymous Anônimo said...

Eu achei o CD excelente... Tão bom quanto o "Novena" que, para mim, foi o último grande disco do Djavan...
Mas, realmente, a letra de "Imposto" é horrorosa mesmo...

17 de setembro de 2007 às 19:50  
Anonymous Anônimo said...

Antigamente eu gostava do Djavan, mas hoje acho enjoado pra caramba.
Música tem muito disso,umas coisas que vc gostava deixa de gostar e outras que não gostava passa a gostar, com o peso dos anos. hehhee

Jose Henrique

18 de setembro de 2007 às 01:34  
Anonymous Anônimo said...

Mauro aprendeu verbo novo: URDIR.

Ou ent�o quis escrever bonito. Usou esse verbo diversas vezes. � o mais do mesmo do Mauro.

18 de setembro de 2007 às 09:49  
Anonymous Anônimo said...

Djavan deve ter colocado na cabeça que não precisa provar mais nada pra ninguem...
Bom... ele pode fazer isso... ainda faz um mais do mesmo de qualidade...

Bruno.

18 de setembro de 2007 às 10:18  
Anonymous Anônimo said...

Pedra não contem frescor de novidade, mas não deixa de ser uma música de qualidade. Na minha opinião, desde Milagreiro, Djavan não lança um trabalho com novidade.

Leandro

18 de setembro de 2007 às 12:04  
Anonymous Anônimo said...

Não gostei do cd, e não acho mais do mesmo, pelo menos...não do mesmo (ótimo) Djavan.

18 de setembro de 2007 às 12:41  
Anonymous Anônimo said...

Por que quando um compositor não consegue ter em mãos boas canções não põe só algumas próprias entremeadas de interpretações? Foi o q me puz a pensar ouvindo Matizes...Djavan poderia ter trazido novos matizes e reforçado o mosaico de cores q influenciaram sua carreira, teria tido melhor resultado...em Malásia ele mostrou ser bom intérprete. Mas claro..é Djavan, nenhum crítico vai falar mal...mas gostei da sua cotação Mauro, não chega a 3 estrelas não.

18 de setembro de 2007 às 12:52  
Anonymous Anônimo said...

Djavan é a Marisa Monte de calças...

Bruno.

18 de setembro de 2007 às 13:23  
Anonymous Anônimo said...

O último grande disco de Djavan foi "Coisa de Acender".

18 de setembro de 2007 às 14:44  
Anonymous Anônimo said...

Emanuel Andrade disse...

O pessoal acima que ouviu o Cd tem todo direito de dizer o que acha, no campo democrático né!!
Agora, já penso em suicídio ou eu queria ter uma bomba, quando alguém empurra Marisa Monte no meio. Isso me dá angústia de pensamento. O que tem a ver essa moça, muitas vezes chata no que faz, com o nosso alagoano Djavan. Ora, certa vez MM conseguiu massacrar a canção Você bem sabe(da boa safra do Djaaa), lá nos anos 80, com sua voz anasalada irghhhh....

Vou comprar e ouvur Matizes

18 de setembro de 2007 às 22:16  
Anonymous Anônimo said...

Marisa Monte,com todo respeito e admiração ao seu inegável talento,representou a vitória da produção sobre a criação mais expontanea e livre.No caso dela foi um feliz casamento.No caso do Djavan,do Milton,da Nana e outros gênios,muitos trabalhos decepcionantes ou burocráticos.Mas para ela realmente,uma simbiose perfeita.

19 de setembro de 2007 às 08:47  
Anonymous Anônimo said...

Owww Emanuel
nem encana com essa comparação cara... só fiz com intuito de mostrar que ambos tem mto prestigio e a critica sempre elogia mesmo quando o projeto naum é tão bom...

Bruno.

19 de setembro de 2007 às 09:03  
Anonymous Anônimo said...

Owww Emanuel
nem encana com essa comparação cara... só fiz com intuito de mostrar que ambos tem mto prestigio e a critica sempre elogia mesmo quando o projeto naum é tão bom...

Bruno.

19 de setembro de 2007 às 09:03  
Anonymous Anônimo said...

Quem teve o privilégio de assistir a ultima turne da mina, Universo Particular, sabe a gigante que Marisa Monte éé...
A mina é FOOOODAAAA...

Bruno.

19 de setembro de 2007 às 10:26  
Anonymous Anônimo said...

A opinião a seguir é de alguém que curte muito Djavan, principalmente os primeiros. O novo trabalho chega a soar chato. Não porque não tenha qualidade, mas porque é extremamente repetitivo. Djavan não se renovou e acho que não pretende se arriscar. Coisa que não acontece com gênios, como Caetano Veloso, que aos 65 anos, trouxe algo novo (Cê pode ser bom ou nao, nao tem medo do risco(.

20 de setembro de 2007 às 11:15  
Anonymous Anônimo said...

Sou fã, mas neste disco faltou inspiração.

Mas pra mim o destaque de lançamento de CD do mês fica pra Vitor Ramil e Suzano no EXELENTE "Satolep Sambatown"!

21 de setembro de 2007 às 21:28  
Blogger Thiago Augusto Corrêa said...

Não vejo problema em não usar parceiros. Mas se há repetição sim.

Ainda não ouvi o disco. Mas suas cotações sempre costumam variar entre 3 ou 2 e meio.

E não consigo colocar Djavan e Jay Vacker no mesmo patamar em um disco.

22 de setembro de 2007 às 01:33  

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