Reaparece no palco a grande artesã Leila Maria
Resenha de show
Título: Canções do Amor de Iguais
Artista: Leila Maria
Local: Teatro Rival (RJ)
Data: 19 de abril de 2007
Cotação: * * * *
Leila Maria é cantora tão boa e segura que consegue sobreviver às amarras da produção de seu recém-lançado terceiro CD, Canções do Amor de Iguais. Presa no disco, ela está se soltando em cena no show de lançamento de seu cancioneiro gay. Todas as sutilezas que deveriam ter estado nos registros de estúdio são ouvidas com clareza nas luminosas interpretações ao vivo. Enfim, reaparece no palco a grande cantora de sotaque jazzístico que nada fica a dever à estrelas do pop jazz como Diana Krall. Como prova a sofisticada releitura de Dindi que Leila apresenta no bloco de voz-e-piano, em que canta músicas de seu CD anterior, Off key, gravado em inglês.
O repertório GLS do disco Canções do Amor de Iguais é o eixo do roteiro, aberto e fechado com All of You, música de Cole Porter em que a intérprete exibe toda a extensão e o suingue de sua voz. Aliás, tudo o que está contido no disco se expande no palco. Leila oferece recorte jazzístico de Nature Boy, exibe o dengo pedido na letra de Seu Tipo e - como fina artesã - lapida jóias do alto quilate de Sexuality (k.d. Lang) e Kissing a Fool (George Michael). Como projeta a voz para fora no palco, como deveria ter feito no estúdio se a tivessem deixado solta, Leila consegue oferecer mais nuances ao apresentar Você Vai Ser o meu Escândalo e Mar e Lua, a única música explicitamente homossexual do roteiro, composta por um "heterossexual convicto e notório", como a intérprete se referiu a Chico Buarque - autor deste tema de 1980 - sem citar o nome dele.
"Curtam o show e não entrem nas polêmicas", aconselhou Leila ao início do espetáculo. A rigor, inexistem polêmicas. Com músicas feitas dentro do armário, o álbum Canções do Amor de Iguais esbarrou no tom implícito do (ótimo) repertório e, sobretudo, na inadequada padronização dos arranjos. Ainda que estes sirvam de guia para os arranjos apresentados no palco, a liberdade plena da cantora em cena garante um resultado bem superior ao ouvido no disco. Se essa liberdade for preservada na gravação do DVD que a Deckdisc planeja filmar com a artista, é certo que virá um produto à altura do rigor estilístico do canto (livre e solto) de Leila Maria.
Título: Canções do Amor de Iguais
Artista: Leila Maria
Local: Teatro Rival (RJ)
Data: 19 de abril de 2007
Cotação: * * * *
Leila Maria é cantora tão boa e segura que consegue sobreviver às amarras da produção de seu recém-lançado terceiro CD, Canções do Amor de Iguais. Presa no disco, ela está se soltando em cena no show de lançamento de seu cancioneiro gay. Todas as sutilezas que deveriam ter estado nos registros de estúdio são ouvidas com clareza nas luminosas interpretações ao vivo. Enfim, reaparece no palco a grande cantora de sotaque jazzístico que nada fica a dever à estrelas do pop jazz como Diana Krall. Como prova a sofisticada releitura de Dindi que Leila apresenta no bloco de voz-e-piano, em que canta músicas de seu CD anterior, Off key, gravado em inglês.
O repertório GLS do disco Canções do Amor de Iguais é o eixo do roteiro, aberto e fechado com All of You, música de Cole Porter em que a intérprete exibe toda a extensão e o suingue de sua voz. Aliás, tudo o que está contido no disco se expande no palco. Leila oferece recorte jazzístico de Nature Boy, exibe o dengo pedido na letra de Seu Tipo e - como fina artesã - lapida jóias do alto quilate de Sexuality (k.d. Lang) e Kissing a Fool (George Michael). Como projeta a voz para fora no palco, como deveria ter feito no estúdio se a tivessem deixado solta, Leila consegue oferecer mais nuances ao apresentar Você Vai Ser o meu Escândalo e Mar e Lua, a única música explicitamente homossexual do roteiro, composta por um "heterossexual convicto e notório", como a intérprete se referiu a Chico Buarque - autor deste tema de 1980 - sem citar o nome dele.
"Curtam o show e não entrem nas polêmicas", aconselhou Leila ao início do espetáculo. A rigor, inexistem polêmicas. Com músicas feitas dentro do armário, o álbum Canções do Amor de Iguais esbarrou no tom implícito do (ótimo) repertório e, sobretudo, na inadequada padronização dos arranjos. Ainda que estes sirvam de guia para os arranjos apresentados no palco, a liberdade plena da cantora em cena garante um resultado bem superior ao ouvido no disco. Se essa liberdade for preservada na gravação do DVD que a Deckdisc planeja filmar com a artista, é certo que virá um produto à altura do rigor estilístico do canto (livre e solto) de Leila Maria.
19 Comments:
Nunca ouvi essa mulher cantar, mas que bobagem isso de cantar pra pessoas de acordo com sua opção sexual.
Jose Henrique
chega Mauro ninguém quer saber dessa aí.
pare de forçar a barra ...
adoro sua imparcialidade, maurete
Alguém saberia me dizer se este show virá a SPaulo?
Ela deve ter se arrpendido de encarar esse tema, vide o q falou durante o show!!! Tadinha... Pensa melhor da proxima vez, Leila!!!!
Vou atrás desse DVD.
Ouvi algumas faixas do disco e gostei muito da voz e das interpretações, mas os arranjos prejudicaram. Pareciam Lincoln Olivetti.
Se, como diz o Mauro, o problema foi parcialmente superado ao vivo, o resultado pode ser muito bom.
Anônimo de 12:39, fale apenas em seu nome. Tenho certeza que quem conhece o talento dessa cantora vai sempre querer saber o que ela está fazendo. O trabalho de Leila Maria, Mauro, é sempre bem vindo.
Anderson Falcão
Brasília - DF
Não vejo a hora de ver um show de Leila Maria aqui em São Paulo.A voz dela é esplêndida.Desde que ouvi aquela exuberância nas interpretações do cd Off Key fiquei fã.O resto não interessa.O que importa mesmo é o talento que a moça tem e o vozeirão de dar inveja a muita gente.Pra quem pode!
Também acho. Pare de força a barra Mauro, esta senhora quer contribuir pra agregar opção sexual em música. Ninguem quer saber dessa aí. XÔ!
Fale por mim tb 12:39. Apoiado.
Uma das melhores coisas desse blog é poder ficar sabendo da música produzida por vários artistas brasileiros e internacionais, mesmo os que estão fora da mídia.
Esse foi o meu caso com a Leila Maria. Já tinha escutado falar dela, mas não a conhecia. Ouvi algumas faixas do disco anterior, "Off Key", e fiquei impressionado com a voz e a elegância ao cantar que ela tem.
Surgiu para mim mais uma nova grande cantora (junto com Luciana Souza).
Mauro. Por favor continue sim a falar da Leila Maria, da Lucina, da Rita Ribeiro, do Lobão, da Ivete Sangalo, do Zeca Baleiro, etc
abração,
Denilson
O show beirou o enfadonho, não fosse Leila uma grande cantora. Sem surpresas, linear, com muitas músicas em inglês - o que cansa um pouco. Falta a mão forte de um diretor de cena, além de ajustes no repertório.
Pena que as lojas de discos continuem sem esse cd novo da Leila.Até o bom disco da Monica Salmaso já chegou e o da Leila Maria nada de chegar.Que pouco caso da gravadora!!!
Marcos, 'sem surpresas, linear...'
já li isso antes em algum lugar
Ah, Marcos, que texto linear, fraudulento, repetitivo...criatividade ZERO.
Tente outra carreira.
Comprei o cd e adorei, Leila Maria é deslumbrante. Off Key também é maravilhoso. Que venha o DVD, URGENTE! Mauro continue prestigiando a grande LEILA. Abraços,
Anonimo das 10:06, assino embaixo! E além de "sem surpresas, linear" acrescento o "mão forte". Já li isso em outro lugar tb!
anônimos: vocês são muito chatos...
O projeto é interessante, mas pode ser mal compreendido, porque sobra gente sexual e intelectualmente mal-resolvida, enfim... Em relação a este álbum, adoro Leila Maria, sua voz, sua proposta, sua postura, mas fiquei decepcionado com a maioria dos arranjos. Tomara que no show isso seja contornado. Sorte pra Leila!
Grande Leila Maria!
Como sei que seu 1º disco é uma preciosa raridade, gostaria de saber se haveria alguma possibilidade de obter o áudio da música "Get Out Of Town" - simplesmente a melhor interpreta-
ção do mundo desse clássico de C. Porter. Releve alguns comentários ignorantes acima, vc está ao nível de Elis Regina. Parabéns pela sua arte e bom gosto!
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