3 de agosto de 2010

'Tide' põe Luciana entre o samba e o pop jazz

Resenha de CD
Título: Tide
Artista: Luciana Souza
Gravadora: Universal
Music
Cotação: * * * 1/2

"Não posso mais, ai que saudade do Brasil / Ai que vontade que eu tenho de voltar", confessa logo Luciana Souza, cheia de suingue, nos versos do samba Adeus América (Haroldo Barbosa e Geraldo Jacques, 1948) que abrem seu álbum Tide. Lançado em 2009 nos Estados Unidos e editado no Brasil neste mês de agosto de 2010, Tide reitera a perfeição técnica do canto da artista paulista - radicada nos Estados Unidos - e situa Luciana entre o balanço nacional e o pop jazz ouvido em temas como Circus Life e Fire and Wood, ambos assinados pela própria artista (uma compositora nem sempre tão talentosa quanto a cantora) em parceria com o baixista Larry Klein (marido de Luciana e produtor do CD) e com David Batteau. Da produção autoral do trio, a balada Once Again é o destaque absoluto de Tide, inclusive pela ambiência de delicada densidade, pontuada por acordes minimalistas da guitarra de Larry Koonse e pelo piano de Larry Goldings. Se Love - Poem 65 e a faixa-título, Tide, recorrem a versos do poeta E.E. Cummings (1894 - 1962) nessa mesma atmosfera quase etérea, Sorriu pra mim (Garoto e Luis Cláudio) é samba em que Luciana exercita a arte do suingue à moda brasileira (e não deve ser por acaso que tanto Sorriu para mim quanto o medley inicial Adeus América & Eu Quero um Samba fazem parte do repertório lapidado por João Gilberto). Por fim, a exímia cantora sustenta Amulet - tema inédito de Paul Simon composto para Luciana Souza - nos vocalises, reafirmando a majestade vocal que valoriza o cancioneiro deste elegante Tide.

5 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Não posso mais, ai que saudade do Brasil / Ai que vontade que eu tenho de voltar", confessa logo Luciana Souza, cheia de suingue, nos versos do samba Adeus América (Haroldo Barbosa e Geraldo Jacques, 1948) que abrem seu álbum Tide. Lançado em 2009 nos Estados Unidos e editado no Brasil neste mês de agosto de 2010, Tide reitera a perfeição técnica do canto da artista paulista - radicada nos Estados Unidos - e situa Luciana entre o balanço nacional e o pop jazz ouvido em temas como Circus Life e Fire and Wood, ambos assinados pela própria artista (uma compositora nem sempre tão talentosa quanto a cantora) em parceria com o baixista Larry Klein (marido de Luciana e produtor do CD) e com David Batteau. Da produção autoral do trio, a balada Once Again é o destaque absoluto de Tide, inclusive pela ambiência de delicada densidade, pontuada por acordes minimalistas da guitarra de Larry Koonse e pelo piano de Larry Goldings. Se Love - Poem 65 e a faixa-título, Tide, recorrem a versos do poeta E.E. Cummings (1894 - 1962) nessa mesma atmosfera quase etérea, Sorriu pra mim (Garoto e Luis Cláudio) é samba em que Luciana exercita a arte do suingue à moda brasileira (e não deve ser por acaso que tanto Sorriu para mim quanto o medley inicial Adeus América & Eu Quero um Samba fazem parte do repertório lapidado por João Gilberto). Por fim, a exímia cantora sustenta Amulet - tema inédito de Paul Simon composto para Luciana Souza - nos vocalises, reafirmando a majestade vocal que valoriza o cancioneiro deste elegante Tide.

3 de agosto de 2010 às 09:02  
Anonymous Denilson Santos said...

Mauro, concordo plenamente com você.

A Luciana é excelente cantora, das melhores que conheço, mas compositora bastante mediana.

abração,
Denilson

3 de agosto de 2010 às 15:44  
Blogger Pedro Progresso said...

Concordo que ela não é tão boa compositora quanto cantora, mas por curiosidade, no disco North and south as minhas músicas favoritas são as que ela compôs - "I shall wait" e "No wonder".

Mal comparando, funciona assim com Daniela Mercury também. As canções que ela compõe acabam me chamando mais atenção.

4 de agosto de 2010 às 07:11  
Anonymous Anônimo said...

Mal comparando ?

4 de agosto de 2010 às 07:53  
Blogger Pedro Progresso said...

é... erro de expressão. foi a pressa!

6 de agosto de 2010 às 16:55  

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