
Título: Madeleine Peyroux
Artista: Madeleine Peyroux (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Vivo Rio (RJ)
Data: 10 de junho de 2010
Cotação: * * * * 1/2
Agenda da turnê brasileira:
* Brasília (DF) - Teatro Nacional (Sala Villa-Lobos) - 12 de junho
* Porto Alegre (RS) - Teatro do Bourbon Country - 13 de junho
Em sua sexta vinda ao Brasil, Madeleine Peyroux retornou mais quente ao Rio de Janeiro (RJ) - um ano e meio depois de ter feito o show de pré-lançamento de seu álbum Bare Bones (2009) no mesmo palco da casa Vivo Rio que a abrigou na noite de ontem, 10 de junho de 2010. Peyroux superou todas as expectativas com belíssimo show em que apresentou inéditas músicas autorais como Ophelia e The Kind You Can't Afford ("tema sobre uma pessoa pobre falando com uma pessoa rica a respeito do que ela não tem", como explicou a simpática artista em cena) A cantora norte-americana continua circulando ao redor de azeitado mix de jazz, blues e folk. Mas já não soa tão cool. Ao contrário, Peyroux imprimiu certo calor às suas interpretações, criando atmosfera sedutora que aqueceu e envolveu o público que lotou as mesas da casa Vivo Rio. Com o detalhe de que o repertório inédito de autoria da artista de excelente nível. Ophelia - linda balada folk que prioriza no arranjo o violão tocado pela própria Peyroux - foi um dos grandes momentos da apresentação carioca, criando boa expectativa para o novo álbum da artista (já em fase de gravação).
Peyroux acertou ao renovar sua banda. O quinteto formado por Jon Herington (guitarra), Ron Miles (trompete), Darren Beckett (percussão), Barak Mori (baixo) e Gary Versace (teclados e órgão) é luxo só! Como percebido logo no jazzístico primeiro número, I Hear Music (Burton Lane e Frank Loesser), em que a cantora apresenta os músicos. Versace imprime eventualmente aos arranjos um sotaque funky que, mesmo sem desviar Peyroux da rota jazz-blues-folk, se alinha com as tonalidades mais quentes do canto da artista. O trompete de Ron Miles soa divino e contribui bastante para a atmosfera de encantamento que permeia o show. Alternando "canções de amor e de bebida", como caracteriza de forma espirituosa, Peyroux passeia por temas do álbum Bare Bones (I Must Be Saved e a faixa-título, por exemplo) e recorre a números já esperados em suas apresentações. Dance me to the End of Love enfatizou a busca por um tom mais caloroso. Half the Perfect World - tema que deu título ao quarto álbum da cantora, editado em 2006 - foi rebobinado no mesmo clima bossa-novista do show anterior da artista. E cativou tanto quanto a versão mais acolhedora de La Javanaise, número em que os músicos ladeiam Madeleine como se estivessem acompanhando a cantora numa rua de Paris, a cidade-luz evocada também em J'ai Deux Amours, último número do bis, dado depois que a cantora encerra o show com Instead, sua "canção feliz", como conceitua com humor. Felicidade ampliada quando a cantora abre generosos espaços para seus músicos solarem e os apresenta novamente à plateia com justificado orgulho. Enfim, show memorável! Quente ou cool, jazzística ou blueseira, Madeleine Peyroux está em ponto de bala.
Em sua sexta vinda ao Brasil, Madeleine Peyroux retornou mais quente ao Rio de Janeiro (RJ) - um ano e meio depois de ter feito o show de pré-lançamento de seu álbum Bare Bones (2009) no mesmo palco da casa Vivo Rio que a abrigou na noite de ontem, 10 de junho de 2010. Peyroux superou todas as expectativas com belíssimo show em que apresentou inéditas músicas autorais como Ophelia e The Kind You Can't Afford ("tema sobre uma pessoa pobre falando com uma pessoa rica a respeito do que ela não tem", como explicou a simpática artista em cena) A cantora norte-americana continua circulando ao redor de azeitado mix de jazz, blues e folk. Mas já não soa tão cool. Ao contrário, Peyroux imprimiu certo calor às suas interpretações, criando atmosfera sedutora que aqueceu e envolveu o público que lotou o público que lotou o Vivo Rio. Com o detalhe de que o repertório inédito de sua autoria é de excelente nível. Ophelia - linda balada folk que prioriza no arranjo o violão tocado pela própria Peyroux - foi um dos grandes momentos da apresentação carioca, criando boa expectativa para o novo álbum da artista (já em fase de gravação).
ResponderExcluirPeyroux acertou ao renovar sua banda. O quinteto formado por Jon Herington (guitarra), Ron Miles (trompete), Darren Beckett (percussão), Barak Mori (baixo) e Gary Versace (teclados e órgão) é luxo só! Como percebido logo no jazzístico primeiro número, I Hear Music (Burton Lane e Frank Loesser), em que a cantora apresenta os músicos. Versace imprime eventualmente aos arranjos um sotaque funky que, mesmo sem desviar Peyroux da rota jazz-blues-folk, se alinha com as tonalidades mais quentes do canto da artista. O trompete de Ron Miles soa divino e contribui bastante para a atmosfera de encantamento que permeia o show. Alternando "canções de amor e de bebida", como caracteriza de forma espirituosa, Peyroux passeia por temas do álbum Bare Bones (I Must Be Saved e a faixa-título, por exemplo) e recorre a números já esperados em suas apresentações. Dance me to the End of Love enfatizou a busca por um tom mais caloroso. Half the Perfect World - tema que deu título ao quarto álbum da cantora, editado em 2006 - foi rebobinado no mesmo clima bossa-novista do show anterior da artista. E cativou tanto quanto a versão mais íntima de La Javanaise, número em que os músicos ladeiam Madeleine como se estivessem acompanhando a cantora numa rua de Paris, a cidade-luz evocada também em J'ai Deux Amours, último número do bis, dado depois que a cantora encerra o show com Instead, sua "canção feliz", como conceitua com humor. Felicidade ampliada quando a cantora abre generosos espaços para seus músicos solarem e os apresenta novamente à plateia com justificado orgulho. Enfim, show memorável! Quente ou cool, jazzística ou blueseira, Madeleine Peyroux está em ponto de bala.