28 de outubro de 2009

This Is It faz supor que Michael iria voltar rei

Resenha de Filme
Título: Michael Jackson - This Is It
Direção: Kenny Ortega
Cotação: * * * *
Em cartaz dos cinemas desde 28 de outubro de 2009

Lançado nos cinemas em escala mundial nesta quarta-feira, 28 de outubro de 2009, o filme This Is It tem um clima de making of da turnê que Michael Jackson (1958 - 2009) estrearia em 13 de julho, em Londres, se não tivesse saído repentinamente de cena em 25 de junho, vítima de dose excessiva de anestésicos. Contudo, This Is It faz mais do que desvendar os bastidores do ensaio do show através de imagens gravadas entre março e junho de 2009. Por conta do vasto material captado pelas câmeras conduzidas pelo diretor Kenny Ortega, criador da turnê ao lado de Michael, o documentário consegue reconstituir o show e faz supor que a volta de Michael à cena seria apoteótica. Por mais que haja uma ou outra cena que revele a fragilidade do astro durante o processo ("Eu tenho que preservar a minha voz", pondera o cantor após ter se excedido nos improvisos finais da balada I Just Can't Stop Loving You), o filme leva a crer que o show iria repor Michael Jackson no trono do reino pop desocupado ao longo desta década.

Por mais que seu lançamento esteja envolvido por poderosa estratégia de marketing, This Is It consegue transcender as questões mercadológicas e até emocionar ao passar para o espectador clara ideia do que seria a superprodução abortada com a morte de Michael. Os números são apresentados na sequência idealizada para o roteiro, com direito às coreografias dos 11 bailarinos (o filme é introduzido com série de depoimentos apaixonados dos candidatos que se apresentaram para os testes de seleção) e às projeções. Em Smooth Criminal, por exemplo, Michael contracenaria virtualmente com Rita Hayworth (1918 - 1987) no filme Gilda (1946), em clima de thriller noir. Thriller - a música que deu título ao emblemático álbum de 1982 - seria revivida com adição de imagens produzidas em 3D com a estética aterrorizante do histórico clipe do tema. A sequência é arrepiante.

This Is It revela a relação de (aparente) respeito mútuo que envolvia Michael e o diretor Kenny Ortega. Cada ideia ou proposta é feita por Ortega com certo cuidado. A julgar pelas imagens exibidas no filme, o astro-rei parece dócil. Mas sem deixar de se impor. "Tem que ser igual ao disco", determina para o pianista e diretor musical do show ao discutir os tons da balada The Way We Make me Feel. "Parece que alguém está apunhalando o meu ouvido...", reclama, enquanto ensaia Stop! The Love You Save, tema incluído em bloco emotivo que revive a era infanto-juvenil de Michael no conjunto Jackson 5. A propósito, é perceptível que, em I'll Be There, o reforço de um dos quatro backing-vocals seria determinante para o êxito do belo número. Seja como for, Michael Jackson está morto e sua morte encerra um capítulo da história do pop que This Is It não pode mais alterar. Contudo, as imagens grandiosas do documentário sinalizam que havia vida no Rei do Pop naqueles ensaios. E, por mais que o filme tenha sido finalizado com truques de edição, o que se vê é um artista ainda no domínio do exercício de sua arte. E é por isso que - enquanto rolam os créditos finais, ao som da inédita música-título - This Is It deixa a incômoda sensação de que Michael Jackson partiu cedo demais.

5 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Lançado nos cinemas em escala mundial nesta quarta-feira, 28 de outubro de 2009, o filme This Is It tem um clima de making of da turnê que Michael Jackson (1958 - 2009) estrearia em 13 de julho, em Londres, se não tivesse saído repentinamente de cena em 25 de junho, vítima de dose excessiva de anestésicos. Contudo, This Is It faz mais do que desvendar os bastidores do ensaio do show através de imagens captadas entre março e junho de 2009. Por conta do vasto material captado pelas câmeras conduzidas pelo diretor Kenny Ortega, criador da turnê ao lado de Michael, o documentário consegue reconstituir o show e faz supor que a volta de Michael à cena seria apoteótica. Por mais que haja uma ou outra cena que revele a fragilidade do astro durante o processo ("Eu tenho que preservar a minha voz", pondera o cantor após ter se excedido nos improvisos finais da balada I Just Can't Stop Loving You), o filme leva a crer que o show iria repor Michael Jackson no trono do reino pop desocupado ao longo desta década.

Por mais que seu lançamento esteja envolvido por poderosa estratégia de marketing, This Is It consegue transcender as questões mercadológicas e até emocionar ao passar para o espectador clara ideia do que seria a superprodução abortada com a morte de Michael. Os números são apresentados na sequência idealizada para o roteiro, com direito às coreografias dos 11 bailarinos (o filme é introduzido com série de depoimentos apaixonados dos candidatos que se apresentaram para os testes de seleção) e às projeções. Em Smooth Criminal, por exemplo, Michael contracenaria virtualmente com Rita Hayworth (1918 - 1987) no filme Gilda (1946), em clima de thriller noir. Thriller - a música que deu título ao emblemático álbum de 1982 - seria revivida com adição de imagens produzidas em 3D com a estética aterrorizante do histórico clipe do tema. A sequência é arrepiante.

This Is It revela a relação de aparente respeito mútuo que envolvia Michael e o diretor Kenny Ortega. Cada ideia ou proposta é feita por Ortega com certo cuidado. A julgar pelas imagens exibidas no filme, o astro-rei parece dócil. Mas sem deixar de se impor. "Tem que ser igual ao disco", determina para o pianista e diretor musical do show ao discutir os tons da balada The Way We Make me Feel. "Parece que alguém está apunhalando o meu ouvido...", reclama, enquanto ensaia Stop! The Love You Save, tema incluído num bloco que revive a era infanto-juvenil de Michael no conjunto Jackson 5. A propósito, é perceptível que, em I'll Be There, o reforço de um dos quatro backing-vocals seria determinante para o êxito do número. Seja como for, Michael Jackson está morto e sua morte encerra um capítulo da história do pop que This Is It não pode mais alterar. Contudo, as imagens grandiosas do documentário sinalizam que havia vida no Rei do Pop naqueles ensaios. E, por mais que o filme tenha sido finalizado com truques de edição, o que se vê é um artista ainda no domínio do exercício de sua arte. E é por isso que - enquanto rolam os créditos finais, ao som da inédita música-título - This Is It deixa a incômoda sensação de que Michael Jackson partiu cedo demais.

28 de outubro de 2009 às 18:07  
Anonymous Anônimo said...

Também adorei! Leia em www.garotafm.com.br
Bjs, Chris Fuscaldo

29 de outubro de 2009 às 00:53  
Anonymous Anônimo said...

Sim ele partiu cedo. Enquanto não se esclarecer definitivamente as circunstâncias de sua morte com todas as interrogações que existem, será difícil acreditar que ele já não era o mesmo.
Acho que a tecnologia pode ter dado muita força na edição do filme para mostrar o Astro como deve ser visto. E se há algo de positivo na morte tão precoce, é tê-lo mantido Astro, pois o futuro parecia muito sombrio.

29 de outubro de 2009 às 10:10  
Blogger Unknown said...

VOU VER O FILME HJ E SEI QUE VOU ENCONTRAR UM MATERIAL MARAVILHOSO DO NOSSO INESQUECÍVEL ASTRO ÚNICO, POIS A CAPACIDADE QUE TINHA DE ENVOLVER AS PESSOAS ERA INCRÍVEL, MUITO TRABALHO, CONCENTRAÇÃO,ERA REALEMNTE INCRÍVEL VÊ-LO NO PALCO
MICHAEL FOREVER

29 de outubro de 2009 às 10:45  
Anonymous Anônimo said...

Isso é pra calar a boca de muita gente!
Muita gente deu as costas p/ Michael Jackson, agora é tarde p/ lamentar!!!
O maior artista de todos os tempos! ÚNICO!

29 de outubro de 2009 às 10:54  

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