25 de junho de 2009

Santos esboça conceitos em CD de letras fortes

Resenha de CD
Título: O Diário do
Homem Invisível
Artista: Rodrigo Santos
Gravadora: Som Livre
Cotação: * * 1/2

Rodrigo Santos entrou no túnel escuro das drogas, mas conseguiu sair a tempo. Em seu primeiro álbum solo, Um Pouco Mais de Calma (2007), o baixista dublê de cantor celebrou a vitória contra o vício em letras mais otimistas do que os versos fortes e eventualmente pesados de seu segundo disco, O Diário do Homem Invisível, lançado neste mês de junho de 2009 pela Som Livre. Santos - que vem desenvolvendo parcerias e apostando em sua carreira solo enquanto continua o recesso por tempo indeterminado do Barão Vermelho - esboça álbum mais conceitual, repleto de convidados. A produção - dividida pelo artista com Humberto Barros - é farta e calca a sonoridade do CD no folk-rock. Mas o fato é que essa fartura às vezes soa excessiva. Basta dizer que a melhor canção do repertório, 32 Segundos, é a que foi embalada de forma mais simples. Entre uma quase vinheta de clima Sgt. Pepper's (Bom Dia, Boa Tarde, Boa Noite - faixa que fecha o CD com a junção das bandas Canastra e João Penca e seus Miquinhos Amestrados) e um reggae (Não Vá, gravado com o que sobrou do Cidade Negra), O Diário do Homem Invisível até surpreende ao evocar a sonoridade do trio Secos & Molhados numa canção, Você Não Entende o que É o amor, que conta com a sintomática presença de Ney Matogrosso. Santos recebe também Hélio Flanders (em O Homem da Máscara de Ferro), Autoramas (na faixa-título) e Filhos da Judith (em Longe Perto de Você). Do extenso time de convidados, o Coral das Princesas de Petrópolis - regido pelo maestro Rodrigo D'Ávila - se destaca em A Última Vez. Ainda assim, o disco deixa uma sensação de excesso de gente. Como se Santos precisasse disfarçar os fatos de que seu repertório autoral ainda é muito irregular e de que, como cantor, ele (ainda) é um bom baixista, por mais que esteja fazendo progressos vocais.

2 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Rodrigo Santos entrou no túnel escuro das drogas, mas conseguiu sair a tempo. Em seu primeiro álbum solo, Um Pouco Mais de Calma (2007), o baixista dublê de cantor celebrou a vitória contra o vício em letras mais otimistas do que os versos fortes e eventualmente pesados de seu segundo disco, O Diário do Homem Invisível, lançado neste mês de junho de 2009 pela Som Livre. Santos - que vem desenvolvendo parcerias e apostando em sua carreira solo enquanto continua o recesso por tempo indeterminado do Barão Vermelho - esboça álbum mais conceitual, repleto de convidados. A produção - dividida pelo artista com Humberto Barros - é farta e calca a sonoridade do CD no folk-rock. Mas o fato é que essa fartura às vezes soa excessiva. Basta dizer que a melhor canção do repertório, 32 Segundos, é a que foi embalada de forma mais simples. Entre uma quase vinheta de clima Sgt. Pepper's (Bom Dia, Boa Tarde, Boa Noite - faixa que fecha o CD com a junção das bandas Canastra e João Penca e seus Miquinhos Amestrados) e um reggae (Não Vá, gravado com o que sobrou do Cidade Negra), O Diário do Homem Invisível até surpreende ao evocar a sonoridade do trio Secos & Molhados numa canção, Você Não Entende o que É o amor, que conta com a sintomática presença de Ney Matogrosso. Santos recebe também Hélio Flanders (em O Homem da Máscara de Ferro), Autoramas (na faixa-título) e Filhos da Judith (em Longe Perto de Você). Do extenso time de convidados, o Coral das Princesas de Petrópolis - regido pelo maestro Rodrigo D'Ávila - se destaca em A Última Vez. Ainda assim, o disco deixa uma sensação de excesso de gente. Como se Santos precisasse disfarçar os fatos de que seu repertório autoral ainda é muito irregular e de que, como cantor, ele (ainda) é um bom baixista, por mais que esteja fazendo progressos vocais.

25 de junho de 2009 às 17:29  
Anonymous rubem said...

Pensei exatamente isso qdo ouvi "Você ñ entende o que é o amor": influência direta dos S&M, o que ñ é ruim, pelo contrário, a sonoridade dessa banda é sempre uma boa e inspiradora referência. Tanto que, na minha opinião, é de longe a melhor faixa do cd. A voz de Ney Matogrosso, sempre límpida, segura, impecável.
Abração!

26 de junho de 2009 às 02:29  

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