27 de fevereiro de 2009

Com horizonte curto, U2 sai da linha de frente...

Resenha de CD
Título: No Line
on the Horizon
Artista: U2
Gravadora: Universal
Music
Cotação: * * 1/2

Não era falsa a pista dada pelo rock Get on your Boots, eleito o primeiro single do álbum que o U2 lança na Irlanda nesta sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009. Nas lojas em escala mundial a partir de 2 de março, No Line on the Horizon é disco que tira o grupo da linha de frente do rock mundial. Não é ruim, mas não justifica a expectativa depositada no sucessor do superestimado How to Dismantle an Atomic Bomb (2004). Até porque a banda de Bono Voz recrutou três produtores - Brian Eno, Daniel Lanois e Steve Lillywhite - que tinham cacife e intimidade com o U2 para formatar um som mais sedutor do que o ouvido nas 11 faixas do álbum. A novidade é o ligeiro sotaque oriental das faixas Fez - Being Born e Cedars of Lebanon, provável efeito das sessões de gravação realizadas em Fez, no Marrocos (o álbum também foi formatado em Dublin, Londres e Nova York). Contudo, esse trilho oriental não desvia o som do U2 da rota original, retomada com o álbum sintomaticamente intitulado All That You Can't Leave Behind (2001) - aliás, o último grande título da discografia do quarteto. Fãs da banda vão identificar já aos primeiros acordes o toque pessoal da guitarra de The Edge em rocks como Breathe e Magnificent. No campo das baladas, Moment of Surrender se impõe mais do que White as Snow e Unknown Caller pelo tom épico. Já o bom rock Stand Up Comedy reedita o alto teor de messianismo do som de um grupo que, por conta das atividades de Bono Vox, sempre tem caráter político. Perceptível em várias faixas, a nova guinada do U2 rumo à eletrônica é mais calculada e não chega a descaracterizar o som da banda, que soa mais pop do que de costume em I'll Go Crazy If I Don't Go Crazy Tonight. Ao fim de repetidas audições de No Line on the Horizon, fica a certeza de que o U2 apático de 2009 não honra o histórico fonográfico de uma banda que sempre teve energia de sobra mesmo quando flertava com a música mais volátil em álbuns bem controvertidos como Pop! (1997). Que venha logo um próximo álbum para apagar a má impressão e - quem sabe? - recolocar o U2 na linha de frente do rock mundial! Por ora, seu horizonte é curto.

6 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Não era falsa a pista dada pelo rock Get on your Boots, eleito o primeiro single do álbum que o U2 lança na Irlanda nesta sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009. Nas lojas em escala mundial a partir de 2 de março, No Line on the Horizon é disco que tira o grupo da linha de frente do rock mundial. Não é ruim, mas não justifica a expectativa depositada no sucessor do superestimado How to Dismantle an Atomic Bomb (2004). Até porque a banda de Bono Voz recrutou três produtores - Brian Eno, Daniel Lanois e Steve Lillywhite - que tinham cacife e intimidade com o U2 para formatar um som mais sedutor do que o ouvido nas 11 faixas do álbum. A novidade é o ligeiro sotaque oriental das faixas Fez - Being Born e Cedars of Lebanon, provável efeito das sessões de gravação realizadas em Fez, no Marrocos (o álbum também foi formatado em Dublin, Londres e Nova York). Contudo, esse trilho oriental não desvia o som do U2 da rota original, retomada com o álbum sintomaticamente intitulado All That You Can't Leave Behind (2001) - aliás, o último grande título da discografia do quarteto. Fãs da banda vão identificar já aos primeiros acordes o toque pessoal da guitarra de The Edge em rocks como Breathe e Magnificent. No campo das baladas, Moment of Surrender se impõe mais do que White as Snow e Unknown Caller pelo tom épico. Já o bom rock Stand Up Comedy reedita o alto teor de politização do som de um grupo que, por conta das atividades de Bono Vox, tem caráter meio messiânico. Perceptível em várias faixas, a nova guinada do U2 rumo à eletrônica é mais calculada e não chega a descaracterizar o som da banda, que soa mais pop do que de costume em I'll Go Crazy If I Don't Go Crazy Tonight. Ao fim de repetidas audições de No Line on the Horizon, fica a certeza de que o U2 apático de 2009 não honra o histórico fonográfico de uma banda que sempre teve energia de sobra mesmo quando flertava com a música mais volátil em álbuns bem controvertidos como Pop! (1997). Que venha logo um próximo álbum para apagar a má impressão e - quem sabe? - recolocar o U2 na linha de frente do rock mundial! Por ora, seu horizonte é curto.

27 de fevereiro de 2009 às 16:26  
Blogger pedro said...

eu sinceramente achei o disco um espetáculo....

27 de fevereiro de 2009 às 20:48  
Anonymous Anônimo said...

Eu também achei um disco um espetáculo.

Aliás, parece um ranço sintomático falar mal do U2.

Mauro, não é Bono "Vox" (nem nunca foi).

2 de março de 2009 às 09:50  
Anonymous Anônimo said...

Quem não gostou deste disco não tá com nada.

4 de março de 2009 às 16:20  
Blogger mendes said...

O disco é maravilhoso. Não deixa nada a desejar. Uma dos aspectos que me fascinam no U2 é justamente essa capacidade de mutação, de inovar, de criar músicas completamente diferentes e lindas.
Do novo álbum, gostei de todas as músicas, especialmente Cedars of Lebanon, White as Snow, Fez-Being Born e Unknown Caller.
Ah! O U2 continua à frente no Rock Mundial. E dificilmente perderá seu posto. ;)

4 de setembro de 2009 às 16:29  
Anonymous Anônimo said...

Concordo com você, Mauro. Não é um disco ruim - falta apenas um feeling, um tempero, digamos assim. É apático, como você indicou.

As faixas que realmente valem a pena, em minha opinião, são No Line On The Horizon, Magnificent, I'll Go Crazy If I Don't Go Crazy Tonight e Breath.

Parece que um novo álbum sairá esse ano. Tomara que o U2 se recupere com ele!

28 de fevereiro de 2010 às 12:21  

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