10 de junho de 2010

B Negão põe pressão no papo ralo de Elza e Alex

Resenha de Show
Título: No Divã com a Diva
Artista: Elza Soares e Alex Ribeiro (em fotos de Mauro Ferreira)
Participações: B Negão (09/06) e Jorge Aragão (10/06)
Local: Teatro Rival (RJ)
Data: 9 de junho de 2010
Cotação: * *
Em cartaz até quinta-feira, 10 de junho de 2010, 19h30m

Em 1972, ao voltar de seu exílio pessoal na Itália, Elza Soares ouviu na voz do então iniciante Roberto Ribeiro (1940 - 1996) o samba-enredo Alô! Alô! Taí Carmen Miranda, defendido pelo Império Serrano naquele ano. Entusiasmada com a voz do cantor, Elza propôs na gravadora Odeon a feitura de álbum divivido por ela com Roberto. Gravado em três sessões realizadas entre 9 e 19 de outubro de 1972, o LP Sangue, Suor e Raça foi a inspiração do show No Divã com a Diva, em que Elza promove Alex Ribeiro, o filho de Roberto que vem dando seus primeiros passos como cantor e compositor nos últimos anos. Além de baladar Alex, Elza saúda a obra e a voz de Roberto - cuja imagem é vista em cena através da galeria de fotos exposta nos telões laterais do Teatro Rival, a casa carioca em que o show estreou na noite de 9 de junho de 2010. Não por acaso, o roteiro abre com a (morna) interpretação de Elza para o samba-enredo do Império Serrano e, na sequência, a Mulata Assanhada revive Swing Negrão, o fraco samba que fez para o colega e que abriu o (excelente!) LP de 1972.
De título populista, No Divã com a Diva é show feito com boa produção. Azeitada banda de dez músicos acompanha Elza e Alex em cena, incluindo feras como o baterista Paulinho Black. Mas a produção não disfarça a gordura e o conceito ralo do show (mal) dirigido por Bruno Lucide. Ao se sentar no divã para conversar com a diva Elza, Alex engata papo enfadonho e redundante com a cantora sobre seu pai. Esse falatório - a rigor, pouco informativo - prejudica o ritmo do show, cujo roteiro aloca no bloco inicial músicas gravadas por Elza e Roberto no álbum Sangue, Suor e Raça. Casos de Brasil Pandeiro (Assis Valente), samba que serve de veículo para a cantora exercitar sua habilidade nos scats, e de Cicatrizes (Miltinho e Paulo César Pinheiro), música solada por Alex. Sem ter a voz e o carisma de Roberto Ribeiro, Alex deixa impressão apenas correta como cantor e compositor quando se refugia no repertório do pai - Vazio (Está Faltando uma Coisa em mim) e Resto de Esperança, das lavras de Nelson Rufino e de Dedé da Portela com Jorge Aragão, respectivamente - e quando entoa temas próprios, entre partido alto, samba de terreiro e saudação à dinastia da Serrinha (Império de Bambas). Depois, Elza reassume o microfone e canta Chora, inédito samba lento de Alex e Jorge Lourenço. O telão exibe imagem de Britney Spears em lágrimas!!...
Falta sangue, suor e raça ao show. Quem pôs alguma pressão no papo-clichê de Elza e Alex foi o rapper B Negão, convidado da estreia. De início, Elza engoliu Negão ao entortar Malandro com seu suingue particular, deixando pouco espaço para o improviso do colega. Mas Negão virou o jogo ao reviver (Funk) Até o Caroço, clássico de seu repertório. Em seguida, A Carne - tema lançado pelo grupo Farofa Carioca já recorrente nos roteiros dos shows de Elza - manteve a pressão do show, fechando a tampa. No bis, o trio saudou São Jorge ao cantar Líder dos Templários e Todo Menino É um Rei, hit de Roberto Ribeiro, que completaria 70 anos em 2010 e merecia tributos mais envolventes do que este show - dos mais fracos apresentados por Elza nos últimos tempos. Sem raça e suor!

7 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Em 1972, ao voltar de seu exílio pessoal na Itália, Elza Soares ouviu na voz do então iniciante Roberto Ribeiro (1940 - 1996) o samba-enredo Alô! Alô! Taí Carmen Miranda, defendido pelo Império Serrano naquele ano. Entusiasmada com a voz do cantor, Elza propôs na gravadora Odeon a feitura de álbum divivido por ela com Roberto. Gravado em três sessões realizadas entre 9 e 19 de outubro de 1972, o LP Sangue, Suor e Raça foi a inspiração do show No Divã com a Diva, em que Elza promove Alex Ribeiro, o filho de Roberto que vem dando seus primeiros passos como cantor e compositor nos últimos anos. Além de baladar Alex, Elza saúda a obra e a voz de Roberto - cuja imagem é vista em cena através da galeria de fotos exposta nos telões laterais do Teatro Rival, a casa carioca em que o show estreou na noite de 9 de junho de 2010. Não por acaso, o roteiro abre com a (morna) interpretação de Elza para o samba-enredo do Império Serrano e, na sequência, a Mulata Assanhada revive Swing Negrão, o fraco samba que fez para o colega e que abriu o (excelente!) LP de 1972.
De título populista, No Divã com a Diva é show feito com boa produção. Azeitada banda de dez músicos acompanha Elza e Alex em cena, incluindo feras como o baterista Paulinho Black. Mas a produção não disfarça a gordura e o conceito ralo do show (mal) dirigido por Bruno Lucide. Ao se sentar no divã para conversar com a diva Elza, Alex engata papo enfadonho e redundante com a cantora sobre seu pai. Esse falatório - a rigor, pouco informativo - prejudica o ritmo do show, cujo roteiro aloca no bloco inicial músicas gravadas por Elza e Roberto no álbum Sangue, Suor e Raça. Casos de Brasil Pandeiro (Assis Valente), samba que serve de veículo para a cantora exercitar sua habilidade nos scats, e de Cicatrizes (Miltinho e Paulo César Pinheiro), música solada por Alex. Sem ter a voz e o carisma de Roberto Ribeiro, Alex deixa impressão apenas correta como cantor e compositor quando se refugia no repertório do pai - Vazio (Está Faltando uma Coisa em mim) e Resto de Esperança, das lavras de Nelson Rufino e de Dedé da Portela com Jorge Aragão, respectivamente - e quando entoa temas próprios, entre partido alto, samba de terreiro e saudação à dinastia da Serrinha (Império de Bambas). Depois, Elza reassume o microfone e canta Chora, inédito samba lento de Alex e Jorge Lourenço. O telão exibe imagem de Britney Spears em lágrimas!!...
Falta sangue, suor e raça ao show. Quem pôs alguma pressão no papo-clichê de Elza e Alex foi o rapper B Negão, convidado da estreia. De início, Elza engoliu Negão ao entortar Malandro com seu suingue particular, deixando pouco espaço para o improviso do colega. Mas Negão virou o jogo ao reviver (Funk) Até o Caroço, clássico de seu repertório. Em seguida, A Carne - tema lançado pelo grupo Farofa Carioca já recorrente nos roteiros dos shows de Elza - manteve a pressão do show, fechando a tampa. No bis, o trio saudou São Jorge ao cantar Líder dos Templários e Todo Menino É um Rei, hit de Roberto Ribeiro, que completaria 70 anos em 2010 e merecia tributos mais envolventes do que este show - dos mais fracos apresentados por Elza nos últimos tempos. Sem raça e suor!

10 de junho de 2010 às 14:28  
Anonymous Anônimo said...

Cadê os cds que ela gravou recentemente?????

10 de junho de 2010 às 14:29  
Anonymous Anônimo said...

O visual da Elza tá cada dia mais freak!

10 de junho de 2010 às 15:02  
Anonymous Anônimo said...

Ela está perdida neses últimos anos.Já estreiou vários shows e nenhum emplacou ...

10 de junho de 2010 às 17:45  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, nos últimos meses vc falou de vários shows da Elza. Alguém tem que parar essa mulher! rsrsrsrsr Adorooooooooooo Elza, mas calma mulher!

10 de junho de 2010 às 20:17  
Anonymous Anônimo said...

Quantas vieram e sumiram... Elza desde a década de 60 se reinventando... Quem dera todos pudessem chegar na casa dos 70 com com esse poderoso instinto de vida.

TUNICO /SP

11 de junho de 2010 às 11:22  
Anonymous Anônimo said...

Infelizmente, quem não entende de música escreve qq porcaria...
É por essas e outras, que jornalista não precisa mais ter diploma!!!!
Criticar é muito facil, ganhar dinheiro falando mal dos outros tbm, não é verdade sr. Mauro Ferreira?
Gostaria de ver o sr. com a idade da nossa Diva maior, uma das maiores vozes do mundo, fazer o que ela faz no palco.
Por Favor, senhores, procurem estudar um pouco mais, saber do que estão falando.
Esta nossa Diva é BRASILEIRA, e temos que ter orgulho de tê-la conosco e viva!
Mas, o povo brasileiro, só é patriota em época de copa do mundo, e cultura, é beber cerveja nos camelos da Lapa....
Viva a hipocresia brasileira!
Viva a Burrice e a falta de cultura do povo brasileiro!
Viva Mauro Ferreira!!!!

20 de junho de 2010 às 12:48  

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