
Título: Feito um Peixe
Artista: Cristina Braga
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * *
Harpista brilhante, Cristina Braga erra ao ofuscar sua rara habilidade no instrumento em Feito um Peixe, álbum em que se aventura como cantora e compositora sem de fato brilhar em nenhum dos dois ofícios. Já estabelecida no mundo erudito, inclusive por ser a harpista número 1 da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Braga busca interação com o universo pop - Kassin é o co-piloto da produção assinada por Ricardo Medeiros - e abre parcerias com compositores de música popular. O sambista Moacyr Luz, por exemplo, é parceiro de Braga e Maria Teresa Moreira em Restos, faixa ambientada em clima camerístico. Jorge Mautner é o letrista de Vendaval, cujos versos intensos são desvalorizados pelo canto frio de Braga. A voz da artista se ajusta mais às faixas de ameno clima bossa-novista como No Silêncio, na Chuva (tema de Pedro Braga, Cristina Braga e Ricardo Medeiros) e Me Avisa (outra parceria de Cristina com Medeiros). Fora da seara autoral, a harpista exibe sua maestria no instrumento ao solar o choro Brasileirinho (Waldir Azevedo) - a faixa instrumental que encerra o disco - e ao tocar Insensatez (Tom Jobim e Vinicius de Moraes - com o detalhe de que o crédito do Poetinha é omitido na contracapa) em andamento acelerado. Se a voz da harpista não consegue expor toda a beleza poética de Detrás del Muro de los Lamentos (Fito Paez), tema gravado em tributo a Mercedes Sosa (1935 - 2009), Peixe (Luiz Capucho) consegue emergir como um dos poucos momentos realmente bonitos de disco que se afoga na tentativa de realçar a voz opaca de Cristina Braga em prejuízo da exímia harpa tocada pela artista.
Harpista brilhante, Cristina Braga erra ao ofuscar sua rara habilidade no instrumento em Feito um Peixe, álbum em que se aventura como cantora e compositora sem de fato brilhar em nenhum dos dois ofícios. Já estabelecida no mundo erudito, inclusive por ser a harpista número 1 da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Braga busca interação com o universo pop - Kassin é o co-piloto da produção assinada por Ricardo Medeiros - e abre parcerias com compositores de música popular. O sambista Moacyr Luz, por exemplo, é parceiro de Braga e Maria Teresa Moreira em Restos, faixa ambientada em clima camerístico. Jorge Mautner é o letrista de Vendaval, cujos versos intensos são desvalorizados pelo canto frio de Braga. A voz da artista se ajusta mais às faixas de ameno clima bossa-novista como No Silêncio, na Chuva (tema de Pedro Braga, Cristina Braga e Ricardo Medeiros) e Me Avisa (outra parceria de Cristina com Medeiros). Fora da seara autoral, a harpista exibe sua maestria no instrumento ao solar o choro Brasileirinho (Waldir Azevedo) - a faixa instrumental que encerra o disco - e ao tocar Insensatez (Tom Jobim e Vinicius de Moraes - com o detalhe de que o crédito do Poetinha é omitido na contracapa) em andamento acelerado. Se a voz da harpista não consegue expor toda a beleza poética de Detrás del Muro de los Lamentos (Fito Paez), tema gravado em tributo a Mercedes Sosa (1935 - 2009), Peixe (Luiz Capucho) consegue emergir como um dos poucos momentos realmente bonitos de disco que se afoga na tentativa de realçar a voz opaca de Cristina Braga em prejuízo da exímia harpa tocada pela artista.
ResponderExcluir