18 de junho de 2010

Beck inspira cordas que geram Harmonia de Lô

Resenha de CD
Título: Harmonia
Artista: Lô Borges
Gravadora: Ultra Music
Cotação: * * * *

Beck - provavelmente - nem sabe, mas foi admitido por Lô Borges (indiretamente) como sócio do Clube da Esquina. Foi a concepção dos arranjos de cordas de Sea Change, o álbum lançado por Beck em 2002, que norteou a (esplêndida) colocação das cordas em Harmonia, álbum de inéditas concluído por Lô em 2009 pela gravadora mineira Ultra Music. O fato é que as cordas - arranjadas em Harmonia por Carlos Laudares - deram colorido todo especial à coesa safra de inéditas reunidas pelo artista mineiro no sucessor de BHanda (2007). BHanda foi disco interessante que, a propósito, forneceu os três músicos que tocam nas 13 faixas de Harmonia. Só que neste novo álbum há algo de novo no som de Lô que o encorpa sem trair os cânones do Clube que projetou Lô em 1972. Isso fica claro de imediato com a audição de boas músicas como Caminho, Chegado (de leve tom roqueiro) e Cordão de Ouro (bem no clima bucólico da esquina do lendário Clube). As cordas soam proeminentes em músicas como Transparente. Mas as guitarras de Giuliano Fernandes também dão certo peso ao repertório assinado em sua maioria por Lô com o mano Márcio Borges. Assim como os teclados pilotados por Barral, produtor do disco (ao lado do próprio Lô). Em fase bem inspirada, o compositor apresenta doze inéditas - entre temas novos (como Tudo de Novo, toque ecológico dado com violões e sensibilidade) e antigos (casos de Vinheta 78 e Onde a Gente Está, compostos em 1978 e em 1998, respectivamente) - e completa o repertório com Toda Essa Água, música de seu primeiro álbum, o cultuado Disco do Tênis, editado em 1973. Enfim, o velho Lô se irmana com o novo Lô Borges em Harmonia, disco revigorante.

9 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Beck - provavelmente - nem sabe, mas foi admitido por Lô Borges (indiretamente) como sócio do Clube da Esquina. Foi a concepção dos arranjos de cordas de Sea Change, o álbum lançado por Beck em 2002, que norteou a (esplêndida) colocação das cordas em Harmonia, álbum de inéditas concluído por Lô em 2009 pela gravadora mineira Ultra Music. O fato é que as cordas - arranjadas em Harmonia por Carlos Laudares - deram colorido todo especial à coesa safra de inéditas reunidas pelo artista mineiro no sucessor de BHanda (2007). BHanda foi disco interessante que, a propósito, forneceu os três músicos que tocam nas 13 faixas de Harmonia. Só que neste novo álbum há algo de novo no som de Lô que o encorpa sem trair os cânones do Clube que projetou Lô em 1972. Isso fica claro de imediato com a audição de boas músicas como Caminho, Chegado (de leve tom roqueiro) e Cordão de Ouro (bem no clima bucólico da esquina do lendário Clube). As cordas soam proeminentes em músicas como Transparente. Mas as guitarras de Giuliano Fernandes também dão certo peso ao repertório assinado em sua maioria por Lô com o mano Márcio Borges. Assim como os teclados pilotados por Barral, produtor do disco (ao lado do próprio Lô). Em fase bem inspirada, o compositor apresenta doze inéditas - entre temas novos (como Tudo de Novo, toque ecológico dado com violões e sensibilidade) e antigos (casos de Vinheta 78 e Onde a Gente Está, compostos em 1978 e em 1998, respectivamente) - e completa o repertório com Toda Essa Água, música de seu primeiro álbum, o cultuado Disco do Tênis, editado em 1973. Enfim, o velho Lô se irmana com o novo Lô Borges em Harmonia, disco revigorante.

18 de junho de 2010 às 17:13  
Anonymous Túlio Macedo said...

Excelente álbum do Lô Borges. Destaque para Cordão de Ouro, que é genial. A banda que tem acompanhado o Lô nos últimos anos é excelente. São integrantes Giuliano Fernandes(grande guitarrista), Barral(excelente produtor musical, tecladista e baixista), Robinson Matos(baterista respeitável).
Parabéns pelo blog.

18 de junho de 2010 às 21:22  
Anonymous Anônimo said...

Harmonia é um puta disco !
Músicas, letras, arranjos, cordas,referências, mixagem, tudo, tudo nota 10!
Será uma pena as pessoas não tomarem conhecimento desse disco ...

21 de junho de 2010 às 19:10  
Anonymous Heber said...

Mauro,

Já conheço este há algum tempo, acho que desde 2008, quando ele começou a circular na grande rede, achei que já havia sido lançado oficialmente desde lá. Será que este um lançamento ou um re-lançamento?

Abraços!

21 de junho de 2010 às 21:13  
Anonymous Anônimo said...

Como conhecedor do trabalho do Lô, vou atrás desse disco um tanto desconfiado pelo simples fato de o Lô ter esquecido como se compõe direito. Foi se misturar a Samuel Rosa atrás de uma carona do qual não precisa. Quem gravou discos como A Via Lactea, Sonho Real, Ao Vivo, não precisa estar na aba de ninguem. Os ultimos shows que vi foram decepcionantes, com musicos que não seguram a onda harmonica obrigatoria das musicas do Lô. Um leitor acima elogia o guitarrista Giuliano, que pra mim não tem nada haver com o que se precisa pra tocar com o Lô. O vi em duo com o Lô em 2 shows aqui no Rio onde as musicas foram assassinadas. Péssimos timbres, distorções equivocadas (as musicas do Lô não precisam distorção) e desrespeito a belas harmonias como a basica
Clube da Esquina. Vou ouvir o disco porque o Lô pra mim é um dos melhores compositores do mundo.

22 de junho de 2010 às 21:30  
Anonymous Anônimo said...

Concordo plenamente, quem deveria estar na aba era o sr Samuel, já da banda gosto muito.

24 de junho de 2010 às 20:20  
Blogger Unknown said...

Parabéns Mauro pela sua sensibilidade! Enfim alguém fala de Harmonia (Lô Borges) com harmonia e sensibilidade. Esse cd é muito legal. Começando com Caminho ( um choque de beleza), aí vem Chegado ( lado roqueiro de Lô), Transparente, Feita de Luz (adoro!!!!), Fronteira e termina com Suíte Imaginária.
Parabéns ao Lô pelo cd e para você pela sua sensibilidade.

24 de junho de 2010 às 21:34  
Anonymous Anônimo said...

ótimo disco, ótima produção e execelente banda! acho que o Lô consegue se destacar do Clube pela sua ousadia e coragem de estar sempre experimentando. Ir buscar em Beck inspiração para Harmonia é um reflexo disso. O cara tá ligado. Vi um show em Sp e achei o som muito atual. vida longa e muitos novos albúns.

25 de junho de 2010 às 16:25  
Anonymous Túlio Macedo said...

Sobre o trabalho do Lô com Samuel Rosa achei bom. O Samuel é um bom compositor, tem coerência e bom gosto. O Lô gravou a canção "Te Ver" e ficou excelente. Os dois compuseram Dois Rios junto com o Nando Reis. Ficou boa também. Vejo identificação entre os dois, não tem nada de pegar carona como disse acima o anônimo. É importante lembrar também que o Samuel Rosa tem como parceiro o ótimo compositor, cronista e saxofonista Chico Amaral. Além do mais o Skank é hoje em dia a única banda pop de qualidade que frequenta quase todas as rádios e é escutada por pessoas de todas as idades. Sobre o Giuliano Fernandes acredito que ele se adequa integralmente ao conceito musical do Lô nos últimos anos, basta ver no Myspace o que Lô tem escutado ultimamente, é um som mais pesado. Sei que é difícil a transição Toninho Horta-Giuliano Fernandes pra quem está muito ligado em álbuns como os geniais "A Via Láctea" e "Sonho Real", mas o novo guitarrista mostra grande competência. Outros álbuns do Lô Borges já indicam um outro caminho. Porém, sempre com ótimo resultado. Sugiro ao Mauro resenhas de álbuns anteriores do Lô, como BHANDA e Um Dia e Meio. Já sobre a apresentação em duo com o Giuliano, vejo outro problema. É o que acontece com outros músicos, mudam o arranjo da música. Aí raramente fica igual ou melhor do que a versão clássica. Já assisti a essa apresentação em duo e notei isso, mas nas músicas mais novas o arranjo original foi mantido. Mas mesmo assim gostei muito do show, é algo muito bem elaborado num encontro apenas de violão e guitarra.

Agora o detalhe é o título da resenha do Mauro. "Beck inspira cordas que geram Harmonia de Lô". Isso mostra o diálogo de grandes músicos de gerações e culturas distintas. Assim como o Lô foi influenciado pelo trabalho do Beck, músicos brasileiros já influenciaram bastante o grande músico angeleno.

30 de junho de 2010 às 00:44  

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