27 de fevereiro de 2010

CD agrega sentimentos de Senise e Peranzzetta

Resenha de CD
Título: Melodia
Sentimental
Artista: Gilson Peranzzetta e Mauro Senise
Convidada: Silvia Braga
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * *

Num dos textos publicados no encarte de Melodia Sentimental, CD que celebra os 20 anos da parceria fonográfica de Mauro Senise com Gilson Peranzzetta, Edu Lobo se refere ao termo Third Stream - criado pelo compositor e músico norte-americano Gunther Schuller para caracterizar a abordagem jazzística de peças do cancioneiro erudito - para explicar o som do álbum em que Senise e Peranzzetta recebem a harpista Silvia Braga como convidada. De fato, imersos nessa Terceira Corrente, Senise e Peranzzetta embaralham os conceitos de popular e erudito ao tocar um repertório que irmana temas de Johann Sebastian Bach (1685 - 1750) e Claude Debussy (1862 - 1918) com músicas de Tom Jobim (1927 - 1994) e Ary Barroso (1887 - 1959), passando por Heitor Villa-Lobos (1887 - 1959), o compositor brasileiro cuja obra em si já derrubou em alguns momentos a tênue fronteira entre clássico e popular. De Villa-Lobos, a dupla toca Melodia Sentimental - a faixa-título no qual se sobressai a harpa de Braga - e Lenda do Caboclo, peça adornada com citações dos temas folclóricos Prenda Minha e Peixe Vivo. A dose de improviso às vezes é (acertadamente) baixa, como em Amparo, o tema inicialmente instrumental de Jobim que passou a se chamar Olha Maria quando ganhou os versos de Vinicius de Moraes (1913 - 1980) e Chico Buarque. O registro de Senise e Peranzzetta tem arranjo de Eumir Deodato. Em contrapartida, a dupla põe novos ingredientes No Tabuleiro da Baiana (Ary Barroso) com a liberdade concedida aos músicos que transitam pelo universo do jazz. Acima de qualquer rótulo ou corrente, o sentimento parece ser a mola propulsora das onze gravações contidas neste álbum que reafirma a interação entre o piano de Peranzzetta (autor da maioria dos arranjos) e a flauta e o sax de Senise. Sentimento perceptível, por exemplo, em Teresa, tema feito por Peranzzetta em homenagem a Maria Teresa Senise, irmã de Mauro. Como sugere Edu Lobo ao fim de seu texto tão preciso quanto sucinto, o disco poderia se chamar Melodias Sentimentais.

3 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Num dos textos publicados no encarte de Melodia Sentimental, CD que celebra os 20 anos da parceria fonográfica de Mauro Senise com Gilson Peranzzetta, Edu Lobo se refere ao termo Third Stream - criado pelo compositor e músico norte-americano Gunther Schuller para caracterizar a abordagem jazzística de peças do cancioneiro erudito - para explicar o som do álbum em que Senise e Peranzzetta recebem a harpista Silvia Braga como convidada. De fato, imersos nessa Terceira Corrente, Senise e Peranzzetta embaralham os conceitos de popular e erudito ao tocar um repertório que irmana temas de Johann Sebastian Bach (1685 - 1750) e Claude Debussy (1862 - 1918) com músicas de Tom Jobim (1927 - 1994) e Ary Barroso (1887 - 1959), passando por Heitor Villa-Lobos (1887 - 1959), o compositor brasileiro cuja obra em si já derrubou em alguns momentos a tênue fronteira entre clássico e popular. De Villa-Lobos, a dupla toca Melodia Sentimental - a faixa-título no qual se sobressai a harpa de Braga - e Lenda do Caboclo, peça adornada com citações dos temas folclóricos Prenda Minha e Peixe Vivo. A dose de improviso às vezes é (acertadamente) baixa, como em Amparo, o tema inicialmente instrumental de Jobim que passou a se chamar Olha Maria quando ganhou os versos de Vinicius de Moraes (1913 - 1980) e Chico Buarque. O registro de Senise e Peranzzetta tem arranjo de Eumir Deodato. Em contrapartida, a dupla põe novos ingredientes No Tabuleiro da Baiana (Ary Barroso) com a liberdade concedida aos músicos que transitam pelo universo do jazz. Acima de qualquer rótulo ou corrente, o sentimento parece ser a mola propulsora das onze gravações contidas neste álbum que reafirma a interação entre o piano de Peranzzetta (autor da maioria dos arranjos) e a flauta e o sax de Senise. Sentimento perceptível, por exemplo, em Teresa, tema feito por Peranzzetta em homenagem a Maria Teresa Senise, irmã de Mauro. Como sugere Edu Lobo ao fim de seu texto tão preciso quanto sucinto, o disco poderia se chamar Melodias Sentimentais.

27 de fevereiro de 2010 às 15:52  
Anonymous Anônimo said...

Gilson Peranzzetta é luxo.Até Barbra Streisand sabe disso ...

28 de fevereiro de 2010 às 04:01  
Blogger Iara De Dupont said...

Muito bom teu blog! Se puder me visite, http://sindromemm.blogspot.com

20 de maio de 2010 às 15:15  

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