7 de fevereiro de 2010

Feliz, Martinho evoca presenças de Noel e Vila

Resenha de Show
Título: A Presença dos Poetas
Artista: Martinho da Vila (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Canecão (RJ)
Data: 6 de fevereiro de 2010
Cotação: * * * 1/2
Em cartaz até domingo, 7 de fevereiro de 2010
no embalo da expectativa de ver sua escola Vila Isabel disputar mais um Carnaval com samba de sua autoria, Martinho da Vila idealizou show pré-carnavalesco, A Presença dos Poetas, cujo título alude ao nome do samba-enredo composto por ele para a Vila. Em cartaz no Canecão (RJ) somente até este domingo, 7 de fevereiro de 2010, o show flagra o artista em momento de leveza e felicidade. Prestes a completar 72 anos, no próximo dia 12 de fevereiro, Martinho desfila seguro em cena, cantando sem titubear letras de sambas-enredos, marchinhas e até frevos de antigos Carnavais. Sem esquecer alguns sucessos, como Ex-Amor (1981) e Madalena do Jucú (1989), já infalíveis nos roteiros de seus shows.
A presença de Noel Rosa (1910 - 1937) é evocada em cena não somente através da imagem que põe o Poeta da Vila de frente para o retrato de Martinho no cenário criado por Alex Souza, atual Carnavalesco da Vila Isabel. Após recordar o belo samba No Embalo da Vila (1979), Martinho senta numa poltrona para cantar duas joias do baú de Noel, Filosofia (parceria com André Filho, de 1933) e Último Desejo (1937), em tom mais íntimo. É quando o show - aberto com pot-pourri instrumental que costura os maiores sucessos do compositor - começa a crescer. Após tal abertura, Martinho entra em cena para reviver - sem a devida empolgação, por se tratar do início do show - o samba-enredo Kizomba, Festa da Raça, com o qual a Vila Isabel conquistou seu primeiro campeonato em 1988. Este samba-enredo é tão sedutor e primoroso que chega a ofuscar o atual, Noel: A Presença do Poeta da Vila, cantado em seguida. Na sequência, outros poetas são evocados quando Martinho arma sua Roda de Samba no Céu (2005). E outro poeta da Vila - a Vila da Penha, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro, não a Vila Isabel - é saudado quando o compositor revive Graça Divina (1981), um inspirado samba feito com Luiz Carlos da Vila (1949 - 2008) - a quem o tema é dedicado.
Após o set intimista com músicas de Noel, Martinho celebrou a esposa Cleo em Mulheres - já que ela aniversariava na data, 6 de fevereiro, em que o show estreou no Canecão - e abriu espaço para que o percussionista Marcelinho Moreira fosse para o Centro do palco cantar Filosofia de Vida (2008) - o bom samba feito por ele em parceria com Martinho e Fred Camacho - e Festa do Círio de Nazaré, o samba-enredo de 1975, da escola Estácio de Sá, que tem o pai do músico como um dos autores. De volta à cena, no último verso do samba da Estácio, Martinho aproveita a deixa e engata três antológicos sambas-enredos de sua autoria, Onde o Brasil Aprendeu a Liberdade (1972), Sonho de um Sonho (1980) e Pra Tudo se Acabar na Quarta-feira (1984). Na sequência, longo medley com frevos e marchinhas anima ainda mais o baile pré-Carnavalesco de Martinho, que culmina, já no bis, com integrantes da bateria da Unidos de Vila Isabel no palco para pôr a devida pressão percussiva em Raízes (1987), outro samba-enredo feito por Martinho para a sua Vila de tantos shows, discos e Carnavais...

1 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Já no embalo da expectativa de ver sua escola Vila Isabel disputar mais um Carnaval com samba de sua autoria, Martinho da Vila idealizou show pré-carnavalesco, A Presença dos Poetas, cujo título alude ao nome do samba-enredo composto por ele para a Vila. Em cartaz no Canecão (RJ) somente até este domingo, 7 de fevereiro de 2010, o show flagra o artista em momento de leveza e felicidade. Prestes a completar 72 anos, no próximo dia 12 de fevereiro, Martinho desfila seguro em cena, cantando sem titubear letras de sambas-enredos, marchinhas e até frevos de antigos Carnavais. Sem esquecer alguns sucessos, como Ex-Amor (1981) e Madalena do Jucú (1989), já infalíveis nos roteiros de seus shows.
A presença de Noel Rosa (1910 - 1937) é evocada em cena não somente através da imagem que põe o Poeta da Vila de frente para o retrato de Martinho no cenário criado por Alex Souza, atual Carnavalesco da Vila Isabel. Após recordar o belo samba No Embalo da Vila (1979), Martinho senta numa poltrona para cantar duas joias do baú de Noel, Filosofia (parceria com André Filho, de 1933) e Último Desejo (1937), em tom mais íntimo. É quando o show - aberto com pot-pourri instrumental que costura os maiores sucessos do compositor - começa a crescer. Após tal abertura, Martinho entra em cena para reviver - sem a devida empolgação, por se tratar do início do show - o samba-enredo Kizomba, Festa da Raça, com o qual a Vila Isabel conquistou seu primeiro campeonato em 1988. Este samba-enredo é tão sedutor e primoroso que chega a ofuscar o atual, Noel: A Presença do Poeta da Vila, cantado em seguida. Na sequência, outros poetas são evocados quando Martinho arma sua Roda de Samba no Céu (2005). E outro poeta da Vila - a Vila da Penha, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro, não a Vila Isabel - é saudado quando o compositor revive Graça Divina (1981), um inspirado samba feito com Luiz Carlos da Vila (1949 - 2008) - a quem o tema é dedicado.
Após o set intimista com músicas de Noel, Martinho celebrou a esposa Cleo em Mulheres - já que ela aniversariava na data, 6 de fevereiro, em que o show estreou no Canecão - e abriu espaço para que o percussionista Marcelinho Moreira fosse para o Centro do palco cantar Filosofia de Vida (2008) - o bom samba feito por ele em parceria com Martinho e Fred Camacho - e Festa do Círio de Nazaré, o samba-enredo de 1975, da escola Estácio de Sá, que tem o pai do músico como um dos autores. De volta à cena, no último verso do samba da Estácio, Martinho aproveita a deixa e engata três antológicos sambas-enredos de sua autoria, Onde o Brasil Aprendeu a Liberdade (1972), Sonho de um Sonho (1980) e Pra Tudo se Acabar na Quarta-feira (1984). Na sequência, longo medley com frevos e marchinhas anima ainda mais o baile pré-Carnavalesco de Martinho, que culmina, já no bis, com integrantes da bateria da Unidos de Vila Isabel no palco para pôr a devida pressão percussiva em Raízes (1987), outro samba-enredo feito por Martinho para a sua Vila de tantos shows, discos e Carnavais...

7 de fevereiro de 2010 às 15:43  

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