24 de fevereiro de 2010

Canto de Celso se beneficia com boa intimidade

Resenha de CD e DVD
Título: Voz e Violão
Artista: Celso Fonseca
Gravadora: RWR
/ Universal Music
Cotação: * * *

Nos últimos anos, Celso Fonseca andou tentando se firmar como cantor. Para tal, buscou repertório mais popular. Mas nem lançar mão de uma (bela) balada dos ex-hitmakers Michael Sullivan & Paulo Massadas - Um Dia de Domingo (1985), regravada em estratégico dueto com Ana Carolina - fez com que o canto de Celso ficasse de fato popular. Voz e Violão - o registro ao vivo que ora lançado neste mês de fevereiro de 2010, em CD e DVD captados em show feito em setembro de 2009 na casa Estrela da Lapa (RJ) - apaga a má impressão do anterior Celso Fonseca ao Vivo (2008). Não, a voz de Celso não o credencia a figurar na lista dos intérpretes expressivos, mas é justo reconhecer que o intimismo beneficia o canto do artista nesta agradável gravação. Sozinho com seu violão esperto, Celso faz sua voz calma revelar o lado oculto de algumas canções. Caso do samba-reggae Beleza Rara (1996), lançado pela Banda Eva. Sem ressaltar a batida típica do gênero, o artista expõe a beleza melódica da música de Edmilson Teles de Souza, o Ed Grandão. Mais um na Multidão - a parceria de Erasmo Carlos com Marisa Monte e Carlinhos Brown, lançada pelo Tremendão em 2000 - também ressurge com nova pegada, dez anos depois do (excelente) registro original. Silêncios dão outras nuances a Tudo Bem (1985), uma das grandes canções de Lulu Santos. Na voz e no violão de Celso, até Conquista (1996) - sucesso funkeiro da dupla Claudinho & Buchecha - se harmoniza no roteiro com canção de Roberto e Erasmo Carlos (Olha, 1975, bem ajustada ao formato do show) e bossa nova (Ela É Carioca, 1963). À medida que o show avança, as programações eletrônicas de Walter Costa se fazem ouvir com mais intensidade sem prejuízo da intimidade que rege Voz e Violão. Que se revela quase sempre interessante, mas seria ainda mais sedutor se Celso procurasse evitar a obra de Gilberto Gil, de quem regrava Tempo Rei (1984) como se fosse um clone do compositor, cujo DNA autoral também parece clonado em Febre, tema da lavra de Fonseca. Tal semelhança é até natural pelo fato de Fonseca ter tocado durante anos com Gil, mas prejudica um trabalho que, no todo, é bem bacana. Escute. Sem (pré)conceito...

5 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Nos últimos anos, Celso Fonseca andou tentando se firmar como cantor. Para tal, buscou repertório mais popular. Mas nem lançar mão de uma (bela) balada dos hitmakers Michael Sullivan & Paulo Massadas - Um Dia de Domingo (1985), regravada em estratégico dueto com Ana Carolina - fez com que o canto de Celso ficasse de fato popular. Voz e Violão - o registro ao vivo que ora lançado neste mês de fevereiro de 2010, em CD e DVD captados em show realizado em setembro na casa Estrela da Lapa (RJ) - desfaz a má impressão do anterior Celso Fonseca ao Vivo (2008). Não, a voz de Celso não o credencia a figurar na lista dos intérpretes expressivos, mas é justo reconhecer que o intimismo beneficia o canto do artista nesta agradável gravação. Sozinho com seu violão esperto, Celso faz sua voz calma revelar o lado oculto de algumas canções. Caso do samba-reggae Beleza Rara (1996), lançado pela Banda Eva. Sem ressaltar a batida típica do gênero, o artista expõe a beleza melódica da música de Edmilson Teles de Souza, o Ed Grandão. Mais um na Multidão - a parceria de Erasmo Carlos com Marisa Monte e Carlinhos Brown, lançada pelo Tremendão em 2000 - também ressurge com nova pegada, dez anos depois do (excelente) registro original. Silêncios dão outras nuances a Tudo Bem (1985), uma das grandes canções de Lulu Santos. Na voz e no violão de Celso, até Conquista (1996) - sucesso funkeiro da dupla Claudinho & Buchecha - se harmoniza no roteiro com canção de Roberto e Erasmo Carlos (Olha, 1975, bem ajustada ao formato do show) e bossa nova (Ela É Carioca, 1963). À medida que o show avança, as programações eletrônicas de Walter Costa se fazem ouvir com mais intensidade sem prejuízo da intimidade que rege Voz e Violão. Que se revela quase sempre interessante, mas seria ainda mais sedutor se Celso procurasse evitar a obra de Gilberto Gil, de quem regrava Tempo Rei (1984) como se fosse um clone do compositor, cujo DNA autoral também parece clonado em Febre, tema da lavra de Fonseca. Tal semelhança é até natural pelo fato de Fonseca ter tocado durante anos com Gil, mas prejudica um trabalho que, no todo, é bem bacana. Escute. Sem (pré)conceito...

24 de fevereiro de 2010 às 16:46  
Anonymous Anônimo said...

É um trabalho delicioso de se ouvir. Celso acertou em cheio no repertório. Fica interessante a sua levada pra músicas conhecidas. Elas ganham ares novos, nuances antes não detectadas, adorei!!!

24 de fevereiro de 2010 às 17:55  
Anonymous Anônimo said...

Sei que o Celso Fonseca é um artista respeitado. Mas algumas dessas regravações já tocaram no rádio, como CONQUISTA e UM DIA DE DOMINGO. E, com todo respeito, é tudo de dar nos nervos, aquele canto quase falado... Quando não irrita, dá sono. Definitivamente, não é pra mim.

24 de fevereiro de 2010 às 18:52  
Anonymous Anônimo said...

Pra mim não dá.
Essa mistura não me faria bem.
Não gosto de limão com doce de leite. Meu Deus, quem compra um disco assim? Mauro, socorro!

24 de fevereiro de 2010 às 22:01  
Anonymous Anônimo said...

O cd é uma delícia de ouvir. Descomplicado. Coisa rara de se ter hoje em dia, aonde o primordial são gritos e axés. Calma, tem que se PARAR um pouco e ouvir a essência da canção. Não é todo mundo que é capaz disso...

24 de fevereiro de 2010 às 23:16  

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