6 de novembro de 2009

'Causos' de Erasmo não justificam fama de mau

Resenha de livro
Título: Minha Fama
de Mau
Autor: Erasmo Carlos
Editora: Objetiva
Cotação: * * * 1/2

A rigor, Minha Fama de Mau não é uma biografia de Erasmo Carlos, embora conte fatos importantes da vida e da carreira ímpares do Tremendão. O livro é, antes, um compêndio de causos que o artista relata sem justificar o título. De mau, Erasmo tem somente a fama. Mas isso não impede que seu relato seja lido com prazer. Sexo, aliás, é um dos motes da narrativa ao lado da paixão pelo rock'n'roll. As aventuras juvenis da lendária Turma da Tijuca - integrada nos anos 50 por nomes como Erasmo, Roberto Carlos e um certo Sebastião Rodrigues Maia (1942 - 1998), vulgo Tim - rendem deliciosas histórias. Assim como as aventuras sexuais do elenco da Jovem Guarda. Sem revelar os nomes das companheiras de orgias, as suas e as dos colegas, Erasmo explicita no livro que os bastidores da Jovem Guarda eram bem menos inocentes do que faziam supor os versos românticos das canções que embalavam o público naquelas jovens tardes de domingo. Já as aventuras da fase adulta - menos interessantes - envolvem sobretudo a mulher-musa de Erasmo, Narinha, cujo suicídio, no fim de 1995, é mencionado de forma breve nas memórias. É que, na contramão de biografias que buscam tom sensacionalista, Minha Fama de Mau é livro escrito com ternura por um Erasmo nostálgico de seus momentos felizes. Por mais que siga uma ordem quase cronológica (os capítulos dedicados a Roberto Carlos e a Tim embaralham um pouco essa cronologia), a narrativa é formada por uma série de causos que não necessariamente se encadeiam e que podem, inclusive, ser lidos de forma aleatória. A leitura é leve, mas Minha Fama de Mau fica devendo. É preciso que seja editado no futuro um outro livro, de caráter mais explicitamente biográfico, que reconstitua todos os passos musicais de Erasmo Carlos, artista ainda não incensado na medida de sua importância tremenda para a construção da identidade do pop rock brasileiro.

3 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

rigor, Minha Fama de Mau não é uma biografia de Erasmo Carlos, embora conte fatos importantes da vida e da carreira ímpares do Tremendão. O livro é, antes, um compêndio de causos que o artista relata sem justificar o título. De mau, Erasmo tem somente a fama. Mas isso não impede que seu relato seja lido com prazer. Sexo, aliás, é um dos motes da narrativa ao lado da paixão pelo rock'n'roll. As aventuras juvenis da lendária Turma da Tijuca - integrada nos anos 50 por nomes como Erasmo, Roberto Carlos e um certo Sebastião Rodrigues Maia (1942 - 1998), vulgo Tim - rendem deliciosas histórias. Assim como as aventuras sexuais do elenco da Jovem Guarda. Sem revelar os nomes das companheiras de orgias, as suas e as dos colegas, Erasmo explicita no livro que os bastidores da Jovem Guarda eram bem menos inocentes do que faziam supor os versos românticos das canções que embalavam o público naquelas jovens tardes de domingo. Já as aventuras da fase adulta - menos interessantes - envolvem sobretudo a mulher-musa de Erasmo, Narinha, cujo suicídio, no fim de 1995, é mencionado de forma breve nas memórias. É que, na contramão de biografias que buscam tom sensacionalista, Minha Fama de Mau é livro escrito com ternura por um Erasmo nostálgico de seus momentos felizes. Por mais que siga uma ordem quase cronológica (os capítulos dedicados a Roberto Carlos e a Tim embaralham um pouco essa cronologia), a narrativa é formada por uma série de causos que não necessariamente se encadeiam e que podem, inclusive, ser lidos de forma aleatória. A leitura é leve, mas Minha Fama de Mau fica devendo. É preciso que seja editado no futuro um outro livro, de caráter mais explicitamente biográfico, que reconstitua todos os passos musicais de Erasmo Carlos, artista ainda não incensado na medida de sua importância tremenda para a construção da identidade do pop rock brasileiro.

6 de novembro de 2009 às 17:35  
Anonymous Anônimo said...

Corre o rico de se escreverem a biografia do Erasmo, o Roberto mandar vetar.

7 de novembro de 2009 às 13:28  
Blogger Alex Balint said...

o livro é fraquinho, perde de 10 a zero do livro do Nelson Mota sobre o Tim Maia. Só vale pra quem é muito fã dele, o que não é o meu caso.

5 de janeiro de 2010 às 15:03  

Postar um comentário

<< Home