19 de novembro de 2009

Ainda 'cool', Norah persegue Waits em 'The Fall'

Resenha de CD
Título: The Fall
Artista: Norah Jones
Gravadora: Blue Note
/ EMI Music
Cotação: * * *

Talvez o novo corte de cabelo, agora mais curto, seja a mais radical mudança esboçada por Norah Jones em seu quarto álbum, The Fall. O som também mudou, mas a guinada em direção às guitarras - postas no lugar de destaque antes destinado ao piano soft tocado pela artista - não altera substancialmente a ambiência cool da cantora e compositora. Como já sinaliza a faixa que abre o disco, Chasing Pirates, a música de Norah Jones em The Fall soa mais contemporânea e menos jazzística. Mas as guitarras não a direcionam para o universo do rock. The Fall evoca intencionalmente o som de Tom Waits, em especial o do álbum Mule Variations (1999). Para tal, Norah recrutou o mesmo produtor deste disco de Waits, Jacquire King, e também um guitarrista (Marc Ribot) habituado a tocar com o cantor e compositor norte-americano. Contudo, por mais que uma ou outra faixa, caso de It's Gonna Be, remeta ligeiramente ao universo do country-rock, The Fall reitera a suavidade típica do som da estrela do pop jazz em temas como Back to Manhattan e I Wouldn't Need You. Sim, é fato que músicas como Stuck - parceria da artista com o roqueiro texano Will Sheff que aborda a ressaca de uma noite regada a bebedeiras - apresentam uma Norah menos comportada. No todo, a mudança é real, mas não tão profunda como fízeram supor as notícias sobre o álbum veiculadas pela gravadora EMI Music. Mas já é alguma coisa. Afinal, The Fall tem a missão de devolver a Norah Jones o lugar de destaque ela vem vem perdendo progressivamente por conta de seus dois últimos álbuns, Feels Like Home (2004) e Not to Late (2007), que nem de longe seduziram o mundo como o primeiro, Come Away with me (2002). Embora seja improvável que The Fall altere o quadro porque, mesmo bom, o disco não consegue cativar de fato.

1 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Talvez o novo corte de cabelo, agora mais curto, seja a mais radical mudança esboçada por Norah Jones em seu quarto álbum, The Fall. O som também mudou, mas a guinada em direção às guitarras - postas no lugar de destaque antes destinado ao piano soft tocado pela artista - não altera substancialmente a ambiência cool da cantora e compositora. Como já sinaliza a faixa que abre o disco, Chasing Pirates, a música de Norah Jones em The Fall soa mais contemporânea e menos jazzística. Mas as guitarras não a direcionam para o universo do rock. The Fall evoca intencionalmente o som de Tom Waits, em especial o do álbum Mule Variations (1999). Para tal, Norah recrutou o mesmo produtor deste disco de Waits, Jacquire King, e também um guitarrista (Marc Ribot) habituado a tocar com o cantor e compositor norte-americano. Contudo, por mais que uma ou outra faixa, caso de It's Gonna Be, remeta ligeiramente ao universo do country-rock, The Fall reitera a suavidade típica do som da estrela do pop jazz em temas como Back to Manhattan e I Wouldn't Need You. Sim, é fato que músicas como Stuck - parceria da artista com o roqueiro texano Will Sheff que aborda a ressaca de uma noite regada a bebedeiras - apresentam uma Norah menos comportada. No todo, a mudança é real, mas não tão profunda como fízeram supor as notícias sobre o álbum veiculadas pela gravadora EMI Music. Mas já é alguma coisa. Afinal, The Fall tem a missão de devolver a Norah Jones o lugar de destaque ela vem vem perdendo progressivamente por conta de seus dois últimos álbuns, Feels Like Home (2004) e Not to Late (2007), que nem de longe seduziram o mundo como o primeiro, Come Away with me (2002). Embora seja improvável que The Fall altere o quadro porque, mesmo bom, o disco não consegue cativar de fato.

19 de novembro de 2009 às 11:13  

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