23 de setembro de 2009

Lee foca Woodstock com ternura e estereótipos

Resenha de filme
Título: Aconteceu em
Woodstock (Taking
Woodstock, EUA, 2009)
Diretor: Ang Lee
Elenco: Demetri Martin,
Imelda Staunton, Henry
Goodman, Jonathan
Groff e Eugene Levy,
entre outros atores
Cotação: * * * 1/2
Em cartaz no Festival do
Rio (sessões entre 25 de
setembro e 7 de outubro
de 2009)

Filme que abre a edição de 2009 do Festival do Rio na noite de quinta-feira, 24 de setembro, Aconteceu em Woodstock expõe a visão terna do cineasta Ang Lee sobre aqueles três históricos dias de paz & amor do verão norte-americano de 1969. Não é um filme sobre o festival, mas sobre a transformação causada por Woodstock na vida pessoal de Elliot Tiber, judeu oprimido pela mãe e pela cultura repressiva da interiorana Catskills. Tal como o livro homônimo que o inspirou, o filme tem narrativa centrada na figura de Elliot. Mas o tempo é o do cinema - e nisso reside todo o mérito ou o defeito do filme, dependendo do ponto de vista do espectador. Lee não aprofunda os conflitos existenciais de Elliot em relação à homossexualidade e à sensação que o corrói de estar desperdiçando a juventude ao (tentar) administrar um hotel barato controlado com mão de ferro por sua dominadora mãe. Lee minimiza tais anseios - detalhados no livro - num tom próximo da comédia. A mãe (Imelda Staunton, ótima) é perfilada de forma quase caricatural para extrair do espectador o riso que brota também quando é enfocado o grupo de teatro liderado por Devon (Dan Fogler). O filme também reitera estereótipos associados aos hippies, ainda visto equivocamente por muitos como um bando de malucos viajandões. Feitas as ressalvas, contudo, é justo reconhecer que Aconteceu em Woodstock seduz o espectador ao transportá-lo para um tempo em que ainda havia ideais. Algumas imagens - como as cenas coloridas que retratam a primeira viagem de ácido de Elliot - são belas. E, no todo, o filme envolve o espectador por evocar de forma satisfatória - ainda que periférica - toda a magia lendária de Woodstock, símbolo da liberdade dos que viviam sob a repressão.

2 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Filme que abre a edição de 2009 do Festival do Rio na noite de quinta-feira, 24 de setembro, Aconteceu em Woodstock expõe a visão terna do cineasta Ang Lee sobre aqueles três históricos dias de paz & amor do verão norte-americano de 1969. Não é um filme sobre o festival, mas sobre a transformação causada por Woodstock na vida pessoal de Elliot Tiber, judeu oprimido pela mãe e pela cultura repressiva da interiorana Catskills. Tal como o livro homônimo que o inspirou, o filme tem narrativa centrada na figura de Elliot. Mas o tempo é o do cinema - e nisso reside todo o mérito ou o defeito do filme, dependendo do ponto de vista do espectador. Lee não aprofunda os conflitos existenciais de Elliot em relação à homossexualidade e à sensação que o corrói de estar desperdiçando a juventude ao (tentar) administrar um hotel barato controlado com mão de ferro por sua dominadora mãe. Lee minimiza tais anseios - detalhados no livro - num tom próximo da comédia. A mãe (Imelda Staunton, ótima) é perfilada de forma quase caricatural para extrair do espectador o riso que brota também quando é enfocado o grupo de teatro liderado por Devon (Dan Fogler). O filme também reitera estereótipos associados aos hippies, ainda visto equivocamente por muitos como um bando de malucos viajandões. Feitas as ressalvas, contudo, é justo reconhecer que Aconteceu em Woodstock seduz o espectador ao transportá-lo para um tempo em que ainda havia ideais. Algumas imagens - como as cenas coloridas que retratam a primeira viagem de ácido de Elliot - são belas. E, no todo, o filme envolve o espectador por evocar de forma satisfatória - ainda que periférica - toda a magia lendária de Woodstock, símbolo da liberdade dos que viviam sob a repressão.

23 de setembro de 2009 às 13:38  
Anonymous Anônimo said...

Caramba, fiquei chapado só de ver a capa desse filme.

23 de setembro de 2009 às 21:09  

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