16 de setembro de 2009

Arnaldo dá nomes ao 'Oi' em show-performance

Resenha de Show
Título: Performance Poética Experimental
Artista: Arnaldo Antunes (em fotos de Mauro Ferreira)
Local: Oi Futuro - Ipanema (RJ)
Data: 15 de setembro de 2009
Cotação: * * *
No momento em que lança Iê Iê Iê, um disco de tom popular que revitaliza com inteligência os códigos da música pop do início dos anos 60, Arnaldo Antunes reviveu momentaneamente o estilo concretista que norteou seu primeiro CD solo, Nome (1993). Foi no show-performance que inaugurou na noite de terça-feira, 15 de setembro de 2009, a sede do Oi Futuro em Ipanema. Espécie de centro cultural que objetiva a integração das artes, o Oi Futuro ostenta estética gregária condizente com o espírito artístico de Arnaldo, cuja obra musical incorpora elementos de poesia e artes plásticas. Foi a faceta mais experimental - ou cabeça - da arte do múltiplo Arnaldo que se revelou mais uma vez em cena. O titã se apresentou no palco do teatro do Oi Futuro ao lado do guitarrista Edgard Scandurra e do músico Marcelo Jeneci, que se alternou nos teclados e no acordeom. Projeções da artista plástica Márcia Xavier realçaram o tom multimídia pretendido pelo evento social.
Foi sintomaticamente com a faixa-título do álbum Nome que Arnaldo abriu seu show-performance. Na sequência, os versos de O Nome Disso foram recitados enquanto o titã girava um globo terrestre. A palavra ocupou o centro da cena. Daí a voz cavernosa utilizada por Arnaldo para chamar atenção para os versos de Luz. Daí o uso do próprio corpo do artista como um instrumento de percussão ao longo de Não Tem Que. Daí a ênfase na relatividade do conceito de tempo numa das melhores músicas do repertório dos Titãs, intitulada justamente Tempo e lançada por Sandra de Sá em 1988 em bela gravação que contou com a adesão do octeto paulista. Daí a forma crua com que Arnaldo despejou ou cuspiu os versos de Abraça o meu Abraço. É música - e lá estava a guitarra afiadíssima de Scandurra a pontuar os versos - mas é, sobretudo, poesia. Daí também o poema concreto - NOW HERE NOWHERE - escrito por Arnaldo durante o show nos vidros que formavam as paredes laterais do palco. No fim, o ato performático atinge seu clímax quando, ao apresentar o tema O Corpo / Momento XVIII, o artista esconde por todo o corpo, debaixo de suas roupas, várias folhas nas quais estão escritas as palavras Totem e Tabu, numa referência sutil ao livro Totem e Tabu, publicado em 1913 por Sigmund Freud (1856 - 1939). É, Arnaldo Antunes sabe o que fala!!

5 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

No momento em que lança Iê Iê Iê, um disco de tom popular que revitaliza com inteligência os códigos da música pop do início dos anos 60, Arnaldo Antunes reviveu momentaneamente o estilo concretista que norteou seu primeiro CD solo, Nome (1993). Foi no show-performance que inaugurou na noite de terça-feira, 15 de setembro de 2009, a sede do Oi Futuro em Ipanema. Espécie de centro cultural que objetiva a integração das artes, o Oi Futuro ostenta estética gregária condizente com o espírito artístico de Arnaldo, cuja obra musical incorpora elementos de poesia e artes plásticas. Foi a faceta mais experimental - ou cabeça - da arte do múltiplo Arnaldo que se revelou mais uma vez em cena. O titã se apresentou no palco do teatro do Oi Futuro ao lado do guitarrista Edgard Scandurra e do músico Marcelo Jeneci, que se alternou nos teclados e no acordeom. Projeções da artista plástica Márcia Xavier realçaram o tom multimídia pretendido pelo evento social.
Foi sintomaticamente com a faixa-título do álbum Nome que Arnaldo abriu seu show-performance. Na sequência, os versos de O Nome Disso foram recitados enquanto o titã girava um globo terrestre. A palavra ocupou o centro da cena. Daí a voz cavernosa utilizada por Arnaldo para chamar atenção para os versos de Luz. Daí o uso do próprio corpo do artista como um instrumento de percussão ao longo de Não Tem Que. Daí a ênfase na relatividade do conceito de tempo numa das melhores músicas do repertório dos Titãs, intitulada justamente Tempo e lançada por Sandra de Sá em 1988 em bela gravação que contou com a adesão do octeto paulista. Daí a forma crua com que Arnaldo despejou ou cuspiu os versos de Abraça o meu Abraço. É música - e lá estava a guitarra afiadíssima de Scandurra a pontuar os versos - mas é, sobretudo, poesia. Daí também o poema concreto - NOW HERE NOWHERE - escrito por Arnaldo durante o show nos vidros que formavam as paredes laterais do palco. No fim, o ato performático atinge seu clímax quando, ao apresentar o tema O Corpo / Momento XVIII, o artista esconde por todo o corpo, debaixo de suas roupas, várias folhas nas quais estão escritas as palavras Totem e Tabu, numa referência sutil ao livro Totem e Tabu, publicado em 1913 por Sigmund Freud (1856 - 1939). É, Arnaldo Antunes sabe o que fala!!

16 de setembro de 2009 às 16:51  
Anonymous Anônimo said...

Esse homem é chato e cabeça demais...

16 de setembro de 2009 às 19:14  
Anonymous Anônimo said...

Estou muito interessadoi em ouvir o Novo trabalho do Arnaldo.

Valeu pelo Post!

Anselmo - Minerva Pop

16 de setembro de 2009 às 21:12  
Anonymous sander said...

Arnaldo muitas vezes exige uma atençao e uma disposição para entender o não explicitamente dito, que muitas vezes incomoda..Há muita gente preguiçosa por ai...

16 de setembro de 2009 às 23:53  
Anonymous Anônimo said...

Sabe o que fala mesmo!
É o melhor da geração dele, mas esse último dele eu não gostei, não.

17 de setembro de 2009 às 00:52  

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