15 de julho de 2009

Produção de Villares valoriza a música de Céu

Resenha de CD
Título: Vagarosa
Artista: Céu
Gravadora: Six Degree
Records / Universal Music
Cotação: * * * 1/2

É na cadência bonita do samba que Céu abre seu segundo álbum, Vagarosa, através de tema-vinheta de 56 segundos, Sobre o Amor e seu Trabalho Silencioso, que funciona como cartão de visitas a indicar que ela é do Brasil e bebe nas fontes dos ritmos nacionais. Vagarosa confirma a boa impressão deixada pelo EP Cangote, editado somente nos EUA para servir de aperitivo ao álbum produzido por Beto Villares na companhia de Gustavo Lenza, Gui Amabis e da própria Céu. Com distribuição no mercado nacional agendada para fins de julho de 2009, mas já vazado na internet dias antes do lançamento norte-americano, em 7 de julho, Vagarosa representa upgrade na discografia de Céu, iniciada em 2005 com um consagrador álbum que deu projeção internacional à artista. A cantora continua ótima, a compositora continua mediana, mas o que impressiona em Vagarosa é a real sofisticação da produção de Beto Villares. Os grooves antenados embebem a brasilidade de algumas faixas em real modernidade. Basta ouvir Bubuia - tema que junta Céu com as parceiras e convidadas Anelis Assumpção e Thalma de Freitas - para entender a viagem do disco. Aliás, a releitura psicodélica de Rosa Menina Rosa - tema de Jorge Ben Jor, lançado pelo autor em seu primeiro álbum, Samba Esquema Novo, de 1963 - atesta a inteligência com que Céu aborda seu repertório. No caso, com o auxílio luxuoso de Los Sebosos Postizos, o grupo formado por integrantes da Nação Zumbi e da turma do Mangue Beat. O samba entrou em esquema realmente novo... E por falar em psicodelia, Céu flerta com o dub e com o reggae em Cangote, Comadi e Cordão da Insônia (as duas últimas músicas são parcerias da cantora com o produtor Beto Villares). Entre faixa encharcada de latinidade à moda de Manu Chao (Sonâmbulo) e um tema cantado em inglês (Papa), Céu brinca com o tempo da composição em Ponteiro, volta ao samba na companhia de Luiz Melodia (em Vira Lata) e desliza na corrente moderna de Siba em Nascente. Enfim, bom CD valorizado pela sonoridade urdida por Villares. A embalagem faz com que o conteúdo pareça mais bonito do que, em essência, ele realmente é. Contudo, Vagarosa oferece forte munição para dar continuidade ao culto - nada vagaroso! - armado em torno de Céu.

30 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

É na cadência bonita do samba que Céu abre seu segundo álbum, Vagarosa, através de tema-vinheta de 56 segundos, Sobre o Amor e seu Trabalho Silencioso, que funciona como cartão de visitas a indicar que ela é do Brasil e bebe nas fontes dos ritmos nacionais. Vagarosa confirma a boa impressão deixada pelo EP Cangote, editado somente nos EUA para servir de aperitivo ao álbum produzido por Beto Villares. Com distribuição no mercado nacional agendada para fins de julho de 2009, mas já vazado na internet dias antes do lançamento norte-americano, em 7 de julho, Vagarosa representa upgrade na discografia de Céu, iniciada em 2005 com superestimado álbum que deu projeção internacional à artista. A cantora continua ótima, a compositora continua mediana, mas o que impressiona em Vagarosa é a real sofisticação da produção de Beto Villares. Os grooves antenados embebem a brasilidade de algumas faixas em real modernidade. Basta ouvir Bubuia - tema que junta Céu com as parceiras e convidadas Anelis Assumpção e Thalma de Freitas - para entender a viagem do disco. Aliás, a releitura psicodélica de Rosa Menina Rosa - tema de Jorge Ben Jor, lançado pelo autor em seu primeiro álbum, Samba Esquema Novo, de 1963 - atesta a inteligência com que Céu aborda seu repertório. No caso, com o auxílio luxuoso de Los Sebosos Postizos, o grupo formado por integrantes da Nação Zumbi e da turma do Mangue Beat. O samba entrou em esquema realmente novo... E por falar em psicodelia, Céu flerta com o dub e com o reggae em Cangote, Comadi e Cordão da Insônia (as duas últimas músicas são parcerias da cantora com o produtor Beto Villares). Entre faixa encharcada de latinidade à moda de Manu Chao (Sonâmbulo) e um tema cantado em inglês (Papa), Céu brinca com o tempo da composição em Ponteiro, volta ao samba na companhia de Luiz Melodia (em Vira Lata) e desliza na corrente moderna de Siba em Nascente. Enfim, um bom disco valorizado pela produção de Beto Villares. A embalagem faz com que o conteúdo pareça mais bonito do que, em essência, ele realmente é. Contudo, Vagarosa oferece munição para dar continuidade ao culto - nada vagaroso! - armado em torno de Céu.

15 de julho de 2009 às 19:14  
Anonymous Anônimo said...

Mauro, muitas vezes acho que você não ouve bem os cds que você comenta. Essa Céu e a Ana Canas são tão comuns, tão comuns que nem mereciam 2 estrelas. Queria saber no que você se baseia pra avaliar.

15 de julho de 2009 às 19:43  
Anonymous Anônimo said...

Prezado anônimo, também não vejo graça em Céu, mas há quem veja e que não gostaria de ler seu comentário nesse "tom" de superioridade.
E quanto ao Mauro, não sou advogado dele mas ele é um PROFISSIONAL (sabes o que é isso ?) com tempo e história de carreira para tentar fazer o MÁXIMO em analisar "fria" e tecnicamennte a mais "quente" e emocional das artes.
Um pouquinho mais de "leveza" nas críticas - seja ao artista, seja ao crítico - seria bom para todos aqui.
PS: e quer saber ? Tás perdendo seu tempo pois eu posso até ter achado agressivo o comentário mas o Mauro até postou. SINAL DE QUE ESTÁ MUITO ACIMA DISSO TUDO AÍ E EU DEVO ESTAR PERDENDO MEU TEMPO - VAI VER O MEU É QUE ELE NÃO VAI "POSTAR".
Pega leve, anônimo(a), seja com o artista seja com o crítico. Respeite pelo menos o trabalho de ambos.
Abraços educados, apesar do "puxão de orelha".

15 de julho de 2009 às 20:15  
Anonymous Anônimo said...

Engraçado como algumas pessoas tentam impor suas opiniõs como verdades inquestionáveis... Aliás, isso é, no mínimo, desdenhável, nada de engraçado!

Acho a Céu talentosa e sua música inovadora. Ao Anônimo das 19h43, eu creio até que o Mauro implica com a Céu, o que é um direito dele.

Vou ouvir vagarosa com atenção, pois, diferente de tudo que se ouve por aí, a música de Céu me proporciona viagens maravilhosas!

15 de julho de 2009 às 21:09  
Anonymous Anônimo said...

A produção não é mais nem menos, faz parte do todo.
Sem mais, disco do ano. *****

15 de julho de 2009 às 21:33  
Anonymous Anônimo said...

Querido Mauro!
Desculpa,mas não aguento mais a chuva de cantoras!Está demais!Que venham os homens cantores para sacudir com força masculina nossa MPB!Juntando todas não dá uma GAL COSTA!Isso é que me deixa triste!Socorro!Conheço umas 50 cantoras cadidatas ao estrelato...
Socorrrrrrrrrro mais uma vez!Mauro, como vc consegue ouvir todas?Parabéns pelo trabalho paciente!

15 de julho de 2009 às 22:05  
Anonymous Anônimo said...

Nem ao céu nem ao inferno!

Concordo com o 1º anônimo em partes. Não acho tudo isso do CD da Céu. Aliás achei burrice eles terem excluido do CD a melhor faixa do EP que era "Visgo da Jaca". Enfim ...

E Concordo com o 2º em partes tmb. O Mauro pode achar o que ele quiser. Mas nem sempre iremos concordar, é claro, é a tal da democracia....

E por fim também concordo com o excesso de culto à Ceu... Não é tudo que parece.

15 de julho de 2009 às 22:23  
Anonymous Anônimo said...

Emanuel Andrade disse.

As vezes acho que nos tornamos chatos para com as cantoras novas. Quando A. Calcanhoto e Marisa Monte apareceram todo mundo ficou maluco. Uns discos bons aqui, outros chatos ali. Pior: Hoje nenhuma dessas duas encanta mais, não convence mais, ultrapassou. São o mesmo do mesmo sempre. Ai pega-se um Cd de uma nova, pode não ter graça, mas é o novo mesmo, e mesmo que só com uma ou duas músicas çegias. É algo novo. E essa céu , é um céu onde eu queria ser o sol perto dela. Uma gata. E disco superior ao primeiro. Bons arranjos. Em música vale tudo, menos as emoções baratas de certas cantoras.

15 de julho de 2009 às 22:46  
Anonymous Michel Leandro said...

Também não sou um cultuador da Céu, simplesmente por simpatia, prefiro até Roberta Sá da qual acho chatinha suas músicas. Gostei de uma pessoa que disse logo aí em cima que, se juntar todas essas cantoras no novo cenário, não dá uma Gal.
Mas em todo caso, prefiro o primeiro disco da Céu, o segundo achei chato, talvez pela falta de simpatia, gosto pessoal e até 'ignorância' de não entender o álbum dela, ou senti-lo, como prefiro.
Enfim, torço por ela.

16 de julho de 2009 às 01:02  
Anonymous Anônimo said...

Além de ótima cantora é esperta, pois se alia a alguns dos melhores e já no segundo cd já tem um som característico, próprio.
Olha para o passado, mas com vontade de fazer o novo e não o mais do mesmo. Por tudo isso, é a cantora mais importante desde Marisa Monte, que aliás, é sua fã.
Vagarosamente como quem já sabe o que quer, ou pelo menos o que não quer, ela vai escrevendo um belo capítulo na linha evolutiva da música brasileira.
O céu tá estrelado!

16 de julho de 2009 às 04:33  
Anonymous Lurian said...

Céu como cantora é fraquinha, voz sussurada no clima "Je t'aime, moi non plus...", o que ela tem é atitude de estar próxima a músicos que fazem um som 'diferente'. Mesmo assim, a mim não convence. Mas que bom que haja quem curta.

16 de julho de 2009 às 09:50  
Anonymous sander said...

Ouvi e gostei..como gostei muito do primeiro cd..não concordo com o Mauro, em acho que haja um culto..o que há é uma turma que descobriu, ouviu, gostou e esperava ansiosamente pelo segundo cd da moça..vi um show da Céu aqui em BH e fiquei bem impressionado com o que vi e ouvi..Não faz "novos" sambas como muitas "novas" cantoras. Não há realmente nenhuma cantora que tenha o som com as influências que a Céu coloca em seus 2 cds..isso é para poucas,não faz mais do mesmo, o que a coloca um passo a frente das demais..além disso se preserva, pouco aparece, o que gera uma espectativa em relação a sua pessoa...

16 de julho de 2009 às 10:35  
Anonymous sander said...

Marisa e Adriana não fazem nada de importante há tempos..é para rir? srá que o anônimo foi aos últimos shows dessas duas cantoras? Belíssimos shows: cenário, luz , e as duas cantando demais..duas cantoras que não fazem concessões.Para tbém, poucas..

16 de julho de 2009 às 10:49  
Anonymous Anônimo said...

Céu melhor cantora desde MM?
Me segura que eu quero descer!
Céu é uma cantora mediana. Nem mais nem menos que as milhoes de cantoras que todo mes despontam na midia como candidatas ao titulo de nova melhor cantora da semana.
E por favor que sotaque é esse ridiculo que a Céu imprime nas musicas??? Acho que é pra impressionar os gringos. Ceú continua onde sempre esteve: nos balcões da StarBucks Cafe.
É a new age do seculo 21.

16 de julho de 2009 às 12:06  
Blogger Fernando Dasilva said...

"Céu melhor cantora desde MM?
Me segura que eu quero descer!
Céu é uma cantora mediana. Nem mais nem menos que as milhoes de cantoras que todo mes despontam na midia como candidatas ao titulo de nova melhor cantora da semana."

Socorro!

16 de julho de 2009 às 12:13  
Anonymous Leo said...

o álbum é ótimo.

16 de julho de 2009 às 12:53  
Anonymous Anônimo said...

Bem, Céu mostra que sabe o que faz e, faz muito bem.
Uma pena que alguns dos que a criticam agora vão dizer que ela é demais daqui uns dez anos quando irão descobrir sua arte.Antes tarde do que nunca. Assim é, mesmo com Elis em geral "alguns" ouviam uma ou outra canção...
Céu està cantando que é uma maravilha. Grande Céu.
Eu teria dado ****1/2

16 de julho de 2009 às 12:59  
Anonymous Anônimo said...

Daqui a dez anos ninguém vai dizer que ela é ótima. Ninguém vai ouvir isso daqui a dez anos, porque é uma música que já nasce com prazo de validade, com uma sonoridade que vai ficar atrelada à época em que foi feita.

Não há vergonha nenhuma em gostar, mas também não dá para justificar o gosto pela suposta longevidade.

16 de julho de 2009 às 14:33  
Blogger Jorge Reis said...

Em algum momento as pessoa que disseram que juntando todas as cantoras novas não dá uma gal pararam no tempo. Adoro Gal seu trabalho tirando dois ou tres cd (s)mais comerciais são ótimos.
Céu é ótima tem coragem de romper com os padrões estabelecidos pelo mercado...
Acho que a elite que cultua a MPB está emburrecndo preguiçosamente quando gasta confetes com pessoas que regravam as mesmas músicas de sempre de seis em seis meses e quando surge o novo elas estão engessadas presas a padrões. ACORDEM. A propria Gal rompeu com o velho e a cada trabalho, embora eu fosse bastante novo na epoca, porem precoce, ela nos brindava com novidades...
Gente o "tempo não para" (cazuza) e que o passado (de Gal) abra o presente (de Céu) para o futuro Tayguara) e quando a mim parafraseando Belchior "eu quero é gozar (ouvindo Céu) mas pode ser no seu inferno viver a divina comédia humana onde NADA É ETERNO.

BOA SORTE CÉU...

16 de julho de 2009 às 16:14  
Anonymous Anônimo said...

Céu faz um som firme, um som que não é passageiro mas sim pra ser ouvido agora ou depois e depois de amanhã sem perder a delicia de ouvi-lo, é uma música que deve ser ouvida aos poucos, vc deve descobrir a música dela,e isso é um dos fatores que deixa a música dela uma delicia. Céu ainda está engatinhando,gosto do trabalho dela,acho inovador e imagino que virá outros muitos bons também.
E por ultimo "visgo da jaca" devia ter entrado nesse album, apesar do album ser bem interessante.

16 de julho de 2009 às 19:08  
Anonymous Anônimo said...

Vi 3(três) shows da Céu.
Fui para ver se entendia o som dela.Entendi e não gostei,não é atemporal.Daqui uns 30 anos acabou.É moda.Ela não é Tom Jobim.Não é Dolores Duran.É Céu,apenas Céu.E Céu não é tudo.Muitas vezes uma grande cantora e compositora tem que pisar no inferno!E ponto!

16 de julho de 2009 às 22:37  
Anonymous Anônimo said...

Eu coloquei a excelente Visgo de Jaca no CDR do Sonantes, sem maiores problemas.
Realmente, tem uma galera que coloca a ampulheta na horizontal.

17 de julho de 2009 às 00:37  
Anonymous Bia said...

A Céu como muitas outras novas cantoras, "Talentos da nova geração...", só servem mesmo para curar minha insônia. É botar o CD para tocar e cair no sono...
ZZZZZZZZZZ
tem mérito... hahaha

17 de julho de 2009 às 00:56  
Blogger Sabará said...

Este novo CD da Céu transborda amadurecimento. Mantém o alto nível da cantora e demonstra um aprimoramento da compositora.
Mas, concordo com o Mauro - o ponto alto do CD é a produção (a melhor que ouvi em trabalhos brasileiros nos últimos anos).
Beto Villares, que já havia mostrado seu belo trabalho no novo CD de Zélia Duncan, se superou.
Para mim, Beto é (atualmente) o melhor produtor musical do país.
Abraço a todos do Notas Musicais.

17 de julho de 2009 às 10:51  
Anonymous Anônimo said...

Parabéns ao blog pela democracia mostrada nas opiniões.É muita gente inteligente opinando.Que bom!
Viva as intervenções saudáveis!A vida é muito melhor assim.Obrigado Mauro pela liberdade com respeonsabilidade no seu blog.
Abraços,
Marcos

17 de julho de 2009 às 14:06  
Anonymous Danilo said...

Quem não gostar desse disco não tá com nada, aliás, quem não gostar desse disco vai ter que ouvir Ataulfo, Tom e Chico por mais uns 50 anos. Nada contra os mestres, mas a música brasileira não pode parar no tempo como parece ser a vontade de alguns.

18 de julho de 2009 às 15:35  
Anonymous Anônimo said...

Acho um barato o povo criticando as novas cantoras e achando que o Brasil só deve viver das antiguidades, Gal, Bethania, Caetano, Chico, bola pra frente povo, vamos aceitar as novidades e com certeza podemos nos encantar com elas. Não sou fã número 1 do estilo da Céu, mas toda avaliação que tem aqui das novas todo mundo critica demasiadamente. Acho que a nova safra tem muita gente boa sim. O pior é ler que alguém aí em cima critica Marisa Monte... rs.

18 de julho de 2009 às 16:19  
Blogger PINDZIM said...

Gostar ou não de Céu é normal. Se todos gostassem, não seria mesmo assim tão bom. (Ivete é unanimidade?) Agora, compará-la com Gal para diminuí-la revela uma miopia para com a cena atual além de um bocado de saudosismo. E põe saudosismo aí, pois há pelo menos 25 anos que Gal não faz nada digno de nota. E qualquer um dos dois discos de Céu estará a altura das maiores obras de Gal sob uma perspectiva futura que se abstenha do julgamentos que olhem para a frente através do retrovisor com vistas a épocas de ouro mitificadas pela passagem do tempo. O conservadorismo é traço marcante da sociedade brasileira e não apenas no que diz respeito à estética. Já avisava Caetano em resposta às vaias por ter inserido a guitarra elétrica no sagrado terreno da mpb, "se vocês forem em política como são em estética...". Hoje é mais uma vez esta é a novidade de sua música. Salvo Bethania, todos os grandes nomes daquela época sofrem de anacronismo. Quando Lucas Santtana faz um disco de voz e violão ("Sem Nostalgia"), é muito mais radical ousado e interessante musicalmente do que o "novo" rock de Caetano. Quando Romulo Fróes troca um regional de samba por um power trio para fazer música brasileira, torna-se descartável um acústico de Paulinho da Viola, afinal acústica é e sempre foi toda a sua obra. Um novo disco de Marcelo Camelo ou Rodrigo Maranhão nega a morte da canção decretada por Chico Buarque em palavras e levada a cabo com o seu "Carioca". Vale mais o universalismo black de Curumin do que um Tim Maia chafurdando no brega, ou a Nação Zumbi sem os tambores de maracatu dos tempos de Chico Science do que os Mutantes sem Rita Lee e Arnaldo Baptista. E poderiam seguir aqui as comparações quase ao infinito, já que novos nomes não faltam. Certeza somente a de que o prejuízo vai na conta dos que fazem mal juízo do presente. As vozes conservadoras que sempre se levantaram contra o novo (fosse o samba, a bossa nova, o tropicalismo ou o rock brasileiro dos anos 80) hoje encontram-se orfãs sem um mercado estabelecido que lhes aponte um norte. Obrigam-se a negar tudo que não preste reverência ao já estabelecido e canonizado. O traço marcante da novíssima geração são as múltiplas referências sonoras e a negação a movimentos passíveis de serem categorizados. Olhos dependentes de lentes grossas e ouvidos moucos definitivamente nunca foram os melhores instrumentos para apreciar a renovação. Ainda mais se não tocar no rádio ou aparecer na televisão.

19 de julho de 2009 às 09:59  
Anonymous Anônimo said...

Renato Braz; Roberta Sá; Mônica Salmaso; Teresa Cristina; Rodrigo Maranhão; Casuarina; Vanessa Da Mata; Carla Villar (muita coisa).
Parei no tempo não. Céu é ruim de doer.
Inventem outra desculpa para termos de gostar de Céu. Essa de "saudosismo", "parada no tempo" e outras já "clichês" já estão chaaaaaaaaaaaaaaaaatas - até mais chata que a cantora aí.

19 de julho de 2009 às 12:39  
Blogger Pierre said...

Pra mim pareceu como o último disco do Portishead seria, se fosse feito numa favela carioca, com uma banda formada por músicos Jamaicanos!

Achei legal a proposta da Céu e valorizo o esforço e o despojamento dela, ao apresentar um trabalho tão próprio. Não é muito do meu gosto, mas reconheco os seus méritos.

10 de dezembro de 2009 às 12:49  

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