11 de julho de 2009

Cachorro dilui agressividade em álbum anêmico

Resenha de CD
Título: Cinema
Artista: Cachorro Grande
Gravadora: Deckdisc
Cotação: * 1/2

Em seu quarto álbum, Todos os Tempos (2007), o grupo Cachorro Grande já tinha se mostrado menor no cenário roqueiro brasileiro do que fez supor sua promissora estréia no mercado fonográfico em 2001. Definhando a cada dia, Cachorro Grande não dá o menor sinal de recuperação em seu quinto álbum, Cinema. Justiça seja feita: a produção de Rafael Ramos é a melhor já obtida pela banda. Há todo um polimento que, se por um lado dilui a agressividade do quinteto (mesmo em faixas mais viscerais como Dance Agora), por outro refina a embalagem do som vintage da banda. Cinema foi gravado em equipamentos analógicos que evocam o rock dos anos 60 e 70. Há um coerente sotaque retrô em, por exemplo, Amanhã - faixa incrementada com uma cítara que remete aos Beatles da segunda metade da década de 60. O problema, grave, é que o repertório é muito ruim. Vale destacar O Tempo Parou, bom tema urdido com efeitos e barulhinhos bons que, no entender do quinteto, justificam o título Cinema por evocar trilhas típicas da Sétima Arte. Conceitos à parte, fica difícil engolir um repertório de qualidade tão ruim. Entre baladas (Por Onde Vou e Eileen) e rocks mais ou menos pesados (Pessoas Vazias, com destaque para o arranjo vocal), o álbum deixa a triste certeza de que a produção caprichada não conseguiu disfarçar a anemia da safra de inéditas que apequena o Cachorro Grande neste ruim Cinema assim como já fizera no anterior Todos os Tempos. Falta a inspiração inicial.

1 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Em seu quarto álbum, Todos os Tempos (2007), o grupo Cachorro Grande já tinha se mostrado menor no cenário roqueiro brasileiro do que fez supor sua promissora estréia no mercado fonográfico em 2001. Definhando a cada dia, Cachorro Grande não dá o menor sinal de recuperação em seu quinto álbum, Cinema. Justiça seja feita: a produção de Rafael Ramos é a melhor já obtida pela banda. Há todo um polimento que, se por um lado dilui a agressividade do quinteto (mesmo em faixas mais viscerais como Dance Agora), por outro refina a embalagem do som vintage da banda. Cinema foi gravado em equipamentos analógicos que evocam o rock dos anos 60 e 70. Há um coerente sotaque retrô em, por exemplo, Amanhã - faixa incrementada com uma cítara que remete aos Beatles da segunda metade da década de 60. O problema, grave, é que o repertório é muito ruim. Vale destacar O Tempo Parou, bom tema urdido com efeitos e barulhinhos bons que, no entender do quinteto, justificam o título Cinema por evocar trilhas típicas da Sétima Arte. Conceitos à parte, fica difícil engolir um repertório de qualidade tão ruim. Entre baladas (Por Onde Vou e Eileen) e rocks mais ou menos pesados (Pessoas Vazias, com destaque para o arranjo vocal), o álbum deixa a triste certeza de que a produção caprichada não conseguiu disfarçar a anemia da safra de inéditas que apequena o Cachorro Grande neste ruim Cinema assim como já fizera no anterior Todos os Tempos. Falta a inspiração inicial.

11 de julho de 2009 às 10:44  

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