23 de abril de 2009

Filho de Greyck tenta ser galã da música brega

Resenha de CD
Título: Meu Mundo
Artista: Bruno Miguel
Gravadora: Deckdisc
Cotação: * 1/2

Filho de Márcio Greyck (um cantor e compositor que, ao longo dos anos 70 e início dos 80, pôs nas paradas populares hits como O Mais Importante É o Verdadeiro Amor, Impossível Acreditar que Perdi Você, O Infinito e Aparências), Bruno Miguel é uma das novas apostas da Deckdisc. A gravadora tenta emplacar o rapaz no posto de galã da música pop brega - a rigor, nunca preenchido com êxito depois que Fábio Jr. envelheceu e as vendas de seus discos entraram em escala descendente. Miguel é dono de bela estampa, como atesta o close estrategicamente escolhido para a capa de seu primeiro recém-lançado CD, Meu Mundo, cuja faixa-título já esteve em rotação em 2008 em algumas rádios populistas. Musicalmente, os atributos do artista são menos sedutores, porém ideais para sedimentar sua entrada no universo brega. Baladas sentimentais compõem o repertório majoritariamente autoral do álbum. Umas, como Final Feliz, são estruturadas no violão e chegam a evocar o universo folk. Outras ganham a levada padronizada da dupla de produtores do disco, Umberto Tavares e Mãozinha. Às vezes, as bases soam artificiais - como nos casos dos covers de Sorte (Celso Fonseca e Ronaldo Bastos, sucesso de Gal Costa nos anos 80) e de Frisson (o hit radiofônico de Tunai também na década de 80). Ambas as canções foram turbinadas com bases mais dançantes de tom modernoso. No todo, o CD carece de um traço - mínimo que seja - de originalidade, como havia na produção inicial de Greyck. Baladas como Preto e Branco deixam a sensação de já terem sido ouvidas dezenas de vezes. Assim como faixas do naipe trivial de Por te Amar Assim desfiam a mesma ladainha sentimental de zilhões de discos do gênero. Mas, justiça seja feita, Bruno Miguel mostra algum talento como compositor dentro desse limitado mundo musical. Depois do Pôr do Sol e Eu Não Vou Deixar Você podem até virar sucessos radiofônicos se receberem injeções de marketing. Já Sem Querer - a versão de Loving You, de Andru Donalds - e o duo com Bruno Cardoso (vocalista do grupo Sorriso Maroto) em Onde Eu Errei? patinam na banalidade que domina o álbum. Embora esse caráter trivial não seja impedimento para a intenção de entronizar Bruno Miguel como galã da música brega. Ao contrário, essa banalidade até favorece o objetivo da Deckdisc.

4 Comments:

Blogger Mauro Ferreira said...

Filho de Márcio Greyck (um cantor e compositor que, ao longo dos anos 70 e início dos 80, pôs nas paradas populares hits como O Mais Importante É o Verdadeiro Amor, Impossível Acreditar que Perdi Você, O Infinito e Aparências), Bruno Miguel é uma das novas apostas da Deckdisc. A gravadora tenta emplacar o rapaz no posto de galã da música pop brega - a rigor, nunca preenchido com êxito depois que Fábio Jr. envelheceu e as vendas de seus discos entraram em escala descendente. Miguel é dono de bela estampa, como atesta o close estrategicamente escolhido para a capa de seu primeiro recém-lançado CD, Meu Mundo, cuja faixa-título já esteve em rotação em 2008 em algumas rádios populistas. Musicalmente, os atributos do artista são menos sedutores, porém ideais para sedimentar sua entrada no universo brega. Baladas sentimentais compõem o repertório majoritariamente autoral do álbum. Umas, como Final Feliz, são estruturadas no violão e chegam a evocar o universo folk. Outras ganham a levada padronizada da dupla de produtores do disco, Umberto Tavares e Mãozinha. Às vezes, as bases soam artificiais - como nos casos dos covers de Sorte (Celso Fonseca e Ronaldo Bastos, sucesso de Gal Costa nos anos 80) e de Frisson (o hit radiofônico de Tunai também na década de 80). Ambas as canções foram turbinadas com bases mais dançantes de tom modernoso. No todo, o CD carece de um traço - mínimo que seja - de originalidade, como havia na produção inicial de Greyck. Baladas como Preto e Branco deixam a sensação de já terem sido ouvidas dezenas de vezes. Assim como faixas do naipe trivial de Por te Amar Assim desfiam a mesma ladainha sentimental de zilhões de discos do gênero. Mas, justiça seja feita, Bruno Miguel mostra algum talento como compositor dentro desse limitado mundo musical. Depois do Pôr do Sol e Eu Não Vou Deixar Você podem até virar sucessos radiofônicos se receberem injeções de marketing. Já Sem Querer - a versão de Loving You, de Andru Donalds - e o duo com Bruno Cardoso (vocalista do grupo Sorriso Maroto) em Onde Eu Errei? patinam na banalidade que domina o álbum. Embora esse caráter trivial não seja impedimento para a intenção de entronizar Bruno Miguel como galã da música brega. Ao contrário, essa banalidade até favorece o objetivo da Deckdisc.

23 de abril de 2009 às 11:37  
Anonymous carlão said...

Bruno faz muito bem aos olhos. Quanto aos ouvidos...

23 de abril de 2009 às 12:16  
Anonymous Anônimo said...

Tá no sangue.

23 de abril de 2009 às 12:25  
Anonymous Carlinhos said...

E eu pensava que esse posto já tinha sido ocupado por Dado Dolabella!

24 de abril de 2009 às 04:29  

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