13 de abril de 2007

Canto de Simone floresce diverso no sexto disco

Resenha de CD
Título: Flor de Pão
Artista: Simone Guimarães
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * *

Cantora e compositora paulista revelada em 1996 com o CD Piracema, Simone Guimarães chega ao sexto álbum - Flor de Pão, o segundo trabalho pela Biscoito Fino - com leque mais amplo de parceiros. Impressa já no início de sua obra, a textura regional está mais suave, mas se faz presente em temas como o Baião de Câmara, entoado com Milton Nascimento, o fiel incentivador da artista. Simone suavizou também o seu canto no samba que intitula Flor de Pão, gravado com o luxuoso auxílio da guitarra e do vocal de Toninho Horta. Só que nem por isso soa menos densa em faixas como Confissão (tema arranjado por Dori Caymmi) e Novo Amigo, canção de Novelli e Ana de Hollanda em que brilha o piano virtuoso de Hélvius Vilela, craque das Geraes.

Floresce no disco também o entrosamento da artista com Guinga. Dois temas do recém-lançado CD do compositor, Casa de Villa, ganham registros quase simultâneos no álbum de Simone. Jongo de Compadre, parceria dos dois, comprova a emissão perfeita da cantora que se equilibra bem no ritmo sinuoso e acelerado da boa composição. Guinga assina o arranjo e o violão da faixa, repetindo a dose em Via-Crúcis (parceria sua com Edu Kneip). Nesta música, o também convidado Renato Braz reafirma sua categoria vocal em dueto harmonioso com a anfitriã. Braz precisa ser mais ouvido!!!!!

Flor de Pão desabrocha de maneira coesa ao longo das 13 faixas. Em Carta à Amiga Poeta, Simone apresenta parceria com Francis Hime, autor da bela melodia (aliás, é impressionante como Hime conserva a inspiração melódica que já escasseia na obra de vários colegas de geração). Leila Pinheiro surpreende como compositora ao assinar bom samba, Minha Mangueira, em reverência à escola verde-e-rosa. Leila canta com a amiga e também assina o arranjo.

Fechando o CD em grande estilo, há canção - Enquanto, de Isaac Cândido e Marcus Dias - de beleza arrebatadora. De caráter mais diverso pela pluralidade dos nomes envolvidos na ficha técnica, Flor de Pão mantém o nível da discografia de Simone Guimarães.

12 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Francis Hime criando bela melodia, tudo bem. Agora Leila Pinheiro fazendo bom samba, só ouvindo para crer.

13 de abril de 2007 às 14:13  
Anonymous Anônimo said...

concordo plenamente, Mauro! Renato Braz precisa ser mais ouvido. Um cantor completo, dono de uma das mais belas vozes que já ouvi, de recursos vários. Seu repertório mostra o que há de mais bonito no Brasil e no brasileiro.


Anderson Falcão
Brasília - DF

13 de abril de 2007 às 16:28  
Anonymous Anônimo said...

Renato Braz, muito bom.
Simone Guimarães idem.

13 de abril de 2007 às 17:00  
Anonymous Anônimo said...

Pela BELA crítica dá vontade de comprar o CD. Conheço pouco Simone, e agora acho que que é o momento de ouví-la. O leque de parceiros é de primeira só pode ter dado COISA MUITO BOA.

Faço CORO aos colegas de cima: realmente RENATO BRAZ precisa ser ouvido URGENTEMENTE por TODO o Brasil e a Biscoito Fino precisa sair da inércia e promover melhor o CD do Renato Braz.

13 de abril de 2007 às 20:44  
Anonymous Anônimo said...

Até Tati Quebra Barraco faz um trabalho arrebatador com essa gang da Biscoito Fino. Só fera entres os convidados . Facil né ?

14 de abril de 2007 às 06:53  
Anonymous Anônimo said...

Quem não conhece o trabalho da Simone Guimarães, é ótima oportunidade. O cd é realmente lindo. E vale a pena também procurar o Aguapé e Cirandeiro, que acabam de ser relançados. A Simone e o Renato são mesmo o melhor do Brasil e dos brasileiros. O Renato estava montando um show com a obra do Chico. Não vi, mas já imaginei a beleza.

14 de abril de 2007 às 10:10  
Anonymous Anônimo said...

Assisti aos dois em um show. Ela cantou um 'Milagre dos Peixes' e ele mandou um 'O Amor' (Ressuscita-me...) que deixaram todo mundo boquiaberto.

Fico feliz com a informação de que 'Cirandeiro' e 'Aguapé' foram relançados. São discos muito bons. 'Virada pra Lua' não faz tanto a minha cabeça.

14 de abril de 2007 às 11:01  
Anonymous Anônimo said...

oi mauro, simone NÃO é mineira, apesar do acento 'regional' do seu trabalho, mas paulistíssima de santa rosa de virtebo, quase fronteira com as minas.

14 de abril de 2007 às 12:05  
Blogger Pierre said...

Fico realmente feliz da Simone estar recomeçando a carreira. Após o 'Casa de Oceano', achei que ela ia parar, porque nada mais ouvi dela durante um tempo. Não achei o 'Casa de Oceano' um grande trabalho, apesar de ter boas músicas (principalmente as dela própria).

Simone tem talento de sobra, e está devendo aos fâs um disco realmente forte, que consolide tudo que foi insinuado nos trabalhos anteriores. Tudo de bom pra ela! Esse vou dar um jeito de comprar...

15 de abril de 2007 às 18:03  
Anonymous Anônimo said...

Tenho todos os cd's da Simone Guimarães. Foi paixão instantânea. Adoro o acento regionalista e discordo profundamente de quem disser que "Casa de oceano" 'não é lá grande coisa', para mim é um dos melhores discos feitos nos 2000's - é um mar horas denso, horas sutil, para ser ouvido/atravessado com calma. "Milagre dos peixes", em duo co m Milton teve versão definitiva nesse cd. Espero que Simone Guimarães esteja nos presenteando com mais uma flor de pão, diferenciada e criativa.

16 de abril de 2007 às 02:51  
Anonymous Anônimo said...

LUC.

Acabei de te descer o pau em um outro comentário quando se referiu ao clã Elis/César como chatos...
Chegando aqui começo a entender seu ponto de vista, gostas de Renato Braz como eu , de Simone Guimarães nem tanto, compreendo melhor agora seu ponto de vista...
Renato, Salmaso e Céu são o que há de novo na nossa velha roupa colorida da MPB.
Não aguento mais, pegar os discos de Bethania vê-la trocando as sílabas tônicas das palavras e aquele desarranjador Jayme Alem montando aqueles arranjos tocados pela dona edith do prato e todos dizendo que é belo novo o que se repete todos os anos...
Gente deixa a fila andar...
Samba de roda não, a Bahia não é a capital do Universo...


JORGE REIS

18 de abril de 2007 às 16:12  
Anonymous Anônimo said...

Jorge Reis, acho que foi linha cruzada. Quem se referiu à Elis & Cia como gente chata foi um anônimo. Eu só perguntei se isso incluía a power pepper e o CGM.

Eu é que sou mala-sem-alça, porque a minha paixão pela Elis me leva a ficar defendendo a cantora, como se ela precisasse disso.

Também acho que a fila deva andar, a renovação é boa, sobretudo quando traz qualidade. Os nomes que citaste (gostou da 2a pessoa?) são do bem.

Mas acredito também na existência de clássicos, coisas permanentes que não envelhecem, como a poderosa pimenta e a Maria Bethânia.

18 de abril de 2007 às 16:59  

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