24 de dezembro de 2006

Braguinha deixa legado histórico para a música

Nascido em 29 de março de 1907, aliás uma Sexta-feira da Paixão, Carlos Alberto Ferreira Braga - o Braguinha ou ainda o João de Barro, o nome artístico que adotou como compositor - saiu de cena aos 99 anos na manhã triste deste domingo, 24 de dezembro de 2006, véspera de Natal. Carioca, Braguinha estreou como compositor e cantor em 1929. Formava o Bando de Tangarás ao lado de bambas como Noel Rosa (1910 - 1937). Em 1936, fez a célebre letra de Carinhoso a partir da melodia composta em 1917 por Pixinguinha (1897 - 1973). Mas foi ao conhecer aquele que se tornaria o seu principal parceiro, Alberto Ribeiro (1902 – 1971), que Braguinha iniciaria um dos mais vastos e ricos cancioneiros carnavalescos do Brasil, com obra que, no gênero, pode somente ser equiparada a de Lamartine Babo (1904 - 1963). Duvida? Saiba que são da lavra de Braguinha sucessos cantados ainda hoje pelos foliões como As Pastorinhas (parceria com Noel Rosa, lançada em 1935 com o título de Linda Morena), Touradas em Madrid (1937), Yes, Nós Temos Bananas… (1937) e Chiquita Bacana (1949). Dez!

Versátil, João de Barro soube extrapolar o universo carnavalesco, colecionando também sucessos na área do samba-canção - casos de Copacabana (1946) e Laura (1957). Com sua abrangente área de atuação, o compositor colaborou ainda com o cinema musical brasileiro dos anos 30, ajudou a fundar pioneiras sociedades que defenderiam os direitos dos compositores (entre elas, a UBC) e, ao ser nomeado diretor artístico da já extinta gravadora Continental, ampliou o mercado de música infantil com os famosos disquinhos, que foram a trilha sonora das crianças nascidas a partir da década de 50. A importância de Braguinha para a música brasileira é tão grande e histórica que fica até difícil dimensionar sua produção como compositor e artista múltiplo. Certo é que sua música vai permanecer na memória popular por muitos e muitos carnavais...

10 comentários:

  1. E tem a letra de 'Carinhoso', que também é dele.
    Muito bem colocado, Mauro: 'a importância de Braguinha para a música brasileira é tão grande que fica difícil dimensionar sua produção como compositor e artista múltiplo'.

    ResponderExcluir
  2. rosemberg

    nunca vou esquecer aquele memoravel caranval da mangueira de 1984, quando braguinha foi homenageado.
    que Deus o ilumine.

    memoria_pele@hotmail.com.br

    ResponderExcluir
  3. Só a letra de carinhoso já basta pra ser um grande da música.
    Tudo de bom pro Braguinha nos novos caminhos.

    José Henrique

    ResponderExcluir
  4. E deve ter pseudo-intelectuais achando que Sorri é uma versão do Djavan!!!

    Grande Braguinha!!!

    ResponderExcluir
  5. Imortal!Grande,Grande,grande!
    Ele fez tantas coisas, escreveu muitas das coisas que fazem parte da memória coletiva do brasileiro.
    Maravilhoso!Nos deixa um patrimonio inestimável.

    Humberto

    ResponderExcluir
  6. JÁ FEZ MUITO PELA NOSSA CULTURA . FOI COM A CONSCIÊNCIA LEVE , TRANQUILA . TÁ SATISFEITO . ESTAMOS HONRADOS

    ResponderExcluir
  7. O Jornal da Record fez uma bela homenagem a ele . Colocando o povo na rua pra cantar : Carinhoso !

    ResponderExcluir
  8. Cedo demais Braguinha , Cedo demais ...

    ResponderExcluir
  9. Muito cedo . Prestes a completar 100 anos . Que pena
    Eu curto muito : Na Hora da sede com Zelia Duncan

    ResponderExcluir
  10. Engraçado comprei neste dias um cd de Marchinhas com Jorge Goulart e Emilinha Borba. Grande cd, felizmente relançado, vale muito a pena escutar.
    E quanto ao Braguinha, o que dizer de um compositor destes? Autor de Carinhoso! Não precisa falar mais nada.
    "Vem ouvir de novo o meu cantar, vem ouvir as pastorinhas, a luz de um pássaro cantos, Yes e nós tínhamos Braguinha! Realmente é uma lástima, já não se fazem compositores como antes.
    Marcelo Barbosa - Brasília (DF)

    ResponderExcluir

Este blog se mudou a partir de 1º de novembro de 2010 para o endereço http://blognotasmusicais.blogspot.com

Mas comentários para postagens antigas continuam bem-vindos, desde que feitos com educação. Abs, Mauro Ferreira